ESQUECI MINHA SENHA CONTINUAR COM O FACEBOOK SOU UM NOVO USUÁRIO
FAÇA SEU LOGIN E ACESSE CONTEÚDOS EXCLUSIVOS

Acesso a matérias, novidades por newsletter, interação com as notícias e muito mais.

ENTRAR SOU UM NOVO USUÁRIO
Buscar

28 de julho, Dia do Agricultor

ESPAÇO ABERTO

EM 27/07/2021

3 MIN DE LEITURA

0
0

Por Celso Moretti e Eliseu Alves*

Machado, foice e fogo abriram espaço para uma agricultura moderna. Essas tecnologias básicas, do tempo dos nossos avós, foram substituídas por fertilizantes, arados, tratores e muita tecnologia de forma intensa a partir dos anos 1970. Hoje, há sensores, drones, veículos semiautônomos, softwares, integração sustentável, satélites, geoprocessamento de dados, biotecnologia. O arado e a grade praticamente saíram de cena e entrou uma nova tecnologia, o sistema de plantio direto (SPD) sobre a palha. Adotado em quase 50 milhões de hectares anualmente em todo o Brasil, o SPD reduz a erosão, contribui para a redução da emissão de gases de efeito estufa, auxilia no controle de ervas daninhas e economiza água.

O conhecimento sobre como produzir alimentos é maior do que nossa capacidade de adotá-lo. Existe todo um sistema de produção de um país que foi mudando ao longo das últimas cinco décadas. Antes, maçãs, soja, trigo, vinho e bovinos eram produzidos em regiões específicas e, em geral, apenas durante determinada época. Hoje, encontramos uma diversidade enorme de alimentos por todo o Brasil e colhemos até três safras — algo que agricultores de outros países custam a acreditar. Quem é jovem pode perguntar a seus pais como era no passado. Tropicalizamos e adaptamos plantas e animais.  Solos pobres foram transformados em terra fértil e desenvolvemos uma plataforma de produção sustentável sem igual em todo o mundo. 

A substituição não foi completa, nem para todos, é verdade.  Em muitas regiões e para muitas famílias, fertilizantes, máquinas e insumos relevantes ainda não estão disponíveis. Apesar de nosso volume de tecnologia, resultado dos avanços da ciência brasileira, o conhecimento mais avançado sobre produção ainda não chegou a todos. Infelizmente, em muitos lugares, a chamada agricultura moderna ainda convive com práticas antigas, como o uso do fogo para a limpeza de áreas. Normalmente, isso ocorre nos locais onde insumos para aumentar a produção ainda não estão disponíveis ou não há renda para sua aquisição.

Contudo os avanços são inegáveis. A maior parte dos agricultores hoje possui acesso à televisão. Muitos gerenciam sistemas, máquinas e equipamentos sofisticados e não podem prescindir de conhecimento científico. A internet ainda não tem um alcance global, mas oferece significante suporte à produção. Precisamos avançar na conectividade, que somente chega a 30% dos estabelecimentos rurais.

As transformações no campo fazem com que muitos agricultores residam nas cidades e seus filhos almejem sonhos distantes do mundo rural — a melhoria dos transportes e da renda familiar contribuiu muito para consolidar esse tipo de comportamento. Com a modernização, nossa poderosa agricultura, movida por máquinas, equipamentos e poucos trabalhadores, pode fazer com que o campo aumente a produção e fique despovoado. Programas de transferência de renda e assentamentos rurais, ao mesmo tempo em que ajudam a dar suporte no dia a dia e reduzem sofrimentos, perdem em energia para as forças de mercado. Paralelemente, um movimento pode contribuir, por sua vez, para a retenção dos jovens no campo. Trata-se do crescimento das startups do agro (as agritechs), que têm tornado o campo novamente atrativo para jovens empreendedores. 

A agricultura brasileira evoluiu como nenhuma outra nas últimas cinco décadas. Éramos importadores nos anos 1960 e agora somos um dos maiores produtores de alimentos, fibras e bioenergia do planeta. Nosso agricultor adotou a produção como desafio e a ciência como bússola. O resultado é enorme produtividade e competitividade, com o uso de práticas sustentáveis. É possível até mesmo dispensar a ocupação de novas áreas para produzir.

O agricultor brasileiro, em sua grande maioria, tem iniciativa, é criativo, corajoso. Ele alia produção de alimentos com preservação e adota soluções tecnológicas inovadoras e sustentáveis capazes de competir e superar qualquer sistema agrícola. O setor agropecuário — antes, dentro e depois da porteira — cresceu assombrosos 24% em 2020, mesmo com a pandemia de Covid-19. Empregos foram poupados (e gerados) e alimentos não faltaram nas gôndolas dos supermercados em todo o Brasil. Em 2021, o Valor Bruto da produção (VBP) ultrapassará R$ 1 trilhão, um fato inédito.

A pesquisa pública continua dando suporte para a capacidade dos agricultores de inovar e superar os desafios, tornando-os referência mundial. Esses mesmos agricultores sabem que não basta apenas produzir para alimentar nossa população e exportar excedentes. Há necessidade de criar condições para garantir o abastecimento e a qualidade do ambiente nas próximas décadas.

Com o trabalho dos agricultores, o Brasil seguirá alimentando centenas de milhões de pessoas em todo o globo. Faremos isso de forma competitiva e sustentável, respeitando o meio ambiente e nossos recursos naturais.

Parabéns, agricultores!

*Celso Moretti é presidente da Embrapa e Eliseu Alves é ex-presidente e um dos fundadores da Embrapa.

0

DEIXE SUA OPINIÃO SOBRE ESSE ARTIGO! SEGUIR COMENTÁRIOS

5000 caracteres restantes
ANEXAR IMAGEM
ANEXAR IMAGEM

Selecione a imagem

INSERIR VÍDEO
INSERIR VÍDEO

Copie o endereço (URL) do vídeo, direto da barra de endereços de seu navegador, e cole-a abaixo:

Todos os comentários são moderados pela equipe CaféPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração. Obrigado.

SEU COMENTÁRIO FOI ENVIADO COM SUCESSO!

Você pode fazer mais comentários se desejar. Eles serão publicados após a analise da nossa equipe.

Assine nossa newsletter

E fique por dentro de todas as novidades do CaféPoint diretamente no seu e-mail

Obrigado! agora só falta confirmar seu e-mail.
Você receberá uma mensagem no e-mail indicado, com as instruções a serem seguidas.

Você já está logado com o e-mail informado.
Caso deseje alterar as opções de recebimento das newsletter, acesse o seu painel de controle.

CaféPoint Logo MilkPoint Ventures