Os contratos futuros de café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) abrem a semana com perspectiva de pouco volume de negócios e pouca volatilidade, por causa dos feriados de fim de ano. Na véspera do Natal, na próxima quarta-feira, a ICE fechará mais cedo e reabrirá apenas na noite do dia 25.

Os fundos de investimento continuam a carregar saldo líquido vendido no mercado de café. O saldo reduziu na semana encerrada no dia 16, para 10.063 lotes ante 11.138 lotes no dia 9 de dezembro. Os fundos de índice carregam saldo líquido comprado, mas o volume reduziu de 34.146 lotes para 33.545 lotes.

Brokers comentam que os contratos estão sem força para sair do intervalo entre 110 cents e 114 cents, base março/09. Fatores alheios ao mercado estão direcionando os preços. Na sexta-feira, o fortalecimento do dólar ante outras moedas pressionou os preços.

A moeda norte-americana, que desde a decisão do Federal Reserve anunciada na última terça-feira (16) vinha sendo fortemente vendida em favor do euro, beneficiou-se do anúncio do programa do governo para as montadoras. A Casa Branca informou que emprestará a duas empresas de Detroit (General Motors e Chrysler) US$ 17,4 bilhões. Os recursos terão de ser devolvidos em 31 de março se as empresas não provarem viabilidade financeira.

Na ICE o café fechou pressionado. Março/09 fechou em leve alta de 0,18% (mais 20 pontos), a 112,50 cents. A intervalo de negociação foi pequeno. A máxima marcou 130 pontos, a 113,60 cents. A mínima marcou 111,70 cents (menos 60 pontos).

Brokers comentam que a crise econômica e seus desdobramentos têm prevalecido sobre o mercado, desde o anúncio da quebra do banco de investimentos Lehman Brothers, em meados de setembro. De lá para cá, o mercado de café despencou e a liquidez do café evaporou, assim como ocorreu com as demais commodities.

A comercialização de café no mercado físico movimentou alguns lotes na sexta-feira passada. Segundo um corretor de Santos (SP), os preços continuam firmes, apesar da queda dos contratos futuros de arábica na Bolsa de Nova York. O mercado futuro em Nova York fechou em baixa de 1,38% (menos 155 pontos), base março/09, na sexta-feira. O dólar encerrou praticamente estável, a R$ 2,365, em alta de 0,25%.

Na praça de Santos, o comentário foi que a cooperativa dos cafeicultores na região de Três Pontas, no sul de Minas, teria vendido café tipo 6, bebida dura, com 15% de catação, a R$ 265 a saca de 60 kg. O pagamento é para 29 de dezembro. A Outspan Brasil teria adquirido cerca de 2 mil sacas do produto.

Para pagamento em 6 de janeiro, foram reportadas duas vendas. Um lote de Boa Esperança, no sul de Minas, teria sido negociado a R$ 266 a saca. O comprador seria a Marubeni. De São Sebastião do Paraíso, também no sul de Minas, teria saído café tipo 6, bebida dura, com 12% de catação, a R$ 270 a saca. Não foi informado o volume que teria sido comprado pela Marubeni.

Levantamento preliminar do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) mostra que os embarques de grãos verdes em dezembro, até sexta-feira, alcançavam 1.969.682 sacas, em alta de 9,6%, em relação ao observado no mesmo período do mês anterior. Em novembro foram embarcadas 2.692.648 sacas. Em dezembro, até sexta, foram emitidos certificados de origem de 2.014.698 sacas, resultado 13,9% menor em comparação com o mesmo período do mês anterior.

Na BM&F, os contratos futuros tiveram queda, acompanhando Nova York. Março/09 recuou 1,13% (menos 1,40 dólar), a US$ 122,60. Setembro/09, o segundo vencimento mais líquido, caiu 1,11% (menos 1,50 dólar), a US$ 133,20.

As informações são da Agência Estado, resumidas e adaptadas pela Equipe CaféPoint.