ESQUECI MINHA SENHA CONTINUAR COM O FACEBOOK SOU UM NOVO USUÁRIO
FAÇA SEU LOGIN E ACESSE CONTEÚDOS EXCLUSIVOS

Acesso a matérias, novidades por newsletter, interação com as notícias e muito mais.

ENTRAR SOU UM NOVO USUÁRIO
Buscar

Caminhando sobre brasas...de cafeicultores a faquires

POR JOSE EDUARDO REIS LEÃO TEIXEIRA

ESPAÇO ABERTO

EM 02/04/2008

5 MIN DE LEITURA

1
0
A palavra cafeicultor é de conhecimento e definição de todos. A palavra faquir vem do termo árabe para pobreza. O termo é usado principalmente para se referir a mágicos itinerantes indianos, que alegam ser homens divinos. Os faquires viajam de povoado em povoado e operam "milagres" como materializar vibhuti (cinzas sagradas) ou jóias. Fazem também outros truques de ilusionismo como caminhar sobre brasas, deitar-se numa cama de pregos, engolir fogo, introduzir as mãos em "óleo" fervente, perfurar a face com longas agulhas, atravessar a carne das costas com grandes ganchos e puxar com eles objetos pesados. Alguns faquires chegam a ter fama de levitar ou de terem executado o famoso truque indiano da corda. Afirma-se que outros ficaram enterrados vivos por meses e sobreviveram para contar a história. Alguns amputam a própria língua e depois a restauram. Outros podem fazer o fogo se materializar do nada. Os faquires às vezes têm cúmplices e fingem fazer exorcismos ou outros feitos estranhos. Após cada performance, passam o chapéu, coletam o que puderem e deslocam-se para o próximo povoado.

Alguém percebe alguma relação entre faquir e cafeicultor? Será que algum faquir conseguiria ser cafeicultor? Pelo que percebo e conheço, os cafeicultores fazem o que os faquires executam, com os "pés nas costas".

Considerações iniciais

Existem certos ditados que expressam, em poucas palavras, toda uma situação. Entre estes, "se correr o bicho pega e se ficar o bicho come" retrata fielmente a situação vivida pela maioria dos cafeicultores.

Passam-se os anos e a situação apenas piora; as esperanças dissipam-se. Passam-se os anos e os dirigentes, responsáveis por criar e defender uma política sustentavelmente correta para o segmento produtivo cafeeiro, continuam batendo na mesma tecla furada; furando assim as esperanças. Passam-se os anos e toda a cadeia que deveria ser de apoio à cafeicultura, esquece-se que fundamentalmente teria de ser, primeiramente, de apoio ao cafeicultor. Passam-se os anos e o cafeicultor, que deveria ver seu negócio crescendo e tendo condições melhores de sustentar sua família, apenas vê crescer a estrutura que deveria ser de apoio a ele e a seu negócio.

Isto me faz lembrar o sistema "comunista", onde o estado inchado e crescente, enquanto a sociedade miserável e sem esperanças.

Cenário atual

Ao avaliarmos as condições e fatores responsáveis pela formação de um cenário, será necessário observarmos o todo. O cenário, desolador, que se apresenta hoje, para os produtores de arábica, foi pintado há muitos anos atrás. Faltou visão a quem não percebeu.

A história da cafeicultura nos mostra claramente, que o rastro que a mesma deixou e deixa é apenas de quebradeira, com pouquíssimas exceções. O cafeicultor está vivendo apenas de ilusões e financiamentos. As ilusões ou esperanças estão se acabando e os financiamentos estão em seus limites máximos.

Muitos estão usando o raciocínio de obter o máximo de financiamentos, apostando em não precisar pagar. Este é um risco por demais perigoso e real, nos dias atuais.

Fatores externos

São inúmeros os fatores que contribuem negativamente na avaliação da viabilidade econômica da atividade cafeeira, com foco especial ao arábica, mas podemos citar os mais atuais e expressivos:

1. Proposta de política cafeeira na Indonésia, projetando liderança de mercado em 2025;

2. Incremento produtivo em praticamente todos os países produtores, com custos produtivos menores que no Brasil;

3. A produção e comercialização de "cafés especiais" no Peru, em crescimento vertiginoso;

4. Os cafés especiais, de diversos outros países, onde agregam valores humanos, conquistando mercados brasileiros;

5. A forte intenção em fazer de alguns países africanos grandes produtores de café arábica, solucionando assim graves problemas sociais, bem como a garantia de abastecimento global;

