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Café: fáceis seduções

POR CELSO LUIS RODRIGUES VEGRO

CELSO VEGRO

EM 03/06/2008

11 MIN DE LEITURA

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1 - Mercado1

Nas bolsas em que o café é cotado, em maio de 2008, foram observados movimentos divergentes. Enquanto em Nova Iorque (contrato C em segunda posição) e na BM&F observaram-se ganhos frentes a abril, em Londres (contratos de robusta) houve queda nas cotações. Em razão dessa divergência, o indicador composto da OIC fechou em relativo equilíbrio (avanço de apenas 0,16%). Em Nova Iorque, o avanço do arábica foi de apenas 0,54%, saindo de US$ 178,62/sc na média para o mês de abril de 2008 para US$ 179,59/sc em maio. Na BM&F o ganho foi ainda mais discreto com apenas 0,41% (cotação média de abril de US$ 162,18/sc para US$ 162,84/sc em maio). Em Londres, por sua vez, o movimento foi de baixa com declínio das cotações de -2,30%. Nos dois últimos meses o robusta em Londres acumula perda de 11,5%, porém graças aos ganhos registrados no primeiro trimestre o ganho no ano perfaz 12,3%, muito acima do registrado em Nova Iorque de 0,36% e da perda na BM&F de -2,76% no ano. O declínio das cotações do robusta são, em parte, resultado da especulação com a dimensão da safra vietnamita, que segundo o USDA pode ultrapassar os 22 milhões de sacas, enquanto os traders locais não retificam mais de 17 milhões de sacas. Já a estagnação nas cotações do arábica, repercutem a elevada colheita que se inicia no Brasil e a ausência de previsões de ondas de frio suficientes para a incidência de geadas (Figura 1).


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Figura 1 - Cotações médias mensais do café em diferentes mercados de futuros (segunda posição) e do OIC-Composto diário, janeiro de 2004 a maio de 2008.
Fonte: Elaborada a partir de dados da Gazeta Mercantil2.

2 - Relações de troca: muito além dos custos de produção

O momento é de padecimento. Tão boa rima para tão pouca verdade. Os cafeicultores se lamuriam com a disparada das cotações dos fertilizantes. Não poucos deles, especialmente suas lideranças3, enfatizam que sob a vigência de tais cotações, haverá diminuição na tecnologia empregada na lavoura e conseqüentemente, redução da produção no próximo ano que, segundo os misosofistas em café, já será uma safra menor que atual. Todavia, será que tal perspectiva sobre essa temática se ampara na realidade dos números? Para o horror dessas conservadoras lideranças, não!

Os mais recentes dados sobre cotações para as formulações mais utilizadas na lavoura cafeeira, de fato, exibem evolução ascendente a partir de janeiro de 2007. Naquele momento (jan. de 2007), uma tonelada desse fertilizante estava cotada a US$ 309,42. A partir de então, as cotações incrementaram-se em mais de 87%, saltando para o atual patamar de US$ 578,71 (abr.2008). Tal escalada é realmente de tirar o sono para a grande massa dos cafeicultores.

Dentre as causas que estão empurrando para cima as cotações dos fertilizantes podem ser listadas: elevação das cotações do petróleo (insumo básico à produção dos nitrogenados); encarecimento do ácido sulfúrico, componente fundamental na preparação de adubos fosfatados, que era cotado em jan. de 2004 a US$ 68/t, tendo se elevado para US$ 200/t em abr. de 2008; baixo investimento privado na exploração de novas jazidas, especialmente, de potássio; repentino aumento da demanda mundial por fertilizantes e elevação do custo da diária dos navios cargueiros, que nos últimos doze meses (padrão Panamax) custava aproximadamente US$ 10.000/dia saltando para US$ 18.000/dia recentemente. A combinação de tais fatores, obrigou a indústria a majorar seus preços, pois houve em todos seus itens de custos incrementos de preços.

