As exportações peruanas de café orgânico aumentaram para um total de 656,3 mil sacas de 60 quilos em 2011, o que representa um valor de US$ 245 milhões, tendo sido destinadas à Europa, Ásia e América do Norte, disse a Junta Nacional de Café (JNC).

As exportações representam 66% da produção de café orgânico certificado, estimada em 996,66 mil sacas em 2011. O restante do café orgânico do país, estimado em 339,6 mil sacas, equivalente a 34% da colheita, foi usado como produto convencional, sem diferenciais positivos.

Em 2010, colheu-se um pouco mais de 766,66 mil sacas, em uma extensão de 90.000 hectares certificados, com um rendimento médio de 8,8 sacas, equivalentes a 529 quilos. Nesse ano, estimou-se em 536,6 mil sacas exportadas como orgânico, equivalente a 68% da colheita.

"Essa contração nas exportações afetou as expectativas dos agricultores por conseguir um preço diferenciado para todo o produto certificado e que compense os custos adicionais de produção e certificação", disse o presidente da JNC, César Rivas.

Os produtores vêm avaliando alternativas à agricultura orgânica, optando muitos por aplicar o dobro ou até o triplo de certificação com outros selos também reconhecidos no mercado como sustentáveis, gerando aumentos nos custos que reduzem os incentivos econômicos que os cafés especiais tinham.

"Devemos enfrentar uma situação complexa no mercado de cafés orgânicos. Foram realizados importantes investimentos para cumprir com as normas técnicas de produção e garantir uma rastreabilidade confiável ao consumidor. Ao desaparecer os incentivos de preços, os produtores estão optando por reduzir suas áreas ecológicas".

Rivas disse que, de acordo com os relatórios do Sistema Nacional de Sanidade Agrária (Senasa), o Peru conta com 105 mil hectares certificados com café orgânico, a cargo de 32 mil produtores que estão dentro dos padrões vigentes.

"Preocupa-nos a baixa produtividade e os custos crescentes, especialmente de insumos, certificações e mão de obra. Foi reportado um rendimento médio de 570 quilos por hectare, contra 808 quilos alcançados a nível geral em 2011. Essa situação deve ser corrigida em curto prazo".

A produção orgânica de café é feita em 13 regiões do Peru, destacando a liderança de Junín, Cajamarca, Cuzco, San Martín e Amazonas.

Por outro lado, Rivas ressaltou que confia que o Peru conte com uma estratégia de promoção internacional e nacional do produto líder das exportações agrárias, requerendo definir compromissos entre o Estado, produtores e exportadores. "Devemos trabalhar unidos para colocar nosso país entre os produtores de cafés suaves, no nível da América Central, onde o café tem uma cotação plus no mercado. Os produtores fizeram sua parte. Agora, cabe ao Estado facilitar as ferramentas para consolidar os evidentes avanços".

A reportagem é do https://connuestroperu.com, traduzida e adaptada pela Equipe CaféPoint.