6. A queda da moeda americana;

7. A retração de consumo na economia mundial.

Fatores internos:

1. Baixa produtividade, com elevado custo produtivo;

2. Falta de política sustentável;

3. Falta de visão gerencial na condução das propriedades, bem como, na condução dos órgãos ou entidades de defesa da cafeicultura e que na realidade deveriam ser em defesa dos cafeicultores;

4. Falta de assumir a responsabilidade, por parte da produção, em pesquisar e divulgar os números quanto às produções anuais;

5. Falta de assumir e divulgar os custos de produção, por produtividades e regionalizados.

Falta de política e de ações

Ao falarmos em política cafeeira sustentável, ou qualquer outra que seja, será fundamental pensar em no mínimo 30 anos à frente. No Brasil, em questão de política cafeeira, não existe, sendo que o existente é politicagem para liberar recursos, apenas isto. Que absurdo!

É uma politicagem em beneficio apenas da filosofia em obter financiamentos, esquecendo-se que necessitarão pagar, além de não pensarem em todo o conjunto restante de ações. O problema é que a maioria dos cafeicultores não mais consegue sair desta ciranda de dividas; a não ser que seja criada uma política verdadeiramente justa, equilibrada e sustentável neste sentido, mas para isto a cafeicultura não possui lideranças capacitadas.

Divulgações insistentes e indevidas, mesmo que fossem verdadeiras, sobre a possibilidade de faltar café no mercado por períodos maiores. Isto provocou a corrida de grandes compradores mundiais e financiar plantações de café em países como a África.

Insistências de que o governo brasileiro deveria criar estoques reguladores. Que é isto? Eu não acredito quando ouço estas coisas! Não bastaria a linha de produção dar "tiro no pé" com posições erradas e ainda agora quer mirar e atirar na cabeça? Carregar estoques, neste caso, não tem sentido algum; seria mais um elemento negativo.

Perspectivas

Se não houver uma acentuada e rápida mudança de posturas, a produção de café arábica, no Brasil, irá desaparecer em 05 anos. Os que conseguirem se adaptar às condições gerenciais e produtivas, sobreviverão, mesmo assim, sob forte concorrência. Terão de rever imediatamente suas produtividades e custos. Terão de rever técnicas conservacionistas de solo, com retenção de água, e condução de lavouras visando fundamentalmente o custo/beneficio. Terão de elevar suas produtividades para acima de 60 sacas/hectares.

Terão de implantar gestão de planejamentos estratégicos e isto significará fazer os custos produtivos em função dos preços de venda. Terão de criar lucros, sob qualquer condição.

E tem mais, planejamentos elaborados por quem não sabe e não possui experiência e vivência em fazê-los é pior que beber veneno, pois a morte financeira de quem se utilizar destes será lenta e precisa.

JOSE EDUARDO REIS LEÃO TEIXEIRA

1

DEIXE SUA OPINIÃO SOBRE ESSE ARTIGO! SEGUIR COMENTÁRIOS

5000 caracteres restantes
ANEXAR IMAGEM
ANEXAR IMAGEM

Selecione a imagem

INSERIR VÍDEO
INSERIR VÍDEO

Copie o endereço (URL) do vídeo, direto da barra de endereços de seu navegador, e cole-a abaixo:

Todos os comentários são moderados pela equipe CaféPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração. Obrigado.

SEU COMENTÁRIO FOI ENVIADO COM SUCESSO!

Você pode fazer mais comentários se desejar. Eles serão publicados após a analise da nossa equipe.

CLÁUDIO JOSÉ DA FONSECA BORGES

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 04/04/2008


A minha grande angústia é pensar no próximo passo ....

Qual deverá ser o próximo passo do cafeicultor brasileiro?

Uma vez que concluímos que a atividade é deficitária , o próximo passo deverá ser o de sensibilizar os políticos ( tenho até nojo de falar desse povinho) ligados à cafeicutura?

Brigar na cooperativa embasado em artigoa?

Esbravejar com os companheiros produtores durante a cerveja de fim de tarde?

Derrubar a lavoura e plantar outra coisa?

Cutucar a alto-estima do produtor de café? É isso o que me resta.....

Às vezes eu tenho vergonha de pertencer a essa classe.... a de produtores de café...um bando de gente sem crédito ( moral e financeiro) que mesmo na beira da quebradeira fica arrotando caviar, quando está trocando a janta pelo almoço.

Gente sem brio !!!

