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Indústria nacional de café e os desafios frente a concorrência estrangeira

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 21/01/2013

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O Brasil está travando uma batalha pelo consumidor mais sofisticado - e pelos lucros mais expressivos na venda desse produto.

Ainda são os brasileiros os principais exportadores do grão commodity (sem valor agregado), mas os volumes do café torrado e moído exportados diminuem ano a ano.

Na outra ponta, o país importa volumes cada vez maiores de pó ou cápsulas especiais para máquinas de café feito sob pressão, a preços bem maiores - porque o café passou por seleção, "blending" (mistura de sabores) e acaba tendo um aumento de qualidade.

Nessa batalha, quem ri por último é a Suíça, principal fornecedora do produto especial. O preço desse café vindo de outros países chega a R$ 240 por quilo -diluídos em pequenas doses de pouco menos de dez gramas.

Nos supermercados, o quilo do produto comum nacional gira em torno dos R$ 10.

As indústrias que operam no Brasil acreditam que o país ainda não tenha perdido completamente o bonde desse novo hábito de consumo, mas a tendência está se acelerando. Em 2012, a importação de cafés especiais somou 1.228 toneladas, 52% mais do que no ano anterior.

No mesmo período, as exportações brasileiras de café torrado e moído recuaram para 2.218 toneladas, com queda de 38% no ano.

Em apenas sete anos, os gastos do Brasil com compras externas da bebida passaram de quase nada para US$ 35,8 milhões. Já as exportações, que chegaram a US$ 40 milhões por ano, recuaram para US$ 18,3 milhões em 2012.

No foco dessa história estão as maquininhas, hoje com presença obrigatória em toda lista de casamento. Já somam 850 mil unidades nas residências no país, quase o dobro das 450 mil em 2011.

A inovação dessas máquinas é permitir que se faça um café rápido, prático e com dose individual, mantendo a qualidade. Apesar de o preço ser mais de 20 vezes maior que o do café comum, cresce o número de consumidores brasileiros que preferem pagar pela comodidade.

Esse nicho de café começa a apresentar, no entanto, algumas mudanças. Devido ao valor maior do produto, tem crescido a oferta de cápsulas genéricas, adaptáveis às máquinas das indústrias pioneiras no setor, o que não ocorria antes.

As fabricantes brasileiras dizem que a tendência é irreversível e que têm de participar desse mercado. Isso trará uma concorrência acirrada nos próximos anos. Um sinal dela é o recuo dos preços das cápsulas no mercado interno. O quilo desse café já chegou a custar R$ 320.

Nathan Herszkowicz, diretor-executivo da Abic (Associação Brasileira da Indústria de Café), diz que a inovação exige altos investimentos e as indústrias nacionais não viveram um bom momento financeiro nos últimos anos.

Impostos e preços do café praticamente sem reajustes nos supermercados não permitiram à indústria nacional entrar nesse novo tempo da preparação do produto.

Herszkowicz acredita, no entanto, que o caminho ainda está aberto para as indústrias nacionais, que agora começam a ir nessa direção.

O Brasil consome 20 milhões de sacas de café, o que corresponde a 173 bilhões de xícaras por ano. Por ora, as máquinas de café geram próximo de 765 milhões de doses. Ainda há muito mercado para ser conquistado, segundo o executivo.

A batalha das empresas brasileiras para entrar nesse mercado, no entanto, será longa. Embora o café brasileiro seja a base do produto comercializado pelas multinacionais do setor, o "blend" é formado por grãos de vários países, como Quênia e Índia.

A indústria nacional, porém, não pode adotar a mesma estratégia de fazer "blends" aqui, para agregar valor a seu produto. O Brasil impede a importação de café verde de outros países. A não ser que haja mudança na lei, será preciso usar apenas café nacional, perdendo competitividade com as estrangeiras.

As informações são de A Folha de São Paulo, adaptadas pelo CaféPoint.

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MARCO ANTONIO COSTA

CAMPO BELO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 02/02/2013

Boa tarde,



Não ha dúvidas de que a monodose é uma tendencia, principalmente por termos familias cada vez menores ou vivermos sozinhos. Entretanto uma indústria nacional foi a pioneira neste quesito e lançou o Café Individual Fazenda Caete. Vale a pena conferir.

Não precisamos de maquinas, mas sim do simples e bom café coado.
CARLOS ALBERTO DA SILVA COUTO

RIO DE JANEIRO - RIO DE JANEIRO

EM 23/01/2013

Infelizmente o consumidor brasileiro sempre foi tratado com descaso sendo-lhe ofertado os piores cafés, extremamente torrados e misturados. Até hoje não se encontra um bom café com exceção de uma ou duas marcas razoáveis. Moro no RJ e no meu bairro simplesmente não encontro um café do tipo arábica. Nos empurrar essas porcarias tipo café Pilão, Pelé etc, que resultam em qualquer coisa menos café, está mais para uma tinta preta aromatizada.



