O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Antonio Andrade, recebeu o deputado federal Carlos Melles, em audiência na quinta-feira (04/04), em Brasília, quando discutiram uma extensa pauta relacionada ao setor cafeeiro. “O ministro é um amigo de longa data, foi uma visita para me colocar à disposição, como um colaborador sobretudo nos assuntos de café, leite e cooperativismo, mas também tratamos de assuntos que estão na ordem do dia para a cafeicultura”, informou Carlos Melles, que atualmente é secretário de Transportes e Obras Públicas de Minas, mas tem uma vida dedicada ao café, como pesquisador, agrônomo, presidente há 25 anos da Cooparaiso, além de uma forte atuação parlamentar em favor do café.

De acordo com Melles, o ministro Antonio Andrade confirmou a necessidade de um preço mínimo remunerador para o café, enfatizando ser uma medida prioritária e que vai derivar em um programa de opções e pepro, iniciando uma política futura para o café, ordenando os estoques de café, inclusive da safra futura. O setor pede um preço mínimo de R$ 340,00, proposta avalizada pelo próprio ministro, mas que não foi votada pelo Conselho Monetário Nacional - CMN, em sua última reunião, mas que deve acontecer até o final de abril, segundo expectativa de lideranças do setor (confira mais a respeito).

O ministro discutiu ainda com Melles questões relativas sobre a importância do Brasil como maior produtor e exportador e segundo maior consumidor de café e sua responsabilidade em pautar políticas internacionais para o produto. Neste aspecto, discutiu-se a proposta de um encontro com os principais países produtores de café, antes da reunião dos 50 anos da Organização Internacional do Café – OIC, que ocorre em setembro, em Belo Horizonte. É um esforço para que os países produtores possam chegar ao encontro internacional alinhados em torno de política que preserve e dê sustentação a quem produz.

Ainda de acordo com Melles, a audiência foi produtiva em muitos outros aspectos. “Colocamos ao ministro sobre a necessidade da desoneração da folha de pagamento do café, tomando como base medidas que o governo já tomou em favor de outros setores como a indústria e a construção civil”, pontuou. Neste ponto o deputado lembrou sobre a criação da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, em 2006,e depois o Microempreendedor Individual, em que ele foi o presidente da Comissão que teve membros do Governo atual, como o deputado Jose Pimentel, Claudio Vignatti (atual secretário-executivo da Secretaria de Relações Institucionais), Pepe Vargas (atual ministro do Desenvolvimento Agrário), deputado Hauly, com o trabalho efetivo do Sebrae. “Realizamos um trabalho importante e que produziu avanços significativos nas relações trabalhistas,tributárias e previdenciárias, e agora precisamos que o produtor e trabalhador rural tenha uma legislação semelhante, que propomos ser o Microempreendedor Individual Rural - Mei Rural.

Carlos Melles destacou que o café tem um alto custo de produção, sendo a mão de obra responsável por 40% a 50% deste montante (confira artigo recente de Rodrigo Muniz do Educampo Café a este respeito). Diante desse quadro, o deputado enfatiza que medidas para redução de custos, e que ao mesmo tempo valorize e dê dignidade ao produtor e trabalhador, além de estimular a mecanização, são fundamentais para a recuperação e sustentabilidade do setor cafeeiro, responsável para geração de 8 milhões de empregos diretos e indiretos ,e renda em 1.800 municípios brasileiros, 600 deles só em Minas.

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A matéria é de Paulo H. Delfante, Coordenador de Comunicação do Deputado Federal Carlos Melles, adaptada pelo CaféPoint.