Já chegamos a quase 50 dias do conflito entre Rússia e Ucrânia. Isso afetou a exportação dos fertilizantes, porém, o transporte do adubo para o Brasil continua. Um levantamento da StoneX, publicado pelo Valor Econômico, mostra que, no dia 4 de abril, havia 600 mil toneladas de fertilizante russo - dos quais eram 50% de potássio - a caminho dos portos brasileiros.
A consultoria elaborou o relatório a partir de consultas com agências marítimas sobre a programação das embarcações e concluiu que o volume ainda é significativo. Em 18 de março, a programação de navios informava que 860 mil toneladas de adubos da Rússia estavam rumo ao Brasil.
Entre os dias 20 de março e 13 de abril, seis navios com fertilizante atracaram no porto de Santos (SP). O terminal de Paranaguá (PR), a maior porta de entrada de adubos no Brasil, recebeu outras quatro embarcações no período, contendo pouco mais de 100 mil toneladas de nutrientes da Rússia, entre potássio, ureia e MAP.
As atenções estão voltadas agora para os embarques que ocorrem em março e abril, quando o Brasil intensifica as importações. A Rússia forneceu 22% das 39 milhões de toneladas de adubos que o Brasil importou no ano passado, em uma lista que contém ureia (nitrogenado), MAP (fosfatado), nitrato de amônio e potássio. Para os dois últimos, a StoneX projeta desabastecimento em 2022.
O nitrato de amônio pode ser substituído por ureia, mas para o potássio os agricultores não têm outra opção. “A situação pode ser neutralizada se houver uso racional no plantio”, avalia Marcelo Mello, diretor de fertilizantes da StoneX. A consultoria acredita que a oferta de potássio ficará entre 25% e 30% abaixo da demanda.
As informações são do Valor Econômico (por Por Érica Polo).