Tivéssemos um mercado consumidor já habituado a um bom café as coisas poderiam ser diferentes. Quanto a feitura dessas cápsulas e dos blends, nada é difícil quando realmente se quer, há poucos anos nem sabíamos que era um café arábica, portanto o que falta é vontade mesmo, estou de acordo que esse assunto deva passar pelas cooperativas, se forem esperar pelo governo...



IVAIR CONTI

CAMPINAS - SÃO PAULO

EM 23/01/2013

Sou apenas um apreciador da bebida e vejo a necessidade de termos mais opções para o consumidor final.  Creio ser  possível, com os competentes profissionais que temos, oferecer um produto nacional com preço acessível. Em breve as maquininhas se tornarão mais acessíveis e o produtor e as empresas nacionais  não podem ficar só olhando as cifras astronômicas das multis. Bater de frente com as grandes empresas já vimos que é inviável mas é preciso fazer algo. Pagar por volta de R$ 10,00 em um café mais elaborado nas cafeterias realmente é um acinte a nossa inteligência.


Em tempo: o tema tá rendendo boas discussões
MARA FREITAS

LAVRAS - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 23/01/2013

Olá sr. Carlos, eu compreendo o senhor. Quem deveria resolver a difícil equação entre manter a competitividade da indústria nacional e ao mesmo tempo, garantir o êxito do segmento produtor, é o órgão consultivo que assessora o Ministro da Agricultura brasileiro, no caso, o Conselho Deliberativo de Política Cafeeira. Há alguns anos, realizei um estudo comparativo entre as plataformas do Brasil e Alemanha. A questão da competitividade é aparentemente simples. Entretanto, ela possui contornos mais complexos, pois permeia a  tomada de decisão investida de valores cívicos. O mesmo estado que protege, pune: note a questão da proibição do inseticida que combate a broca. Daqui um tempo, corre-se o risco do café brasileiro equiparar-se, em termos de micotoxinas, ao café do Vietnã. Pessoalmente, pensando como Estado, as tomadas de decisão deveriam assentar-se na proteção do negócio do país. Se fosse a tomadora de decisão, revogaria a norma que proíbe o inseticida e legislaria a respeito do estabelecimento de barreiras tributárias em relação ao café industrializado importado, durante uma década. Neste tempo, haveria espaço para a Embrapa desenvolver uma solução tecnicamente adequada para o campo e a indústria, teria fôlego para preparar-se tecnologicamente. Seria o tempo necessário para o desenvolvimento de um sistema de vigilância de fronteiras para o café, sem abrir mão do êxitos até então alcançados.
CARLOS ALBERTO DE CARVALHO COSTA

MUQUI - ESPÍRITO SANTO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 23/01/2013

Dra. Mara Luiza, em primeiro lugar , meus parabéns pelo livro e um dia gostaria de lê-lo , mas no momento estou escrevendo como produtor de robusta e como tal , não estou preocupado apenas  com problemas fitossanitários(operação Patrícia) e sim com o êxodo rural que acontecerá no seu estado e principalmente no Espirito Santo, estado este que produz 9,5 milhões de sacas de conilon com o trabalho quase todo manual . Se a importação de robusta se concretizasse teríamos de fechar nossas porteiras mandando todos os nossos colonos e empregados embora. Não conheço o atual diretor da OIC  mas deixando de lado a consolidação de cafés especiais no Brasil, o Sr. Nathan , que também não conheço, mas como  presidente da Abic ele é a pessoa  que mais lutou pela importação de robusta do Vietnã , importação essa que causaria todos os problemas anteriores, vide a Colômbia que de segundo maior exportador mundial, passou a ser um pequeno produtor de café de qualidade a partir do momento que passou a ser um grande importador de café do Brasil.
JOSÉ CARLOS BARALDI RIBEIRO

GUAXUPÉ - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 23/01/2013

Discussão a parte, creio que uma grande parcela de culpa desde fato é nossa produtores que não pressionamos as nossas cooperativas a procurarem fugirem um pouco do lugar comum denominado commodity, é mais fácil produzir e exportar commodity que procurar produzir cafés diferenciados para o consumo interno e agregar valor a este café, parece-me que não há vontade politica por parte dos dirigentes de cooperativas de buscarem  alternativas e isto infelizmente é por nossa culpa, dos produtores que não sabem reivindicar junto as suas cooperativas um trabalho diferenciado. Guando se toca neste assunto dentro das cooperativas a conversa é de que as multinacionais são muito fortes e podemos estragar o mercado ou que se mudarmos o modo de trabalho corre-se o risco de haver retaliações de parte das multinacionais.

