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Sexta-feira fecha em baixa após fortes altas da semana

RODRIGO CORREA DA COSTA

EM 30/06/2008

6 MIN DE LEITURA

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Segundo analistas ouvidos pela Bloomberg, a aceleração da colheita e a esperada retomada das exportações, que caíram em junho, foram as maiores responsáveis pela queda da cotação do café na sexta-feira. O clima mais seco nas plantações brasileiras deve estimular a colheita, que atrasou devido às chuvas. Com a colheita atrasada, os embarques de arábica, em comparação com o mesmo período do mês anterior, caíram 11% do início de junho até a quinta-feira, publicou o Jornal Valor Econômico.

Desde o final de março, o mercado internacional de café, balizado pelas cotações do arábica na Bolsa de Mercadorias de Nova York, vinha trabalhando dentro de margens mais estreitas de oscilação. Ora o mercado avançava, ora recuava, com volatilidade ainda, mas no final dos movimentos se observava que as margens entre mínima e máxima, a "banda de oscilação", não variava muito.

Segundo a Agência Safras, isso se explicava pelo período em que o mercado se encontrava. Havia a espera pela entrada da safra brasileira, uma safra maior e sendo assim um fator baixista. Por outro lado, a oferta restrita junto aos produtores do Brasil, que chegou à nova temporada com estoques próximos do zero, consistia num fator altista. Naturalmente, também se aproximava o período de frio, quando os temores com geadas ou temperaturas muito baixas sempre levam o mercado à cautela, a um ritmo de espera cuidadosa com os boletins meteorológicos.

Entretanto, nesta segunda quinzena de junho, a Bolsa de NY passou por absurdos movimentos altistas, com cinco sessões de altas consistentes a partir de 20 de junho, o que elevou as cotações aos níveis mais altos em mais de três meses, tirando o mercado das suas margens anteriores, e causando espanto diante da falta de apego a razões fundamentais. Estas altas recentes poderiam até se explicar pela agitação climática, com previsões de frio intenso sobre os cafezais brasileiros. Poderia ainda se dizer que o atraso na colheita brasileira seria o motivo pra tanta excitação nas bolsas. De qualquer forma, nenhum fator parece forte o bastante pra justificar mais de 20% de alta para o café arábica em NY em menos de um mês.

Segundo o analista da Safras & Mercado, Gil Barabach, é preciso avaliar além das fronteiras fundamentais e avançar sobre fatores exógenos ao café. Além do índice de commodities CRB, que vem subindo, a desvalorização do dólar em relação a outras moedas - sobretudo o euro - tem importante reflexo positivo sobre os preços das commodities. todas estas explicações acima ainda são insuficientes.

Para tal alta acentuada, foi preciso uma massiva participação dos fundos e também de especuladores na ponta comprada para o café. "É importante notar que esses agentes atravessaram um momento de calmaria em suas ações, particularmente depois que foram levantadas suspeitas de manipulação no mercado de petróleo", lembra Barabach. Na disparada das cotações em fevereiro, esses agentes chegaram a carregar uma carteira com mais de 56 mil posições líquidas compradas na Bolsa de NY. De lá para café reduziram drasticamente essas posições para pouco mais de 20.000 contratos e agora deverão aparecer bem mais comprados.

A conclusão do analista é que fatores técnicos e gráficos foram puxando para cima as cotações em NY numa constante, com os fundos com toda força levantando o mercado. Naturalmente, em algum momento deverá ocorrer uma correção técnica, com realização de lucros, que pode enxugar grande parte destes ganhos acumulados nos últimos dias no mercado. Isso porque, é bom lembrar, levando-se em consideração os aspectos fundamentais, as cotações já subiram excessivamente nas últimas sessões em NY, em um momento em que a colheita começa a evoluir no Brasil e em que não há maiores riscos de geadas.

Ontem, a Bolsa de Nova York fechou em baixa para o mercado cafeeiro. Julho e Setembro cederam 110 pontos cada, fechando o dia a 150,15 cents/lb (R$ 319,17/sc) e 152,55 cents/lb (R$ 324,27/sc), respectivamente. Nesta sexta-feira, o dólar comercial fechou a R$ 1,607, de acordo com o Banco Central.

