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Abbiamo bisogno di un miracolo - Por Marco Jacob

POR MARCO ANTONIO JACOB

ESPAÇO ABERTO

EM 14/04/2014

2 MIN DE LEITURA

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Estamos começando a quantificar os efeitos da catástrofe climática que se abateu sobre o parque cafeeiro de cafés arábicas brasileiro. Pelo cheiro da fumaça, a perda para o biênio 2014 e 2015, será na ordem de 20 milhões de sacas.

Em meu pensamento, esta anomalia climática é a segunda catástrofe climática em importância e abrangência sobre os cafezais brasileiros, atrás apenas da GEADA NEGRA de 1975. Porém algo me inquieta, talvez tenhamos que em Março de 2015, revisar este errático verão de 2014 para o primeiro posto como catástrofe climática cafeeira.

Pela palestra realizada pelo Prof. Rena, na COOXUPÉ no final de fevereiro e lendo atentamente os artigos publicados pelo Prof. Rena, Prof. Donizeti Alves , Prof. Joel Fahl , PROCAFÉ e Judith Ganes, os autores se preocupam com a recuperação do nosso parque cafeeiro para 2016 e doravante.

Vejamos, nas árvores adultas, que sofreram extremo estresse, há grandíssima possibilidade que cheguemos no início da primavera em setembro deste ano, com um colossal déficit hídrico no solo, e, assim sendo, penso que os danos e sequelas no parque cafeeiro serão permanentes.

Primeiramente, um pouco de didática para entender o sistema radicular do cafeeiro:

O pião (Raiz mestra) deste cafeeiro é lenhoso, reto e tem a posição vertical, fixando a planta no solo. Do Pião saem raízes oblíquas e destas, em maior número, saem também raízes laterais que caminham paralelamente ao solo e são providas de raízes capilares. Estas últimas denominadas radicelas terminais, são cobertas de pelos absorventes que tem a função de extrair do solo a água e os sais minerais necessários à nutrição da planta.

A lógica é até simplista, grande parte das radicelas dos cafés encontram-se em até 50 cm de profundidade, e, dado ao extremo déficit hídrico do solo, estas ressecarão e tornarão-se fibrosas, perdendo sua função, fato denominado de morte das radicelas, impossibilitando a absorção de água e nutrientes pela planta.

A falta de água no solo tem reflexos negativos sobre o sistema radicular do cafeeiro, particularmente sobre as raízes absorventes, limitando a absorção de água e minerais, crescimento da parte aérea e a produção das plantas.

A morte das absorventes ocorrerá de forma muito intensa, o que reduz drasticamente a vida produtiva do cafeeiro.

Pelas informações que colhi, a renovação destas radicelas em cafeeiros adultos são extremamente lentas.

Assim sendo, quero dizer que o potencial produtivo do nosso parque cafeeiro de arábica, que era de 38 milhões de sacas (média de 2 anos), desde que os investimentos fossem abundantes para o perfeito custeio e tratos culturais, aliados a um clima de excelência, será reduzido para estas mesmas condições propostas, para algo em torno de 32 milhões de sacas.

Então, para o próximo decênio, iniciando em 2016, teremos uma perda de 60 milhões de sacas, e, logicamente com a perda da produtividade (-15%), tornará muito mais oneroso o custo de se produzir café, lembrando, não poderá faltar renda para os cafeicultores, pois sem lucratividade, os tratos culturais serão aquém da necessidade fisiológica das plantas.

Posto o acima, podemos vislumbrar que o setor cafeeiro terá enormes desafios pela frente. Estes desafios só poderão ser vencidos com muito planejamento e investimentos, e, em verdadeiras Nações, este papel seria de iniciativa governamental. Mas como estamos no Brasil, creio que o setor cafeeiro conhecerá o purgatório ainda em vida.

Alguém pode me dizer se viu ou ouviu algum alto membro do governo federal (ministério da agricultura) pronunciar sobre esta catástrofe climática que se abateu sobre o parque cafeeiro de cafés arábicas brasileiro?

Então, pessoas ligados ao setor cafeeiro, orem bastante, chissà il Papa Francesco parla con Dio, e abbiamo un miracolo.
 

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ALDO COSTA RODRIGUES

PLACIDO DE CASTRO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 14/04/2014

Você foi muito cauteloso em suas previsões,o prejuízo é maior. Gostaria de lembrar também que teve pessoas ligadas ao governo que se pronunciou, sugerindo ao governo que vendesse os estoques de café, porque poderia prejudicar produtores caso o mercado suba??? Orem muitos amigos o bicho vai pegar.
PEDRO DONIZETE DA COSTA

POÇOS DE CALDAS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 14/04/2014

Marco,

Não ouvimos nenhum comentário a respeito de alguma preocupação do governo em relação à cafeicultura. Ouvimos, sim, que está preocupado com as montadoras de automóveis que estão com os pátios com estoque acima do normal. Quanto à cafeicultura, nada.

Isto se deve à conjugação de dois fatores: Primeiro, é que nosso governo não sabe distinguir o que é mais importante econômica e socialmente, pois a cafeicultura emprega mais pessoas, está pulverizada ao longo de grande parte de todo o país e exporta mais que qualquer indústria, principalmente a automobilística. Portanto, a cafeicultura é muitíssimo mais importante que essa indústria poluidora, centralizada nas grandes cidades e que está exaurida, pois sequer temos estradas para utilização dos veículos que são montados diariamente.

O segundo fator é que carecemos de lideranças organizadas que tenham acesso ao governo e que tenham habilidade e prestígio para mostrar isso aos governantes.

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