Ao transformar-se a cotação do fertilizante em sacas de café (mero quociente entre as duas cotações4), visando à construção da chamada relação de troca, observa-se que também houve aumento no número de sacas necessárias para aquisição do adubo e necessário para a aquisição de uma tonelada do produto. Em janeiro de 2007, a tonelada custava ao cafeicultor 2,4 sc. 60kg de café beneficiado. Em agosto de 2007, início do atual ano cafeeiro, o volume de café necessário para adquirir a mesma tonelada de fertilizante havia aumentado para 2,9 sc. Em abril de 2008, pelas cotações do adubo e do café, seriam necessárias 4 sacas de café para a compra dessa mesma tonelada de fertilizante (Figura 2).

Cabe porém questionar: o alarido é efetivamente legítimo? Observando apenas as cotações do fertilizante, possivelmente sim. Numa análise um pouco mais refinada, tomando em conta a relação de troca, o aumento de número de sacas de café para a aquisição do adubo de forma alguma traz impacto sobre o custo final, pois a saída de 2,9sc/t em agosto de 2007 para as 4,0sc/t atuais, poderá, tranqüilamente, ser absorvida pelos cafeicultores, especialmente, os mais conscientes quanto à utilização agronômica desse insumo que envolve: realização de análise de solo; calagem/gessagem; cálculo da dosagem segundo carga pendente; parcelamento da aplicação e análise foliar para, eventualmente, suplementar alguma carência diagnosticada.


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FIGURA 2 - Trajetória das Cotações do Fertilizante5 e Relação de Troca Café por Tonelada de Fertilizante, jan. de 2004 a abr. de 2008
Fonte: Associação Nacional para a Difusão de Adubos (ANDA).

Uma eventual diminuição no emprego de tecnologia nas lavouras, acarretará a criação do chamado círculo vicioso, ou seja, a produtividade da próxima safra será ainda menor e, conseqüentemente, os custos unitários mais elevados6. Tal postura os tornará aptos a se associarem com o coro daqueles que atuam na cafeicultura apenas para poder reclamar da falta de uma política consistente e demandar a renegociação periódica das dívidas contraídas, sempre antevendo a possibilidade de nunca vir a honrá-las.

Empregar tecnologia de modo racional e com critério é caminho sem volta para qualquer cultivo que se implante nesse país. Diante da inflação dos alimentos, somente uma resposta rápida, proveniente dos cafeicultores tecnicamente arrojados será capaz de garantir as condições de oferta pela qual o mundo anseia.

Os fertilizantes somam apenas uma parcela dos custos de produção dos cafeicultores. Os defensivos, compõem outra parte relevante das despesas com o manejo da lavoura. Levantamento efetuado pelo Instituto de Economia Agrícola sob encomenda da Associação Nacional de Defesa Vegetal (ANDEF), permite a construção de relação de troca entre café e defensivos, à semelhança daquela construída para os fertilizantes. A diminuição do preço da cesta, associada aos ganhos nas cotações do café arábica, fez a relação de troca desabar. Enquanto em janeiro de 2004 eram necessárias mais de 9 sc de café para a aquisição da cesta de defensivos, em abril de 2008 essa paridade diminuiu para menos de 5 sc (Figura 3).


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FIGURA 3 - Trajetória das Cotações da Cesta de Defensivos7 e Relação de Troca Café por Cesta, jan. de 2004 a abr. de 2008
Fonte: Instituto de Economia Agrícola (IEA).

A relação de troca café versus cesta de defensivos é mais que suficiente para cobrir o aumento das despesas com fertilizantes e quiçá com a mão-de-obra, sabidamente, o item de maior dispêndio no cálculo do custo de produção, especialmente, para os cafeicultores que não tiveram a oportunidade de mecanizar sua colheita.

Nesse momento, de início de preparação do planejamento do próximo ano cafeeiro, mais importante do que combater os custos de produção é apreciar cuidadosamente a sinalização do cenário futuro para as cotações do produto, que para setembro de 2009, apontam a saca valendo US$ 176,50. Para o mesmo mês o mercado de dólar futuro alcança os R$ 1,828. Efetuadas as devidas conversões, a saca de café seria negociada a R$ 322,64. Sob essas premissas, o cafeicultor deve decidir se é o momento de diminuir a tecnologia empregada ou intensificar o seu uso, pois aos níveis de preços sinalizados, conhecendo seus custos unitários, é possível estimar a margem a ser capturada e se tal percentual é suficiente para auferir rentabilidade positiva à exploração.

