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Produtores devem fugir da homogeneização de produto

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 20/12/2007

2 MIN DE LEITURA

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O artigo "A falsa florada das lavouras de café" recebeu carta do leitor José Eduardo Ferreira da Silva, de Belo Horizonte/MG. Ele ressalta a importância dos produtores assumirem mais a pesquisa, de modo a criar produtos diferenciados, fugindo da lógica de homogeneização que só favorece aos compradores de café. Leia a seguir.

Trechos da carta de José Eduardo Ferreira da Silva

A questão de desorganização de cadeia e do desequilíbrio no relacionamento entre os atores é complicada. Antes da porteira é o primeiro gargalo. Lá também são poucos fornecedores, com uma concentração grande e com grande desvantagem em poder de barganha para o produtor. Isso pode ser atenuado com a compra de insumos via cooperativas, clubes de compras, etc. Mas ainda assim é uma briga dura.

Dentro da porteira o produtor ainda briga mais um pouco com o tempo, com as pragas, doenças, com a legislação trabalhista, tributária, com o banco...Não quero nem falar de apagão logístico, do alto custo de frete, do roubo de cargas, da burocracia dos portos...

Depois da porteira é outra briga. Como já bem disse muita gente, a concentração de mercado é violenta. Mas o Carlos Eduardo lembrou dos fundamentos do mercado de concorrência pura. Na verdade isso não existe, como ele bem disse, é um modelo teórico de modo a entendermos o funcionamento dos vários mercados. Mas em algumas coisas os produtores deveriam atuar. Por exemplo quando fala em umas das regras do seu funcionamento:

"O produto deve ser suficientemente homogêneo (por exemplo uma commoditie como o café), tal que o produto de uma firma é um perfeito substituto para outra firma".

Produtores têm de assumir mais a pesquisa, de modo a criar mais produtos diferenciados, fugindo dessa lógica de homogeneização que só favorece aos compradores de café. Cafés (geneticamente diferenciados) com atributos especiais (sabor, cor, propriedades nutracêuticas, etc) "exclusivos", com a propriedade exclusiva de um grupo de produtores (cooperativas, ou outro arranjo societário) de modo a enfrentar o mercado com algum poder de barganha, com a possibilidade de comercialização através de contratos, de forma a resguardar lucratividade etc. Isso é possível quando se obtém diferencial, atributo especial.

Quando se produz "commodity", ou um produto homogêneo, a estratégia é trabalhar na redução de custos. E aí, como antes da porteira também é concentrado...

E por política agrícola deveríamos entender que melhores estradas, ferrovias, portos, armazenamento, fitossanidade, fim de populismo cambial, diminuição de carga tributária, investimento em segurança no campo etc, são mais importante que os velhos instrumentos discriminatórios.

Acesse a carta aqui.

Rodrigo Cascalles, equipe CaféPoint

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JOSE EDUARDO FERREIRA DA SILVA

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS

EM 27/12/2007

Vinícius,

Repare que a estrutura de mercado de uma cadeia de café arábica, por exemplo, é desfavorável ao produtor. São poucos fornecedores de insumos (concentração de mercado antes da porteira) e poucos compradores depois da porteira (atacadistas, torrefadores, etc). Nem quero falar do mercado internacional de torrado e moído, no qual uma meia dúzia de empresas detém um naco enorme do mercado. Isso configura uma imperfeição do mercado, ou seja, aquele modelo de competição perfeita (muitos agentes compradores e fornecedores, produtos homogêneos, perfeitos substitutos entre si, no qual não existe restrição à entrada e saída de agentes, etc) não se aplica.

A estrutura de mercado, neste caso, sobretudo no relacionamento do produtor com os compradores requer uma estratégia diferente. Quando se tem um mercado comprador concentrado (atacadistas, torrefadores, etc) a estratégia (ou conduta) deve ser diferenciada para que o resultado (desempenho) seja diferente. Daí que falo que o produtor (um grupo restrito deles) deveria ter uma "carta na manga", um produto diferenciado (mas com reserva de mercado em relação a estes atributos). Isso daria mais poder de barganha aos produtores. Não adianta apenas ter um "gourmet", pois qualquer um pode (teoricamente) produzí-lo, o que o levará um dia a ser "commodity", um produto homogêneo. Falo de atributos com reserva de mercado, com "restrição" à entrada de agentes (produtores).

Conheci produtores de batatas da região de Aquitaine, sul da França, que obtém variedades com atributos culinários específicos (p/ fritar, para fazer batata assada, e inúmeras propriedades específicas para cada variedade). Se você der uma passada num supermercado qualquer pelo Brasil verá que as bancas de batata não são diferenciadas, sem atributos culinários (ou outros) específicos, diferenciados. Lá na França as batatas vêm embaladas em saquinhos com uma marca, com o atributo culinário, etc, e tem por trás uma cadeia de suprimentos bem organizada, com contratos amarrando desde o produtor, passando pelo atacadista/beneficiador, até chegar ao supermercado. Mas a base de tudo está na pesquisa para obtenção dos materiais genéticos (de propriedade dos produtores), o que assegura a um grupo de produtores uma renda mais digna, e um poder de barganha maior frente aos atacadistas.

Só lembrando, a pesquisa e extensão por lá é privada, e a estratégia de ação destes serviços é determinada pelos produtores, com foco no mercado. Também os produtores se organizam, não em entidades genéricas como a nossa CNA e federações, mas em associações específicas de cada cadeia (batata, tomate, trigo, etc). Fora outros organismos como cooperativas e empresas privadas ligadas a estas cooperativas de produtores.

A pergunta é: será possível organizar uma cadeia de café desta forma? O que deve mudar em termos de estratégia, organização, postura dos produtores etc para que isso seja possível? A coisa não é tão simples e tampouco fácil, mas talvez seja compensador.
VINÍCIUS T. ANDRADE

EM 20/12/2007

Bom dia a todos,

Gostei muito do tema do artigo, porém gostaria de vê-lo mais explicativo.

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