O coordenador geral de Assuntos Internacionais da Secretaria de Agricultura do México, Raúl Urteaga, garantiu que as propostas sobre o café estão prosperando dentre os temas que serão levados na próxima reunião ministerial das negociações do Acordo da Associação Transpacífico (TPP).

No caso do café, ele reconheceu que é um assunto em que “somos altamente sensíveis”, já que existem mais de 400.000 pequenos produtores de café no sudeste do país.

Urteaga disse que, atualmente, o México é deficitário em sua produção de café devido, entre outros fatores, à ferrugem que hoje é combatida com firmeza, tanto por parte do governo federal, como pelas empresas mexicanas e multinacionais.

“Pensamos que podemos contornar o problema da falta de produtividade na questão do café, ao combater a ferrugem”.

O coordenador geral disse que estima-se que, nesse ano, a produção de café seja de 2,5 milhões de sacas, contra um consumo de 2,7 milhões, de forma que haverá a necessidade de importar café para cobrir o déficit; com base nos dados da Amecafé, no ano passado, foram importadas 1,8 milhão de sacas.

No entanto, dados da Coordenadora Nacional de Organizações Cafeeiras, informam que a produção do grão registrou uma queda de 32% ao fechamento do ciclo de 2014-2015, ficando em 2,99 milhões de sacas, menos que as 4,37 milhões de sacas colhidas no ciclo anterior.

Urteaga disse que, com base nesse déficit de disponibilidade de café no mercado mexicano, “vamos chegar a um consenso sobre até onde se pode abrir a fronteira para a importação controlada do grão”, principalmente originário do Vietnã.

Ele disse que o volume de importação e a variedade de café que atualmente o México realiza varia ano a ano, ainda que em grande medida se compre café robusta, mas reiterou que, paralelamente, o governo federal impulsiona o fortalecimento dos produtores cafeeiros, principalmente do sudeste do país.

Vale destacar que a Secretaria de Agricultura, Pecuária, Desenvolvimento Rural, Pesca e Alimentação (Sagarpa) tem dois programas denominados “Procafé” e “Impulso Produtivo de Café” e o valor orçamentário para esse ano é de US$ 45 milhões.

Esse orçamento servirá para infraestrutura e produção da planta em viveiros tecnificados, aquisição de plantas, incentivos econômicos diretos, acompanhamento técnico, atualização do padrão cafeeiro e pacotes tecnológicos.

O Procafé e o Impulso Produtivo de Café são aplicados em 13 estados cafeeiros, como Chiapas, Colima, Guerrero, Hidalgo, Jalisco, Nayarit, Oaxaca, Puebla, Querétaro, San Luis, Potosí, Veracruz, Tabasco e Estado do México.

A reportagem é do El Economista / Tradução por Juliana Santin