Concluindo, o debate sobre incremento dos custos da produção de café precisa ser abalizado por análises sustentadas em informações sócio-econômicas, levantamentos de campo e análises conseqüentes antes de se formar a opinião, que parece generalizar-se entre os cafeicultores, de que na atual conjuntura, a lavoura de arábica no Brasil, se converterá num amontoado de destroços.

3 - Consulta pública ma non troppo8

Desde 19 de março de 2008 esteve disponível para consulta pública, no portal do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o Projeto de Instrução Normativa que aprovará o Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade do Café Torrado em Grão e do Café Torrado e Moído. Trata-se de matéria relevante pois criará um "padrão oficial de classificação para o café industrializado com requisitos de identidade e qualidade, a amostragem, o modo de apresentação à marcação ou rotulagem, os aspectos referentes à classificação do produto". Sob tal regulamentação, finalmente os consumidores de café terão condições de saber o que de fato lhes é oferecido pelas torrefadoras.

O artigo 4 que trata dos requisitos em seu primeiro item destaca:

I - o percentual máximo de umidade permitido no café torrado em grãos e no café torrado e moído será de 5,0% (cinco por cento)

Ao chancelar um limite tão elevado para a umidade para um produto torrado a mais de 200oC, os gestores da política pública cafeeira estão burlando aos cafeicultores e, principalmente, aos consumidores. Lamentavelmente, esses gestores cederam ao lobby da torrefação que antevê dificuldades para que as indústrias associadas substituam os resfriadores à água por outros, mais modernos e eficazes, a ar. Mas, em verdade, existem outros interesses sendo sufragados como:

a) após a torra, ao resfriar o produto com água, o torrefador eleva a umidade final, o que acarreta diminuição substancial do tempo de prateleira do café, mesmo para embalagens a vácuo;
b) ao ampliar artificialmente o teor de umidade do produto, o torrefador captura margem espúria, pois sabidamente a água é infinitamente mais barata que o café verde;
c) ao embalar mais água que o necessário, os torrefadores diminuem sua demanda por café verde, prejudicando toda o segmento produtor que tem nessa indústria seu maior cliente;

Não há dúvida de que o limite de umidade deveria ser abaixado para níveis próximos a 1,0% a 1,5% (percentuais residuais após a torrefação). A preocupação com o assunto não é mera filigrana e, para comprovar isso, bastam pequenas contas para visualizar o tamanho do prejuízo para cafeicultores e consumidores.

Por meio de cálculos simples é possível verificar que, ao se permitir teto de até 5% de umidade, os consumidores despenderiam até R$ 2,00 por quilo de café (gourmet com preço médio de R$ 40,00) na aquisição de água. O montante global de água sendo vendida como café gourmet alcançaria aproximadamente R$ 110 milhões (demanda de 16,5 milhões de sacas - descontado o consumo na forma de solúvel e considerando que o nicho perfaça 7% do total). Em um exercício para dimensionar essa dinheirama, pode-se compará-lo ao dispêndio com pesquisa científica em café. Nos últimos dez anos de esforços de mais de quarenta instituições ligadas ao Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café (CBPD-Café), foram investidos, aproximadamente, R$ 100 milhões de recursos do FUNCAFE, ou seja, menos do que aquilo que em um ano a burlesca fraude em café arrecadaria.

Diante dessas considerações, seria perfeitamente plausível, para pelo menos os torrefadores que já se encontram ou pretendem ainda se lançar no mercado de café gourmet e superior, a substituição dos resfriadores à água pelos a ar, oferecendo maior qualidade ao produto final, com comercialização de café propriamente dito, e não água. É fresca a lembrança do modelo adotado por alguns abatedouros de aves que gerou toda uma série de autuações por conduzir a mesma lógica (incrementar o percentual de água à carcaça do frango).

Em contrapartida, naquilo que a indústria mostra-se zelosa9, como é a política de pureza do café e de qualidade do café, no artigo 4 ainda prevê:

III - o percentual máximo de pedras, torrões, areia e partículas metálicas permitido no café torrado em grãos e no café torrado e moído será de 0,001%.

