A multinacional suíça Nestlé abrirá sua primeira butique da marca Nespresso na Colômbia para entrar no mercado local de café de mais alta qualidade para o consumidor final, anunciaram os diretores da empresa.

Segundo o diretor geral da Nestlé Nespresso, Jean-Marc Duvoisin, a abertura dessa butique é a reafirmação da aliança estabelecida há dez anos com os cafeicultores colombianos mediante o programa Nespresso AAA, que compra grãos de maior qualidade que têm sido produzidos em condições de sustentabilidade social, ambiental e econômica.

“Decidimos entrar no mercado colombiano com a abertura de uma butique no segundo semestre com a firme intenção de fechar o círculo” da produção e o consumo dos cafés da categoria “grand cru”, como se denomina os grãos selecionados entre os melhores, disse Duvoisin.

Esses cafés, que vêm em porções em forma de cápsula, serão vendidos diretamente ao consumidor exclusivamente na butique, que estará situada em Bogotá.

A Nespresso tem 320 lojas desse tipo no mundo e a Colômbia será o país número 60 a contar com uma delas. Na América do Sul, a Nespresso já conta com butiques na Argentina, no Chile e no Brasil, disse ele, que destacou que esse último país é um mercado com “um potencial muito grande” em cafés de qualidade, assim como o norte da Europa.

“Vemos com muito otimismo o mercado colombiano”, disse Duvoisin ao explicar que, segundo estudos realizados, 95% dos adultos do país consomem café e 75% desse consumo é feito em casa e é a esse mercado que a Nespresso aponta.

Duvoisin destacou que a Colômbia é o fornecedor de café mais importante da Nestlé Nespresso a nível mundial e que mais de 40.000 cafeicultores colombianos vendem seu produto à companhia como parte do programa de qualidade AAA, que investiu no país mais de US$ 55 milhões e que em 2012 anunciou outro investimento de US$ 50 milhões em um período de cinco anos. “Nosso compromisso é de longo prazo, não é somente questão de conseguir um café de qualidade”.

No programa de qualidade sustentável AAA, participam também a Federação Nacional de Cafeicultores e a ONG ambientalista Rainforest Alliance, que certifica as fazendas de café que produzem o grão sem agredir o meio-ambiente e com práticas como a reutilização de água e a conservação do solo.

“O objetivo é proteger o futuro do café, o ecossistema e ter qualidade de vida para os produtores”, disse a presidente da Rainforest Alliance, Tensie Whelan, que disse que, no país, há 300.000 hectares de terras que produzem café sob um modelo sustentável.

Segundo Duvoisin, as condições sociais dos cafeicultores que participam desse programa melhoraram em 23% em comparação com os demais, as do meio-ambiente em 52% e as econômicas em 41%.

“Hoje, vemos que o mercado de café que mais cresce é o de altas gamas, de qualidade, de inovação e isso significa melhor remuneração” para os produtores, disse o presidente da Federação Nacional de Cafeicultores, Luis Genaro Muñoz.

A reportagem é da agência EFE, adaptada pelo CaféPoint