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Café robusta já está mais caro que o arábica

RODRIGO CORREA DA COSTA

EM 26/06/2017

4 MIN DE LEITURA

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Os mercados estão anestesiados às influências geopolíticas que antigamente causavam quedas nos mercados acionários e altas em commodities energéticas, como podemos notar o “desprezo” as recentes tensões que acontecem no Oriente Médio e as ameaças de Trump à Coréia do Norte. Eventos isolados de terrorismo, como temos visto na Europa e nos Estados Unidos pouco tem afetado o comportamento dos investidores, ainda que a preocupação dos americanos seja crescente contra algum atentado.

Foto: Alexia Santi/Agência Ophelia
                                   Foto: Alexia Santi/Agência Ophelia

Como modelos matemáticos e algoritmos dominam as operações de investimento, seja através de ETFs (carteiras de ativos aglutinados para oferecer acesso a diversas categorias de investimento) ou através de apostas em mercados de commodities e ações usando tendências técnicas, os seres-humanos muitas vezes ficam sem entender e, portanto, de fora de movimentos de bolsas.

A onda de vender commodities depois de anos desta classe de investimento seguir as direções do mercado acionário e da correlação invertida com o dólar americano tem pego de surpresa os humanos “estudiosos” dos fundamentos de matérias-primas, sendo o café uma delas.

A queda acentuada vivida na semana pelo CRB, que fechou um gap deixado em abril de 2016, teve contribuição das perdas de mais de 6% do milho e do cacau, e de 3% a 4% do petróleo, soja, gás natural, óleo de aquecimento, açúcar e do café arábica.

O contrato “C” negociou a US$ 115.50 centavos por libra, menor nível desde março de 2016, sendo que em Reais por libra-peso a baixa levou os preços a patamares de março de 2015. Em dois dias de volatilidade alta a impressão que se tem é que teremos oscilações grandes por algumas semanas, já que os comerciais estão distantes pelo menos uns US$ 10 centavos por libra do fechamento da semana, seja da indústria em comprar ou das origens em vender.

Os fundos aumentaram suas posições vendidas tendo 31% do total de contratos em aberto short na última terça-feira (20), número que provavelmente deve estar próximo de 35% no momento. O repique de sexta-feira (23), de US$ 6.50 cents de alta, depois da queda de US$ 5.50 centavos na quinta-feira (22), pode ter sinalizado um chão momentâneo aos preços – assumindo que os produtores de café não estejam psicologicamente e financeiramente afetados.

Eu acredito que como a colheita no Brasil não está muito longe de 1/3 da produção, e considerando que os “primeiros” cafés que estão prontos serão entregues contra compromissos de contratos à termo, a disponibilidade de grãos a serem vendidos não são suficientemente grandes em volume para frear uma cobertura de posição vendida dos fundos – caso isto aconteça nas próximas três ou quatro semanas.

Em outras palavras Nova Iorque conseguindo se manter acima de US$ 118.90 centavos por libra, com a arbitragem contra Londres estreita em US$ 25 centavos por libra, estanca, por ora, o incentivo dos fundos que vinham vendendo a cada dia que a bolsa caia mais e deve gerar finalmente uma alta. O problema é que o estrago foi tão grande que sem alguma novidade altista é improvável ver o terminal nos (imagina) sonhados US$ 150.00 centavos por libra.

O noticiário internacional culpa os estoques no destino e a perspectiva da safra 2018/2019 no Brasil como motivos para a queda, mas eu acho que o movimento é mais uma influência negativa nas commodities como um todo do que qualquer outra coisa.

O argumento altista de uma arbitragem onde o desconto para o robusta é de US$ 25 centavos por libra tem gerado perguntas sobre uma troca nos blends para o arábica, já que há arábicas mais baratos oferecidos no spot, e de qualidades inferiores em alguns mercados FOB. A troca de qualidade, na minha opinião, só se dá desta forma mesmo, ou seja, com o arábica mais barato, e isto pode criar este tal “chão”.

Outro ponto a favor de uma alta é que se os preços de Nova Iorque ficarem abaixo de US$ 110.00 centavos por libra, o trato cultural no Brasil, Colômbia e na América Central como um todo diminuirá, e com isso também pode evitar o entusiasmo para uma safra brasileira, por exemplo, de 65 milhões que todos gostam de alardear. É claro que falar em bolsa não negociar abaixo de custo de produção é utopia, mas os preços fazem o trabalho de diminuir superávits, assim como ajustam déficits, por tanto impactamo longo-prazo, ou o ciclo de cada commodity. Não podemos esquecer que uma desvalorização de moedas de países produtores pode mudar o “piso” mais para baixo, evidentemente.

Por último repito a ladainha da posição grande dos fundos. Com um recorde vendido é importante manter um número de contratos em aberto crescente, pois do contrário a porta de saída fica estreita, motivo que me faz crer em uma continuação da alta e de uma volatilidade alta nas próximas semanas. Os altistas gostam de lembrar do risco de geada, apontando que o inverno começou há apenas quatro dias, mas nenhum instituto meteorológico no momento vê frio intenso chegando nas áreas produtoras.

Um movimento acima de US$ 127.70 centavos no arábica pode causar uma correria dos fundos que estão vendidos, fazendo como próximas resistências US$ 131.85, US$ 134.80 e US$ 137.70 centavos. Níveis de suporte são US$ 115.50, US$ 113.35 e US$ 104.15 centavos por libra peso.

A 28ª Edição do Curso Intensivo de Futuros, Opções e Derivativos – Commodities Agrícolas (em português) da Archer Consulting, vai ocorrer dias 19 (terça), 20 (quarta) e 21 (quinta) de setembro de 2017, das 09 às 17 horas, em São Paulo – SP, no Hotel Paulista Wall Street. Faltando 3 meses para o curso, 1/3 das vagas já estão preenchidas. Não deixe para a última hora.

Uma ótima semana e bons negócios a todos,
Rodrigo Costa*

*Rodrigo Corrêa da Costa escreve este relatório sobre café semanalmente como colaborador da Archer Consulting

RODRIGO CORREA DA COSTA

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