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Armadilha para combater a broca do café é alternativa a agrotóxico

PRODUÇÃO

EM 14/07/2015

4 MIN DE LEITURA

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Da redação

No combate a praga da broca do café, que provoca perdas consideráveis nas lavouras cafeeiras, os técnicos da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais – Emater (MG) estão trabalhando uma armadilha para atrair com uma isca o besouro (hypothenemus hampei), que causa o problema. A técnica, desenvolvida pelo Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), foi agora adaptada para as características da região da Zona da Mata. A experiência foi implantada no município de Muriaé, na Fazenda Santa Rosa.

A larva desse besouro se alimenta dos frutos do cafeeiro, danificando ou mesmo destruindo totalmente os grãos. O experimento, testado em uma unidade demonstrativa na propriedade de um cafeicultor familiar, conseguiu reduzir em 80% o nível de infestação do inseto em um cafezal de um hectare, com o uso de armadilhas feitas de garrafas pet. A iniciativa permitiu observar e comparar com outra lavoura, na mesma fazenda, onde não foram adotadas as armadilhas. “Na lavoura que não teve esse controle, o ataque da broca chegou a 2,5% dos frutos. Na lavoura com tratamento com a isca alimentar, o ataque da broca foi de 0,5%”, explica o engenheiro agrônomo, Robério de Oliveira Torres, da Emater (MG) de Muriaé.

Armadilha de capturar a broca do café / Foto: Divulgação/ Emater
 
O coordenador técnico regional de Muriaé, o engenheiro agrônomo Ricardo Tadeu Galvão, e o cafeicultor familiar Adão Mendes, que cedeu sua propriedade para servir de unidade demonstrativa da experiência com a armadilha de capturar broca /
Foto: Divulgação/ Emater

O resultado da iniciativa foi considerado excelente pelo agrônomo, sendo compartilhado com cafeicultores da região. “Os benefícios com a utilização dessa armadilha são valiosos: proteção do cafezal, proteção à saúde dos agricultores e consumidores e do meio ambiente, pois não deixa resíduos que coloquem em risco animais e lençol freático. Além disso, não podemos esquecer a parte econômica dessa tecnologia, pois o ataque da broca diminui, o que freia a queda dos frutos, que ganha mais peso e melhora a qualidade da bebida do café. O custo também é menor, cerca de R$ 80 por hectare ao ano”, garante.

Como é feita a armadilha
O técnico Robério de Oliveira explica que a armadilha é constituída de uma garrafa pet de dois litros, com abertura lateral. Ela é usada de cabeça para baixo, com a tampa de plástico fechada. Na parte inferior da garrafa, é colocada uma mistura de água com detergente. Para cada 200 ml de água, é necessário 1 ml de detergente.

Dentro da garrafa pet, na parede interior, é afixado um vidro de 20 ou 30 mililitros com um atrativo alimentar, que serve de isca. Para cada litro da mistura, são necessários, 750 ml de álcool metílico (metanol), misturado com 250 ml de álcool etílico (etanol) e 10 gramas de café moído e torrado. Como o metanol é um produto tóxico, é necessária a orientação de um técnico para a manipulação. Na tampa do vidrinho, é feita uma pequena abertura para dispersar o aroma.

 

Armadilha de capturar a broca do café / Foto: Divulgação/ Emater

A engenhoca é então fixada no pé de café, na altura de um metro e meio. O inseto é atraído pelo cheiro da mistura. Como há pouco espaço para o besouro voar dentro da garrafa pet, ele acaba caindo na água com detergente e morrendo. A orientação do técnico é para que essas garrafas capturadoras sejam montadas quando o grão do café começa a se desenvolver. Devem ser espalhadas 25 armadilhas por hectare, com uma distância de 20 metros entre elas. A mistura da isca e a água com detergente devem ser completadas sempre que necessárias. Os técnicos também alertam que durante a colheita, o produtor deve manter a lavoura sem restos de café no chão e não deixar frutos nos pés. Isso ajuda a ter um controle mais eficiente da broca.

“Esta metodologia de controle é excelente para o pequeno produtor. Além do baixo custo, é mais segura e ecológica, pois os produtos encontrados hoje no mercado para combater a praga são muito tóxicos”, explica o coordenador técnico regional da Emater (MG), Ricardo Tadeu Galvão.

Café em Muriaé
A cafeicultura tem grande importância econômica e social para o município de Muriaé e região e por isso o escritório local tem norteado suas ações na agroecologia. “Temos trabalhado muito com práticas agroecológicas, que visam constituir uma agricultura e pecuária mais natural. Procuramos evitar o uso indiscriminado de agrotóxicos e em muitos casos eliminando-os”, relata Robério de Oliveira. Segundo o agrônomo da Emater (MG), já faz parte da rotina de trabalho da unidade, a indicação de caldas alternativas para combater pragas e até o uso da homeopatia para lidar com a pecuária. “Temos parcerias com o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia e com grupos que buscam tecnologias alternativas”, informa.

De acordo Oliveira, Muriaé tem cerca de 2 mil hectares de café, sendo aproximadamente 1,5 mil hectares em produção. Para este ano, o município tem produção estimada em 33 mil sacas de 60 quilos de café. Já Minas Gerais é o estado maior produtor e exportador de café do mundo, com safra estimada entre 22 a 24 milhões de sacas, respondendo por 67% do café arábica produzido no Brasil, numa área plantada de 1,1 milhão de hectares, distribuídos em 587 municípios, envolvendo e gerando na sua cadeia produtiva 3 milhões de empregos diretos e indiretos.

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ARNALDO PELOSO

BOA ESPERANÇA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 17/07/2015

Eu reparei que na foto da armadilha a garrafa pet está pintada de uma cor vermelho-alaranjada, é necessário fazer essa pintura na armadilha?
AIBI JORGE TORRES

CABO VERDE - MINAS GERAIS

EM 16/07/2015

Felipe Uribe, enviei para seu correio eletrônico. Abraço.
ANA PAULA PAIXÃO

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS

EM 15/07/2015

Parabéns Emater pelo excelente trabalho ! A final temos que preservar o meio ambiente, a saúde das pessoas. O mundo vê com bons olhos essas iniciativas ! https://www.anainternationallawyer.com
ARNALDO PELOSO

BOA ESPERANÇA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 15/07/2015

Parabéns pela armadilha, é de idéias assim, baratas e que não prejudicam o meio ambiente que precisamos!!!
FELIPE URIBE SALAZAR

EM 15/07/2015

Hay forma de que me den este artículo en español. Mi mail es fusa59@gmail.com, Felipe Uribe

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