Houve mudanças no comportamento dos compradores mundiais de café nestes momentos de crise econômica, de acordo com boletim semanal da consultoria Safras & Mercado. As indústrias ficaram mais flexíveis ao risco de desabastecimento. Por isso, incomoda menos trabalhar com estoque mais baixo.

Os efeitos colaterais dessa estratégia são as reações mais abruptas diante de algum risco climático, o que torna o mercado ainda mais volátil, diz o relatório assinado pelo analista Gil Barabach.

Segundo ele, este é o preço que se paga pela escassez de dinheiro no mundo, fazendo a indústria trabalhar com estoque na mão do produtor.

Diante desse cenário, um nível mundial de estoques acima de 30 milhões de sacas e uma relação estoque/consumo convergindo para linha média dos últimos cinco anos é suficiente para reforçar o cenário de comodidade no abastecimento. Por isso, os preços cederam tanto e o comprador continua trabalhando da "mão para boca", mesmo com o pico sazonal de consumo diante da chegada da temporada de frio no Hemisfério Norte.

Conforme a Safras & Mercado, a indústria confia na logística e estima que não terá dificuldade em encontrar vendedor, o que vem se confirmando.

De acordo com o relatório, a relação média estoque/consumo no período de 2002 a 2012 ficou pouco acima de 27%, talvez um pouco puxado pelos largos estoques no começo dos anos 2000. Mas, analisando o período de 2008 a 2012, que engloba o período da crise econômica global, a relação estoque/consumo ficou em 22,8%. Assim, pelos dois referenciais, os estoques atuais estão abaixo da média histórica.

As informações são do Valor PRO, adaptadas pelo CafePoint