De acordo com a Mellão Martini, o mercado cafeeiro finalizou as operações nesta quinta-feira com boa valorização, impulsionada por compras de fundos, ordens técnicas e também influenciado por outros mercados de commodities.

Ontem, a Bolsa de Nova York registrou forte alta, pela terceira vez consecutiva. Julho/08 subiu 365 pontos, fechando a 151,25 cents/lb ou R$ 318,99/sc, com 2,5% de valorização em relação ao dia anterior. Os contratos com vencimento para setembro registraram +330 pontos e terminaram a sessão a 153,65 cents/lb (R$ 324,05/sc), atingindo valores não alcançados desde meados de março deste ano. Nesta quinta-feira, o dólar comercial fechou a R$ 1,594.

Segundo Joaquim Goulart, gerente de desenvolvimento técnico da Cooxupé, a colheita segue bastante atrasada no Sul e Cerrado de Minas Gerais, e parte de São Paulo. Levantamento da cooperativa mostrou que no Sul de Minas Gerais, de 222.594 hectares, 15.809 estão colhidos, ou seja, 7,1% da área. Normalmente, já era para os trabalhos estarem em torno dos 30%. O atraso nas floradas em 2007, com a demora para a chegada do período de chuvas é apontado como um dos grandes responsáveis pelo atraso, segundo informações da Agência Safras.

Na região de atuação da Cooperativa de Cafeicultores e Agropecuaristas de Franca (Cocapec), no norte de São Paulo, os trabalhos de colheita de café da safra 2008 apresentam um atraso de quase 30 dias, devido ao atraso da florada nas lavouras. Segundo fonte da Cooperativa, o clima tem cooperado, apesar da forte chuva que incidiu na região no dia 24. Estima-se que até o momento 20% a 30% dos grãos já foram colhidos.

Gráfico 1. Contrato café, ICE Futures U.S.


Dólar

A forte aversão ao risco dos mercados globais pesou sobre as negociações no câmbio interno e, com a confirmação de que o diferencial de juro ainda favorece o Brasil, com a manutenção da taxa norte-americana na véspera, a divisa norte-americana terminou o dia em baixa, muito próxima à cotação anterior.

Segundo o InfoMoney, o otimismo verificado na sessão anterior cedeu lugar à aversão ao risco, principalmente após o Goldman Sachs projetar perdas de US$ 9 bilhões e US$ 4 bilhões para o próximo trimestre contábil de Citigroup e Merrill Lynch, respectivamente.

Gráfico 2. Cotação do dólar (R$)


Tabela 1. Comparativos das principais Bolsas de café


Mercado do robusta

Em Londres, a Bolsa de mercados futuros também fechou o dia com saldo positivo para o mercado de café. A posição Julho/08 subiu 48 pontos, encerrando a quinta-feira a US$ 2449/t, ou R$ 234,27/sc. Setembro, com +56 pts, terminou a sessão a US$ 2.442/t ou R$ 233,60/sc.

Gráfico 3. Contrato café, LIFFE


BM&F

A Bolsa de Mercadorias & Futuros de São Paulo, acompanhando a Bolsa de NY, também terminou o dia em alta. A posição Julho/08 subiu +US$ 4,60, cotada a US$ 182,90/sc, ou R$ 291,60. Para setembro, +US$ 4,60 elevaram o preço da saca a US$ 186,60 (R$ 297,50).

Gráfico 4. Contrato café, BM&F


Tabela 2. Principais Indicadores, Bolsas e cotação do Dólar


Mercado físico

Em Guaxupé, Minas Gerais, a saca do arábica - tipo 6 bebida dura para melhor - foi negociada a R$ 279,00, R$ 7,00 a mais que no dia anterior. O indicador Cepea/Esalq subiu R$ 5,13 e registrou R$ 264,81/sc, alta de quase 2%. Em Franca, São Paulo, os negócios foram realizados a R$ 267,00/sc.

O café despolpado de Vitória da Conquista somou mais R$ 5,00, negociado a R$ 260,00/sc. Na praça de Araguari/MG, a safra nova subiu R$ 10,00, comercializada também a R$ 260,00/sc. Reajuste de +R$ 5,00 nas praças de Patrocínio e Caratinga, Minas Gerais, fez com que a saca do café alcançasse R$ 260,00 e R$ 265,00, respectivamente, também para safras novas.

Em São Gabriel da Palha/ES, o conillon - tipo 6/7 com mais de 90% de peneira 13 - vem sendo negociado a R$ 203,00/sc desde o dia 30 de abril de 2008. Segundo o índice Cepea/Esalq, a saca foi cotada a R$ 215,70, com alta de R$ 1,52.

Gráfico 5. Indicador Esalq-arábica x contrato BM&F



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Julio Frare
Equipe CaféPoint