Marcus Magalhães, da Maros Corretora, disse que o dia no mercado cafeeiro foi nervoso diante das recentes altas internacionais, fortes e encontrando no mercado interno, um cenário desolador devido a queda livre do dólar.
"Os investidores estão ansiosos, pois até os mais otimistas não poderiam imaginar cotações externas tão altas para este período do ano. O resultado são diferenciais de exportação sofrendo severo aumento, e mesmo assim, com demandas pontuais".
Magalhães conclui ressaltando que as altas internacionais surgem de movimentos especulativos, no imediato, e não encontram reciprocidade compradora, no spot.
Os contratos para mar/08 fecharam em 161,65 cents/lb (R$ 356,93/sc), alta de 330 pontos (+2,09%). Set/08 ficou em 168,45 cents/lb (R$ 372,29/sc), valorizado 360 pontos (+2,18%).
Gráfico 1. Contrato café, ICE Futures U.S.
Dólar
O dólar compra foi cotado em R$ 1,671, recuo de 0,99% em relação ao dia anterior.
A moeda norte americana reagiu ao discurso do presidente do Fed, Ben Bernanke, e aos bons fundamentos da economia doméstica, de acordo com o InfoMoney.
Em discurso ao Congresso dos EUA, o chairman do Federal Reserve, Ben Bernanke, reiterou que agirá conforme o necessário para garantir que os problemas nos mercados imobiliário e de crédito não causem ainda mais impactos sobre uma economia já enfraquecida.
As palavras de Bernanke se uniram às do vice-chiarman, Donald Kohn, e reforçaram as expectativas de novos cortes na taxa básica de juro do país. Kohn afirmou na terça-feira (26) que "a enfraquecida economia americana é uma preocupação maior que a inflação".
No Brasil, segundo dados divulgados pelo Banco Central, o governo apresentou um superávit primário de R$ 18,662 bilhões em janeiro, o melhor resultado para o mês desde o início da série, em 1991.
O BC realizou nesta quarta-feira mais um leilão de swap cambial reverso. A operação vendeu a oferta total dos 34.100 contratos, com um volume equivalente a US$ 1,633 bilhão.
Gráfico 2. Cotação do dólar (R$)
Mercado do robusta
A bolsa de Londres registrou nova alta para o mercado do robusta. Os contratos para mar/08, com 86 pontos (+3,43%) de valorização, fecharam em US$ 2.590/ton (R$ 259,63/sc). Maio/08 cotado a US$ 2.640/ton (R$ 264,64/sc), teve alta de 95 pontos (+3,73%).
Gráfico 3. Contrato café, LIFFE
BM&F
A volatilidade voltou a subir na BM&F, após 4 dias de queda. Mar/08 registrou 1,59% e set/08, 1,55%. Não houve contratos de opções negociados nesta quarta-feira.
Os contratos futuros fecharam em alta. O vencimento mar/08 ficou em US$ 190,30/sc (R$ 317,93/sc), valorizado US$ 5,70/sc (R$ 9,52/sc), com 282 contratos negociados e 1.122 em aberto. Set/08, com 3.223 contratos negociados a US$ 201,30/sc (R$ 336,31/sc), apresentou alta de US$ 5,50/sc (R$ 9,19/sc). Em aberto ficaram 28.174 contratos.
Gráfico 4. Contrato café, BM&F
Mercado físico
O mercado físico fechou com os preços em alta e mais uma vez o dólar prejudicou os negócios. O indicador Esalq-arábica ficou em R$ 291,05/sc, valorizado R$ 2,71/sc. O indicador para conilon fechou em R$ 231,96/sc, alta de 3,51/sc.
Acesse a tabela completa das cotações dos mercados futuro e físico aqui.
Não houve arremates no leilão de CPR-Física do Banco do Brasil, nesta quarta-feira (27). Dentre os 72 lotes ofertados, somavam-se 21.600 sacas. O lote de Patrocínio/MG (arábica padrão BM&F) foi ofertado pelo preço mais baixo, R$ 278,00/sc para entrega em setembro. No outro extremo, com os preços mais altos do leilão, também de Patrocínio/MG, ficaram alguns lotes a R$ 400,00/sc (arábica padrão), para entrega em dezembro. A média de preço foi R$ 327,78/sc.
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Gráfico 5. Indicador Esalq-arábica x contrato BM&F
Rodrigo Cascalles, equipe CaféPoint