Diante de um limite tão sumamente baixo, por que não se proíbe de vez? Mais ainda, por que não incluir a umidade dentro das impurezas de um produto que foi torrado? Desgraçadamente, o Brasil é assim: até para se regulamentar assuntos triviais, tergiversações e contradições são os elementos estruturantes do pensamento e ação de nossos valentes gestores. Saravá!


1 O autor agradece a colaboração do Técnico de Apoio à Pesquisa Gilberto Bernardi na sistematização do banco de dados e aos comentários e sugestões do Diretor da Área de Commodities da BM&F, Economista Felix Schouchana.
2 Dados básicos da Gazeta Mercantil.
3 O canto da sereia alcança inclusive os gestores da política cafeeira que embarcam em análises vulgares ao oficialmente assim se posicionarem: "o assessor do Departamento do Café (Dcaf) da Secretaria de Produção e Agroenergia (Spae) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Thiago Masson, explicou que o processo de evolução das cotações do petróleo no mercado internacional e dos agroquímicos, conseqüentemente, impactou a rentabilidade dos 45 países produtores de café que compõem a OIC. Masson também entende que a promoção do consumo nos países produtores e a elaboração de estudos estatísticos devem ser priorizadas no novo acordo internacional do café". Disponível em https://www.cafepoint.com.br/
4 Na construção dessa relação de troca, a ANDA utiliza os preços recebidos pelos cafeicultores tabulados pela Fundação Getúlio Vargas, convertidos em dólares.
5 Cotações do fertilizante ponderada entre as formulações 20-05-20 e 20-00-20 na proporção de 50% cada.
6 Em qualquer processo produtivo, haverá aqueles que não serão capazes ou lhes faltarão os meios para acompanhar o ritmo das inovações tecnológicas empregadas em sua atividade produtiva. Todavia, no caso de cultivos perenes, particularmente o café, a impossibilidade de se alterar o sistema produtivo, sem absorver pesados ônus financeiros, torna quase que obrigatório um permanente acompanhamento do desenvolvimento tecnológico e sua possível introdução no âmbito do estabelecimento.
7 A cesta empregada no café é composta pelo fungicida Opus e Recop; inseticidas Temik 150 e Thiodan CE; herbicidas Goal Br e Roundap Original, nas dosagens e na periodicidade de aplicação recomendadas pelas boas práticas agrícolas.
8 Sintetizo nesse item algumas de minhas sugestões enviadas durante o período em que a consulta pública esteve vigente. Como não acredito que meus argumentos tenham sido ao menos considerados, compartilho-os com todos os pacientes leitores desse artigo. Regulamento técnico de identidade e qualidade do café torrado em grão e do café torrado e moído. Disponível em https://www.agricultura.gov.br/
9 Refiro-me aos programas: Selo de Pureza da ABIC e Programa de Qualidade do Café (PQC).

CELSO LUIS RODRIGUES VEGRO

Eng. Agr., MS Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade. Pesquisador Científico VI do IEA-APTA/SAA-SP

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ANTONIO AUGUSTO REIS

VARGINHA - MINAS GERAIS

EM 05/06/2008

Caro Celso Vegro,

Reconheço-o como grande aliado do agronegócio café, por nos contemplar com boas matérias, municiando-nos com boas informações.

Abraço
CELSO LUIS RODRIGUES VEGRO

SÃO PAULO - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 05/06/2008

Prezado Antônio Augusto Reis,

Grato pelos comentários. Sei bem das agruras pelas quais os cafeicultores passam e os considero como verdadeiros heróis do pavilhão nacional. Na atual conjuntura, concordo consigo que o segmento carece de políticas estruturantes capazes de fazer frente aos obstáculos enfrentados (câmbio, câmbio e câmbio), tanto é que escrevi em meu artigo anterior uma defesa de um cofisco às avessas.