Mas se esquecem de que uma ILLY começou pequena, uma Starbuck era até algum tempo minuscula e hoje já dominam nichos que perdemos.

Sendo assim creio ainda que a solução passa pelas COOPERATIVAS.
MARA FREITAS

LAVRAS - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 22/01/2013

Prezado Sr. Carlos Alberto,

eu vi seu comentário entusiasmado, mas gostaria de externar que meu olhar não é de produtor e nem de industrial. É de uma técnica que daqui alguns dias publicará um livro intitulado Geada Negra, que congrega uma década de análises do mercado cafeeiro. A questão do meu comentário centra-se na visão de que o Brasil não está preparado para o suporte de uma plataforma industrial competitiva. Apesar do meu sentimento, não se pode deixar de lado o papel do Sr. Nathan Herszkowicz na consolidação do mercado de cafés especiais no Brasil. Depois do Sr. Ernesto Illy, pessoalmente, confiro a ele toda a responsabilidade desses desdobramentos de mercado de especiais, que hoje gera toda a controvérsia sobre a importação de matéria-prima. Tenho que ser justa. Atualmente, coloco-me contra a questão da importação porque ela além de uma questão política, é também uma questão de infraestrutura: o Brasil não possui laboratórios e nem técnicos especializados em procedimentos fitossanitários para garantir que a entrada de cafés in-natura no Brasil com segurança. Por isso sou contra a importação. Seria realmente um suicídio político e acrescento, econômico, se no momento, o país investisse nessa arena. No mais, considero o atual diretor da OIC um desastre político: Minas já tem seu próximo senador da República, financiado com os recursos da diplomacia cafeeira global.
CARLOS ALBERTO DE CARVALHO COSTA

MUQUI - ESPÍRITO SANTO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 22/01/2013

Dessa vez o Sr. Nathan Herszkowicz tentou um novo processo para iniciar nova discussão do famigerado Drawback, mas se deu mal pois os comentários da Dra. Mara Luiza Gonçalves Freitas,do Sr. William José Goulart e do Sr. Carlos Alberto da Silva derrubaram sua nova tentativa. E pensar que o porta voz da Abic queria ser o nosso representante na OIC, o que seria de nós produtores se isso acontecesse?  Na minha humilde opinião, a indústria deveria também fabricar capsulas genéricas com blends brasileiros e vende-las a um preço bem mais acessível, aí sim as cápsulas brasileiras ocupariam o lugar das importadas com preços absurdos.



CARLOS ALBERTO DA SILVA COUTO

RIO DE JANEIRO - RIO DE JANEIRO

EM 22/01/2013

O brasileiro é um povo muito subserviente ao governo, a impressão que dá é que não onsegue andar com suas próprias pernas. Desde quando nós precisamos de outros países para fazer um blend de café e quem disse que os consumidores que adiquirem essas máquinas e cápsulas estão a procura de alta qualidade no café que consomem?

Esse consumidor só quer comodidade e status porque se gostasse realmente de um bom café o faria da maneira tradicional no coador de pano. O problema é que aqui se demora muito a se perceber essas coisas tão óbvias e preferimos exportar grãos para que outros países que não tem um pé de café ganhem o dinheiro, aliás a Suíça já faz isso há tempos com o nosso cacau.


Não tem coisa pior do que um café expresso, mas o brasileiro engole tudo em prol do status e dessa comodidade e pior, pagando um absurdo por isso.
WILLIAN JOSÉ GOULART

MUZAMBINHO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 21/01/2013

a solução é criar blends diferenciados apenas de café brasileiro, tambem temos diversos tipos de sabores. alem disso as empresas brasileiras tem que entrar no mercado externo e parar de concorrer entre elas mesmas.
MARA FREITAS

LAVRAS - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 21/01/2013

A indústria de café não tem o mesmo contingente eleitoral que a produção tem. Logo, ainda que ela faça aportes financeiros para subsídios de campanhas de deputados federais e senadores (com riscos efetivos de sair em capa de revistas nacionais como a Veja, em decorrência de escândalos, como aconteceu num passado recente), a questão da importação de café é inegociável.



Nenhum político da bancada cafeeira que se preze, nem o próprio governo, abraçaria um assunto dessa natureza, considerando que se trata de suicídio político. Sou prova viva dos resultados que o apoio a causa da indústria de café brasileira gera.



Esse assunto é uma versão brasileira da Rodada de Doha. Perda de tempo e de energia nos temas essenciais.

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