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A Grécia e os modernos modelos matemáticos

RODRIGO CORREA DA COSTA

EM 08/02/2010

4 MIN DE LEITURA

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Comentário semanal - 01 a 05 de fevereiro

Os mercados tiveram mais uma semana turbulenta, causada pelo desconforto com algumas economias da União Européia, principalmente a Grécia.

O nervosismo se deve pelos déficits insustentáveis destas economias, sendo que a Grécia está tentando se esforçar para mostrar aos seus credores que implementará cortes orçamentários significativos para equilibrar as suas contas, muito embora os investidores queiram não só uma garantia da UE mas também de algum organismo internacional, para terem um sono mais tranquilo.

Como tem se tornado comum em épocas de desespero, o que vemos é os investidores saírem correndo de tudo que consideram mais arriscado, leia-se ações, commodities e mercados emergentes, e atracarem seu dinheiro no dólar americano e em títulos de dívidas dos Estados Unidos (Japão e Alemanha também gozam desta percepção de segurança).

De uma forma mais simplista, tudo se relaciona de forma oposta a performance do dólar americano, ou seja, a valorização da moeda americana demonstra a corrida de investidores para este "porto seguro", em detrimento dos demais ativos.

As vezes esta teoria é difícil de ser compreendida, mas este fenômeno teve início em meados da primeira década deste século quando os administradores de riquezas buscavam uma alternativa de investimento para protegerem suas carteiras das oscilações negativas do mercado acionário e de títulos. Estudos estatísticos, com o histórico de resultados, apontaram que investimentos em terra (ou imóveis em geral), e em commodities, diminuíam a volatilidade das carteiras, e desde então vimos um incremento no interesse nestas duas classes de investimento. Os imóveis acabaram provocando a confusão que nos metemos, mas isto se deu em função de uma nova realidade onde alguns tipos de "seguros" (CDS e CDOs) permitiram uma alavancagem muito grande, que se mostrou insustentável.

Com as commodities a coisa parece estar um pouco mais comedida, e os reguladores americanos estão tentando fazer com que não se permita que fujam do controle.

No fim significa dizer que modelos matemáticos criaram portfólios com o maior retorno possível, dentro de uma volatilidade máxima aceitável, fazendo isto através de empréstimos adquiridos em moedas com taxas de juros baixas e diversificação de investimentos em ativos que dariam uma proteção para as carteiras.

Só que como todo mundo fez a mesma coisa, estes ativos alternativos acabaram perdendo um pouco da correlação negativa, e alavancagem machucou (ou machuca) de uma maneira grande. Então quando todo mundo resolve liquidar ações, por exemplo, também o fazem com commodities, e daí tudo cai junto...

A idéia aqui é explicar um pouco o porquê desta balbúrdia que temos visto acontecer nos mercados nos últimos 2 anos, e que inevitavelmente afeta o mercado de café.

Como mencionamos no relatório da semana passada, os preços futuros do café na bolsa de Nova Iorque testaram novas mínimas em função da valorização do dólar, que fez o real negociar nesta semana a R$ 1.8975, e o Euro a US$ 1.3586 - menor nível desde maio de 2009.

Fundos foram os responsáveis pelas vendas no mercado, diminuindo suas posições compradas e alguns aumentando suas posições vendidas.

Torradores ficaram felizes com o movimento, pois estavam com uma das mais baixas coberturas que se têm registro, aproveitando para comprar não só o contrato do mês de março, como maio e julho.

As origens ficaram com um gosto amargo na boca, pois alguns estavam esperando uma recuperação dos preços e guardavam algumas fixações para serem feitas.

A queda de Nova Iorque provocou um encarecimento no custo de reposição nos principais países produtores, ainda que menor do que se imaginaria depois da queda de quase 20 centavos de Nova Iorque desde a primeira semana de janeiro.

Londres se comportou melhor, respeitando, por enquanto, as mínimas vistas no final de 2009 (considerando o gráfico contínuo para a 1ª e a 2ª posição).

BM&F em alguns momentos caía tanto quanto ou mais que Nova Iorque, só ficando mais equilibrada na sexta-feira. Mas mesmo assim a arbitragem de setembro x setembro estreitou para 17.50 centavos por libra, mais firme que a semana passada, mas longe dos 15 centavos que negociou em alguns momentos no ano passado.

Parece que a janela que temos para o mercado subir está se fechando mais rápido do que imaginávamos, e a queda acentuada do mercado desafogou aqueles que precisavam urgentemente comprar. Com o dólar americano firme, temos a impressão que o mercado encontrará vendas de produtores em patamares abaixo de 140 centavos, nível equivalente aos 150.00 centavos e o dólar abaixo de 1.80.

A proximidade da safra 10/11 brasileira começa a pesar nos preços, já que independentemente de alguns acreditarem em 53 milhões de sacas e outros 60 milhões de sacas, ela de qualquer forma será bem maior do que a safra corrente.

A esperança dos altistas fica por conta dos fundos montarem uma posição vendida, que em um soluço que o mercado dê para cima acabe causando uma recuperação acentuada dos preços.

Apesar do mercado estar tecnicamente horroroso e dando pouco estímulos para ser comprado, eu creio que especular na baixa nos atuais níveis de preço parece mais arriscado do que o contrário, pelo menos no curto prazo - mas por outro lado temos que ver o dólar parando de valorizar.

Caso o dólar americano se aquiete, Nova Iorque deve ficar entre um novo intervalo, entre 130.00 e 140.00 centavos (a partir de agora considerando a tela de Maio de 2010).

Tenham todos uma boa semana e muito bons negócios.

RODRIGO CORREA DA COSTA

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