Celso Oliveira, meteorologista da Somar:
Prezado Alfredo,
A falta de chuva no Espírito Santo e o excesso em São Paulo e parte do Rio e de Minas (algumas cidades dos dois Estados estão tão secas quanto o Espírito Santo) tem uma influência direta do El Niño.
Em anos em El Niño, os sistemas meteorológicos tropicais, como a Alta da Bolívia, acabam migrando para áreas que normalmente têm clima subtropical, como o Rio Grande do Sul e Argentina. A migração deste sistema meteorológico faz com que todos os outros sistemas meteorológicos migrem em cadeia mais para sul. E isto inclui o Vórtice do Nordeste. Esta espécie de ar seco, que normalmente causa estiagem sobre a Bahia, está mais ao sul neste ano, entre o Espírito Santo, Minas Gerais e o extremo sul da Bahia. E para piorar, o sistema está bastante intenso, não tem enfraquecido com facilidade. Com isto, as frentes frias, sistemas meteorológicos que trazem chuva ao Brasil, não conseguem passar do sul do Rio de Janeiro.
Previsões mais estendidas indicam a volta das chuvas fortes e generalizadas apenas para o período entre 30 de janeiro e 1º de fevereiro, com acumulado em torno dos 20mm. Entretanto, apesar das chuvas, alertamos para a volta da estiagem no decorrer de fevereiro.
Nada garante a continuidade das precipitações a partir de 02 de fevereiro. Portanto recomendamos cautela com quaisquer tomadas de decisões que envolvam precipitações regulares ao longo do mês de fevereiro.
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