O café torrado de El Salvador, bem como, o descafeinado sem torrar, deverá pagar uma tarifa de até 16% para poder entrar no mercado Europeu se o país ficar de fora do esquema de preferências comerciais com a União Européia (UE).

O Sistema Generalizado de Preferências (SGP Plus) que a UE mantém com os países latino-americanos deixaria El Salvador de fora porque o país não cumpriu um dos requisitos exigidos pelos europeus: a aprovação de dois convênios trabalhistas, que apóiam a sindicalização do setor público. Os mesmos não foram ratificados porque vão de encontro à Constituição da República.

Apesar de a maioria das exportações de café salvadorenhas à Europa ser de café verde, que não paga impostos, já há produtores que estão exportando o café torrado como produto terminado, o que implica em melhores preços.

"Estamos fazendo esforços para tecnificar e gerar valor agregado, já não exportar matéria-prima e sim, o produto terminado, e isto seria um obstáculo para todos os novos projetos", disse o presidente da Fundação Salvadorenha para Pesquisas do Café (Procafé), Mario Acosta Oertel.

Apesar de as exportações de café verde representarem 99% do total exportado, a imposição de tarifas ao café torrado prejudicaria este que é considerado um nicho de mercado aos produtores de El Salvador.

A Europa é o principal mercado para o café salvadorenho. Segundo dados do Conselho Salvadorenho de Café (CSC), para a colheita de 2004/2005, 32,9% da produção foi vendida aos Estados Unidos, mas o restante se destinou principalmente à Europa.

A Alemanha é o destino mais importante dentro da UE, comprando neste período 23,3% das exportações de El Salvador.

A reportagem é do Diário El Mundo.