A respeito da alta acumulada de mais de 12% no mês de junho em N.Y., o Escritório Carvalhaes justifica que, apesar das previsões de que o Brasil, maior produtor mundial de café, deverá colher uma boa safra este ano, são fatores altistas de formação de preços: o consumo em alta, estoques baixos, custos de produção disparando, condições climáticas instáveis, ameaça do aquecimento global, consumo de alimentos crescente (elevando a cotação de muitas commodities de exportação). Não podemos ignorar também as profundas modificações que aconteceram nos últimos anos na economia brasileira e mundial, com destaque para o aumento dos custos do petróleo e (consequentemente) fertilizantes.
Segundo o relatório, o longo e sólido crescimento do consumo brasileiro de café está atraindo fundos e investidores internacionais para o setor, além de cadeias de alimentos e cafeterias que aumentam suas apostas no mercado nacional. Com o leilão da semana passada, zerou-se o estoque oficial de café no Paraná, situação jamais presenciada por nenhum participante dos negócios de café no Brasil. Até o dia 26, os embarques de junho estavam em 1.220.538 sacas de café arábica e 105.462 sacas de café conillon, somando 1.326.000 sacas de café verde, contra 1.516.172 sacas no mesmo dia de maio. Também no dia 26, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em maio totalizavam 1.530.248 sacas, contra 1.686.777 sacas no mesmo dia do mês anterior.
A Bolsa de Nova York fechou em alta de 75 pontos para Julho/08, que encerrou a sessão a 150,90 cents/lb ou R$ 317,61/sc. A posição Setembro, com +65 pontos, terminou o dia a US$ 153,20 cents/lb (R$ 322,45/sc). O dólar comercial fechou a segunda-feira em queda, cotado a R$ 1,591, batendo novo recorde de baixa e voltando ao menor patamar desde janeiro de 1999.
Gráfico 1. Contrato café, ICE Futures U.S.
Dólar
De acordo com o InfoMoney, o dólar comercial permaneceu abaixo de R$ 1,60, operando em baixa logo nos primeiros negócios do dia, com o clima de otimismo no mercado interno. Já os mercados externos apresentaram clima ameno para as negociações, mesmo diante da pressão inflacionária vinda da cotação elevada do petróleo (que bateu US$ 143,00 durante a sessão) com investidores avaliando dados favoráveis da atividade industrial norte-americana em junho.
"De acordo com dados divulgados pelo FMI (Fundo Monetário Internacional) nesta segunda-feira, as reservas estrangeiras mundiais no primeiro trimestre chegaram a US$ 4,322 trilhões, contra US$ 4,070 trilhões no quarto trimestre de 2007 e US$ 3,469 trilhões no primeiro trimestre do ano passado", publicou o site.
Gráfico 2. Cotação do dólar (R$)
Tabela 1. Comparativos das principais Bolsas de café
Mercado do robusta
Em Londres, a LIFFE - bolsa de mercados futuros - também começou a semana com saldo positivo. Os contratos previstos para Julho/08 subiram mais de 2% (49 pts), cotados a US$ 2480/t ou R$ 236,76/sc, ao passo que contratos para Setembro/08 valorizaram 2,3%, acumulando +56 pontos no final da sessão. A posição fechou a US$ 2.480/t, ou R$ 236,76/sc.
Gráfico 3. Contrato café, LIFFE
BM&F
Nesse início de semana, diversas posições futuras da Bolsa de Mercadorias & Futuros de São Paulo não tiveram contratos negociados, como foi o caso de Julho/08, que, com 2 contratos em aberto, permaneceu a US$ 181,40/sc ou R$ 288,63, sem reajuste em relação ao dia anterior. Setembro, entretanto, com 2.114 contratos negociados, encerrou a sessão com +US$ 0,60, a US$ 184,60/sc (R$ 293,72/sc).
Gráfico 4. Contrato café, BM&F
Tabela 2. Principais Indicadores, Bolsas e cotação do Dólar
Mercado físico
Em Guaxupé, Minas Gerais, a saca do arábica - tipo 6 bebida dura para melhor - foi negociada a R$ 276,00, como no dia anterior. O indicador Cepea/Esalq registrou alta de R$ 1,53 e fechou a R$ 264,18/sc. Em Franca, São Paulo, os negócios foram realizados a R$ 273,00/sc.
O café despolpado de Vitória da Conquista valorizou R$ 5,00, voltando ao patamar de R$ 260,00/sc. Nas praças de Araguari e Patrocínio/MG, a safra nova permaneceu a R$ 260,00/sc, enquanto que em Caratinga, a saca seguiu comercializada a R$ 265,00.
Em São Gabriel da Palha/ES, o conillon - tipo 6/7 com mais de 90% de peneira 13 - vem sendo negociado a R$ 203,00/sc desde o dia 30 de abril de 2008. Segundo o indicador diário à vista do Cepea/Esalq, a saca foi cotada a R$ 217,49 - 0,7% a mais que no dia anterior.
Gráfico 5. Indicador Esalq-arábica x contrato BM&F
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Julio Frare, Equipe CaféPoint