Como cientista que sou, compete-me isolar um aspecto e procurar esgotá-lo, torcendo-o até que diversos pontos de vistas possam ser confrontados e se forme uma opinião. Nesse particular, selecionei a questão da relação de troca e apresentei-a para que todos possam tomar em conta mais essa contribuição na tomada de decisões para a próxima safra.

Minha esperança é que deste lado de cá você reconheça um aliado. Sorte!

Celso Vegro
CELSO LUIS RODRIGUES VEGRO

SÃO PAULO - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 05/06/2008

Prezado Antônio Augusto Reis
Grato pelos comentários. Sei bem das agruras pelas quais os cafeicultores passam e os considero como verdadeiros heróis do pavilhão nacional. Na atual conjuntura, concordo consigo que o segmento carece de políticas estruturantes capazes de fazer frente aos obstáculos enfrentados (câmbio, câmbio e câmbio), tanto é que escrevi em meu artigo anterior uma defesa de um cofisco as avessas. Como cientista que sou compete-me isolar um aspecto e procurar esgotá-lo, torcendo-o até que diversos pontos de vistas possam ser confrontados e se forme uma opinião. Nesse particular selecionei a questão da relação de troca e apresentei-a para que todos possam tomar em conta mais essa contribuição na tomada de decisões para a próxima safra.
Minha esperança é que deste lado de cá você reconheça um aliado.
Sorte
Celso Vegro
CELSO LUIS RODRIGUES VEGRO

SÃO PAULO - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 05/06/2008

Prezado Wilmar Hermann,
agenciAGRO - Varginha

Sou eu quem agradece sua paciência com com a leitura das confusões desse analista de mercado de café.

Abraços,

Celso Vegro
AGENCIAGRO

VARGINHA - MINAS GERAIS - REVENDA DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS

EM 05/06/2008

Excelente toda a matéria.
Esclarecedora e muito instrutiva. Parabéns !

Wilmar Hermann
Gerente Comercial
agenciAGRO
ANTONIO AUGUSTO REIS

VARGINHA - MINAS GERAIS

EM 04/06/2008

Sr. Celso Luis Rodrigues Vegro,

Suas considerações, como sempre, não deixam de ser pertinentes. Entretanto, este é apenas um lado da questão. Os fertilizantes representam entre 20% a 30% do custo de uma saca de café arábica produzida.

Dentro do seu foco, nossa Fundação Pró-Café (Varginha), universidades como a UFLA (Lavras), Universidade de Viçosa, IAC de Campinas, dentre outras, juntamente com os departamentos técnicos de nossas cooperativas de café têm-nos conduzido a formas mais racionais quanto à utilização agronômica de linhagens e do uso de insumos, além do apoio nas operações junto ao mercado futuro (BMF) e comercialização de CPR´s (Cooperativas de Crédito).

Concordamos com o sr. que "empregar tecnologia de modo racional e com critério é caminho sem volta para qualquer cultivo que se implante nesse país", mas infelizmente temos enfrentado obstáculos importantes, como:

1. câmbio: mais 60% do nosso produto é destinado à exportação;
2. clima: seca, granizo, temperatura... (existindo o seguro rural, amenizaria);
3. custo de produção: insumos, mão-de-obra, câmbio x valor real* da venda das sacas produzidas.

* deságios médios regionais, na qualidade do café
café rio/c.interno: r$ -28,00
café novo : r$-10,00
café com seca má: r$ -10,00
discrepante: r$ -10,00
m/discrep.disc./barr.: r$ -13,00
manchado : r$ -3,00
chuvado: r$ -4,00
mais desagio de r$ 1,00 a cada 10 defeitos apresentado ( em consequência o produtor recebe em média pouco mais de r$ 200,00/saca e não acima de r$ 250, como veiculado)

Nós sabemos produzir. Já dobramos a produtividade de 10 para 20 sacas nos últimos anos. Com incentivo, podemos dobrar mais algumas vezes. Mas o que nós, produtores estamos colhendo? Dívidas, dívidas, dividas ...

Nós, brasileiros, temos tudo para dar certo. No momento, estamos a procura de caminhos e políticas sustentáveis. Suas considerações foram muito importantes e precisamos avançar cada vez mais. Quem puder ajudar, está numa boa hora.
Manifeste-se!

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