Gráfico 1. Contrato café, ICE Futures U.S.


Dólar

De acordo com o InfoMoney, o dólar comercial operou na maior parte da sessão em ligeira alta, motivada pelo clima de desconfianças e incertezas na cena externa. Segundo Sidnei Nehme, diretor da corretora de câmbio NGO, merece atenção o comportamento dos estrangeiros nas operações com contratos futuros de dólar na BM&F. O economista afirma que estes investidores vêm aumentando sua posição vendida no mercado futuro, ou seja, apostam na queda da moeda.

Contudo, Nehme acredita que a cotação da moeda não irá "derreter" por conta destas posições, pois, para ele "o interesse parece que é o de neutralizar esta variável em R$ 1,60, pois todos sabem das conseqüências nefastas para a economia se este piso for rompido de forma consistente". Também entrou em pauta a notícia de que as reservas internacionais do Brasil superaram a marca inédita de US$ 200 bilhões.

Gráfico 2. Cotação do dólar (R$)


Tabela 1. Comparativos das principais Bolsas de café


Mercado do robusta

O Sicoob Espírito Santo acaba de disponibilizar R$ 26,3 milhões provenientes do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) para o financiamento da safra de café. Os recursos podem ser utilizados para o pagamento de despesas inerentes à estocagem e ao armazenamento dos grãos. Segundo o diretor-presidente do Sicoob ES, Bento Venturim, o montante é liberado em parcela única, após a contratação. O limite por produtor é de R$ 750 mil. As cooperativas de produtores rurais, por sua vez, podem contratar até 50% do valor referente à capacidade de beneficiamento ou de industrialização do café. A taxa é de 7,5% ao ano, e os beneficiados têm um prazo de até 180 dias para iniciar o pagamento. As informações são da Organização das Cooperativas Brasileiras - OCB.

Em Londres, a LIFFE - bolsa de mercados futuros - também fechou o dia com saldo negativo. As posições Julho e Setembro/08 caíram 18 pontos, encerrando os trabalhos a US$ 2431/t (R$ 234,38/sc) e US$ 2.424/t (R$ 233,71/sc), respectivamente.

Gráfico 3. Contrato café, LIFFE


BM&F

A Bolsa de Mercadorias & Futuros de São Paulo, seguindo o desempenho de NY, também terminou o dia em baixa. A posição Julho/08 recuou US$ 1,50, cotada a US$ 181,40/sc, ou R$ 291,49. Setembro, com -US$ 2,60, fechou a sessão a US$ 184,00/sc (R$ 295,67).

Gráfico 4. Contrato café, BM&F


Tabela 2. Principais Indicadores, Bolsas e cotação do Dólar


Mercado físico

Em Guaxupé, Minas Gerais, a saca do arábica - tipo 6 bebida dura para melhor - foi negociada a R$ 276,00, R$ 3,00 a menos que no dia anterior. O indicador Cepea/Esalq cedeu R$ 2,16 e registrou R$ 262,65/sc, baixa de 0,8%. Em Franca, São Paulo, os negócios foram realizados a R$ 273,00/sc.

O café despolpado de Vitória da Conquista desvalorizou R$ 5,00, voltando aos R$ 255,00/sc. Nas praças de Araguari e Patrocínio/MG, a safra nova permaneceu a R$ 260,00/sc, enquanto que em Caratinga, a saca seguiu comercializada a R$ 265,00.

Em São Gabriel da Palha/ES, o conillon - tipo 6/7 com mais de 90% de peneira 13 - vem sendo negociado a R$ 203,00/sc desde o dia 30 de abril de 2008. Segundo o índice Cepea/Esalq, a saca do conillon foi cotada a R$ 215,97.

Gráfico 5. Indicador Esalq-arábica x contrato BM&F



Acesse a tabela completa das cotações dos mercados futuro e físico aqui

Existe algum fato em sua região que possa afetar o mercado, positiva ou negativamente? Por favor, comente no espaço abaixo para cartas.

Julio Frare, Equipe CaféPoint

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