A evolução da safra de café 2010 da Bahia registra atraso considerável, após um longo período sem chuvas nas regiões produtoras do Estado. Segundo o presidente da Associação dos Produtores de Café da Bahia (Assocafé), João Lopes de Araújo, a situação é preocupante. "Se algumas regiões do país sofreram com o excesso de chuva no início da florada, na Bahia as lavouras sofreram com a estiagem", disse.

As regiões do Estado que não tem lavouras irrigadas apresentaram um atraso bastante grande no período de floradas, enquanto outras tiveram floradas com perdas, quando os chumbinhos ficaram esperando a chuva cair e ela não veio. "Esperamos agora a chuva prevista para essa semana seja suficiente para recuperar os grãos", afirmou Araújo.

Com isso, a expectativa é de que os trabalhos de colheita nas regiões produtoras de café baianas iniciem tardiamente este ano, entre os meses de julho e agosto. Porém, não são esperadas perdas muito significativas no que diz respeito a qualidade. De acordo com o presidente da Assocafé, o que por ventura pode acontecer é o tamanho do grão ficar um pouco prejudicado, como aconteceu no ano passado, mas isso ainda depende do clima nas próximas semanas.

A expectativa agora é de que a safra atinja em torno de 2 milhões de sacas, frente as estimativas anteriores de 2,5 milhões de sacas de 60 quilos. Entretanto, o volume ainda será levemente superior quando comparado ao total colhido na safra 2009, de aproximadamente 1,9 milhões de sacas, devido ao ciclo de bienalidade da cultura.

A comercialização de café na Bahia, por sua vez, continua andando a passos lentos. Segundo o presidente da Assocafé, os preços ainda não são convidativos e aqueles produtores que estão mais capitalizados, seguram o produto afim de encontrar preços melhores mais a frente. "Tem produtor conseguindo fazer negócio futuro, mas ainda é muito pouco e só para garantir preços, porque as empresas exportadoras estão muito reticentes", afirmou.

Estima-se que, até o momento 50 mil sacas da safra 2010 na Bahia já foram negociadas por meio de CPRs ou negócios futuros. Da safra 2009, por outro lado, estima-se que cerca de 30 a 40 mil sacas ainda não tenham sido comercializadas no Estado.

As informações são da Agência Safras, resumidas e adaptadas pela equipe CaféPoint.