No mercado cafeeiro em NY operou com forte valorização. Os contratos para mar/08 fecharam a 155,05 cents/lb (R$ 355,27/sc), alta de 520 pontos (+3,47%). Set/08 fechou em 161,70 cents/lb (R$ 370,50/sc), variação positiva de 525 pontos (+3,36%).

Rolagens de posições de março para maio foram observadas com freqüência ao longo do dia, antes do início da notificação do primeiro contrato na noite de quarta-feira, de acordo com o Infocafé.

"As cotações internacionais não pararam de romper barreiras psicológicas e com afirmações que apontam que ainda haverá novas rodadas de emoções nas alturas que serão vividas com as futuras volatilidades", disse Marcus Magalhães, da Maros Corretora.

De acordo com ele, vale observar que o quadro fundamental é altamente construtivo com relação aos próximos anos e diante dessa situação, acreditar numa reversão da atual trajetória das cotações é assumir que o "coelho de páscoa" realmente existe.

"Realizações de lucros podem e devem ocorrer no mercado, mas nem de longe terão força para mudar o perfil e o humor dos negócios. A grande verdade é que os envolvidos começam a entender e admitir as análises que vêm sendo aqui apresentadas pelo menos nos últimos 2 anos", ressaltando os estoques que estão em curva descendente, as demandas crescentes e o aquecimento global. Esses fatos impedem que qualquer teoria de excesso de produção ao redor do mundo produtivo se torne realidade.

Magalhães afirma que a dramática situação mercadológica, relacionada com o abastecimento, cresceu com força, deixando a maioria dos envolvidos perplexos sem ter bons caminhos para seguir.

"Daqui para frente, a decisão mais coerente para o complexo cafeeiro é ajustar as estratégias às novas realidades do mercado e torcer para que surjam, no curto e médio prazos, variáveis novas que possam amenizar o atual e complicado cenário", finaliza.

Em NY, o volume operado nesta terça-feira foi de 59.898 contratos, o volume de opções de venda e compra foi de 22.968 contratos. O número de contratos futuros em aberto em todos os vencimentos para esta sessão foi de 204.360 contratos com aumento de 594 lotes em relação a sessão anterior, segundo Mauro L. dos Santos, agente de investimento da Investbras Mercados Futuros.

Gráfico 1. Contrato café, ICE Futures U.S.


O dólar apresentou queda nesta terça-feira. O compra fechou em R$ 1,732, recuo de 0,37%, reflexo da sessão dominada por bons resultados corporativos e ânimo nas bolsas, de acordo com o InfoMoney. Em dia de agenda econômica fraca, o resultado anual do Wal-Mart surpreendeu analistas e animou investidores, dando o tom das negociações nos mercados globais.

Os recentes dados demonstrando alívio das pressões inflacionárias, além do reajuste do preço de minério de ferro promovido pela Vale, apontam para um ambiente favorável à entrada de dólares no país, o que contribuiu para a moeda testar patamares mínimos.

O Banco Central segue com as atuações diárias no mercado de câmbio. De acordo com comunicado do Depin (Departamento de Operações de Reservas Internacionais), a operação teve início às 11h51 e terminou às 12h01. A taxa de corte ficou em R$ 1,7303.

Gráfico 2. Cotação do dólar (R$)


O mercado do robusta também apresentou forte valorização nesta terça-feira. Os contratos para mar/08 fecharam em US$ 2.360/ton (R$ 245,27/sc), alta de 103 pontos (+4,56%). Para maio a tonelada do robusta ficou em US$ 2.394 (R$ 248,80/sc).

Gráfico 3. Contrato café, LIFFE


Na BM&F, a volatilidade ultrapassou a casa dos 2% em todos os vencimentos. Mar/08 apresentou 2,18% e set/08, 2,33%. Os contratos para mar/08 ficaram em US$ 181,50/sc (R$ 314,38/sc), alta de US$ 6,00/sc (R$ 10,39/sc), com 416 contratos negociados e 3.005 contratos em aberto. Para set/08 foram negociados 6.371 contratos a US$ 191,00/sc (R$ 330,83/sc), valorizados US$ 6,40/sc (R$ 11,09/sc). Em aberto, para este vencimento ficaram 27.624 contratos.

Nesta seção (19), foram negociados 125 contratos de opções, sendo 70 contratos de compra e 55 contratos de venda.

Gráfico 4. Contrato café, BM&F


No mercado físico os indicadores apresentaram variação positiva acentuada, reflexo das cotações internacionais. O indicador Esalq-arábica fechou em R$ 290,12/sc, alta de R$ 8,45/sc. O indicador para conilo fechou valorizado R$ 6,02/sc, cotado em R$ 221,73/sc.

O leitor do CaféPoint Renato Delorenzo Ribeiro do Vale, de Guaranésia/MG, comenta que o desenvolvimento de ramos para a próxima safra nas lavouras, isto é, que vão dar frutos para a colheita de 2009, está muito baixo, devido a estiagem que passaram.

Existe algum fato em sua região que possa afetar o mercado, positiva ou negativamente? Por favor, comente no espaço abaixo para cartas.

Acesse a tabela completa das cotações dos mercados futuro e físico aqui.

Gráfico 5. Indicador Esalq-arábica x contrato BM&F


Rodrigo Cascalles, equipe CaféPoint