Escrever não adianta... quem deveria ou poderia fazer alguma coisa nem dá bola para artigos como o do senhor ou outro qualquer.

O produtor de café hoje em dia é um cara endividado, mas tão orgulhoso que é incapaz de brigar para melhorar a sua situação.....

Cadê a vergonha na cara gente ??....

Se fosse na argentina o país já tinha parado, na frança idem, na irlanda também...

Mas aqui no Brasil não.... o cara está quebrado e posando de rico..... a idéia de que fazendeiro ou cafeicultor é rico e está bem de vida é uma imagem que precisa ser desmascarada..... mas os caras tem vergonha de dizer que estão tendo prejuízo, que estão devendo aos bancos e que seus bens de consumo são comprados à prestação, muitas das quais em atraso.

Bando de sem vergonha !!!!

Bando de mentirosos !!!!

Hipócritas !!!

Não sei onde fica a sede da Conab, essa ( desculpem) merda de órgão, que vive dando tiro no próprio pé e desacreditou seus próprios números.... tenho vontade de depredar a sede dessa coisa e aproveitar dar uma passadinha lá no IBGE também e falar muito desaforo para essa gente calhorda, sem compromisso com nada, que vive debruçada em planilhas e tirando conclusões erradas....

Quanto às cooperativas, outras ( desculpe de novo) merdas que aprenderam direitinho a sugar o produtor.....

Me excluo dessa classezinha, pois eu sou daqueles que brigam, que não tem medo de dizer o que pensa, não tenho rabo preso, não gosto de políticos e tenho profundo desprezo pelas lideranças da cafeicultura brasileira... um bando de gente à toa que se aproveita muito bem dos produtores de café, esses pobres ignorantes....

Já mandei carta para o prefeito da cidade na qual tenho propriedade, me colocando a disposição para aglutinar as pessoas do município no sentido de abrir uma associação e nem resposta eu tive....

Por 3 vezes tentei reunir um grupo de pobres ignorantes (cafeicultores) na minha região para criarmos uma associação dos cafeicutores da região de Alpinópolis, sem no entanto obter êxito em nenhuma das três tentativas....

Converso, debato com cafeicultores da minha região, explico como sair do buraco, eles pedem para eu enviar e-mail e nunca me respondem....

Querem passar uma imagem de prósperos empresários, mas a insatisfação está expressa no rosto.... não dá para enganar..... mas a grande maioria prefere ir mantendo as aparências , perpetuando assim a falsa imagem de prosperidade.

Cambada de otários endividados !!!!

Eu tenho produtividade média muito alta , em torno de de 60 sacas por hequitare , uso capital de terceiros na composição do capital de giro, dentro de um fluxo de caixa bem folgado, não tenho dívidas vencidas e também diversifiquei minha produção agrícola para não depender do café ...

Hoje me sinto mais pecuarista que um otário cafeicultor.....

Enquanto essa classezinha não se organizar e se rebelar, a história não vai mudar!!!!

Vai ter muita gente metendo o pau no que estou escrevendo.... assim espero.... isso mostrará que essa cambada ainda tem jeito ....ainda restou um pouco de vergonha na cara..... mas eu tenho cá minhas dúvidas......

Cafeicultor brasileiro, sinônimo de mau gestor, ignorante, arrogante, orgulhoso e QUEBRADO....

É preciso ser muito cego , burro e sem vergonha para ser cafeicultor no Brasil... e parece que existe muitos que estão dispostos a continuar a representando esse papelzinho, lamentavelmente.....

Gente sem brio , sem vergonha na cara quando o assunto é defender seus interesses....

Abaixo o cafeicultor.... quando essa classe quebrar , vai ser uma limpeza para esse país, que está precisando de gente com brio, com coragem para enfrentar as intempéries e não um bando de galinhas que cultivam café.

P.S: lugar de galinha é no galinheiro.... é lá que todos os cafeicultores desse imenso país deveriam estar.....

Gente sem vergonha na cara !!!!

Assinado. Cláudio José Fonseca Borges- Pecuarista e Produtor de Café Com Vergonha na Cara .


















Assine nossa newsletter

E fique por dentro de todas as novidades do CaféPoint diretamente no seu e-mail

Obrigado! agora só falta confirmar seu e-mail.
Você receberá uma mensagem no e-mail indicado, com as instruções a serem seguidas.

Você já está logado com o e-mail informado.
Caso deseje alterar as opções de recebimento das newsletter, acesse o seu painel de controle.

CaféPoint Logo MilkPoint Ventures