Dos 35,5 milhões de sacas de café arábica estimadas no último relatório da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) referentes à safra 2008/09, cerca de 55% já foram comercializadas nas principais regiões produtoras, segundo agentes de mercado consultados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq).

O levantamento do Cepea mostra que no Paraná mais de 60% da produção foi negociada até o início desta semana; no Cerrado e sul de Minas, entre 50% e 60% dos lotes foram vendidos; na região de Garça (SP), as negociações correspondem entre 40% e 45% da produção local. Segundo os técnicos, a valorização do dólar frente ao real contribui para dar sustentação aos preços do café arábica, que fecharam a semana passada com leve perda, apesar da queda de 11% ocorrida nas cotações dos futuros na Bolsa de Nova York.

Os técnicos observam que a volatilidade do mercado tem limitado o fechamento de negócios no físico em todas as praças de comercialização. "Além disso, a retração vendedora e a escassez de recursos financeiros reduzem a liquidez. De modo geral, produtores negociam apenas em momentos de maior necessidade, no aguardo de cotações melhores."

Os preços do café conilon (robusta) subiram na semana passada. Os técnicos comentam que, além da necessidade do grão por exportadores para cumprir embarques agendados, o atraso na colheita da safra do Vietnã gerou uma demanda pelo produto brasileiro. A matéria de Venilson Ferreira, publicada no jornal O Estado de S.Paulo, foi resumida e adaptada pela Equipe CaféPoint.