O mercado mundial de café enfrentará um déficit de cerca de 10 milhões de sacas de 60 quilos no próximo ano à medida que o crescimento da demanda ultrapassará a produção, disse um grupo de produtores da Colômbia.

A produção global de café excederá a demanda em 6 a 7 milhões de sacas neste ano, com o Brasil em fase positiva de bienualidade, disse o gerente comercial da Federação Nacional de Cafeicultores da Colômbia, Juan Lucas Restrepo. A menor produção do Brasil e o crescimento da demanda de 2% no próximo ano causarão o déficit, disse ele.

"O consumo global está crescendo mais rápido do que a produção e os estoques globais decrescerão no próximo ano. O crescimento não está vindo dos mercados maduros, mas sim, dos mercados emergentes", disse.

Os preços futuros em Nova York atingiram seu menor nível dos últimos 15 meses, de 109,35 cents/lb em 8 de outubro, caindo 36% com relação ao valor mais alto dos últimos 10 anos registrado em 29 de fevereiro, de 171,90 cents/lb. Restrepo disse que essa queda foi por causa do "pânico" entre os investidores em meio à crise global de créditos. "A sufocação do crédito limita a disponibilidade para exportadores e cooperativas de capital de giro. Poderemos ver problemas na oferta de café se isso persistir".

Restrepo disse ainda que um valor de 120 a 150 cents por libra é ideal para o café nos próximos seis meses, considerando os fundamentos do mercado. O produto pode se tornar a commodity de melhor desempenho nos próximos meses à medida que a produção brasileira declinará ciclicamente e os menores preços poderão estimular a demanda, disse o gerente de pesquisas da Mitsubishi Corp. Futures and Securities Ltd., de Tóquio, Shuji Sugata. A reportagem é do Bloomberg.