ESQUECI MINHA SENHA CONTINUAR COM O FACEBOOK SOU UM NOVO USUÁRIO
FAÇA SEU LOGIN E ACESSE CONTEÚDOS EXCLUSIVOS

Acesso a matérias, novidades por newsletter, interação com as notícias e muito mais.

ENTRAR SOU UM NOVO USUÁRIO
Buscar

MAIS resultados com MENOS investimento

POR LUIZ GONZAGA DE CASTRO JUNIOR

ESPAÇO ABERTO

EM 20/11/2013

7 MIN DE LEITURA

3
0
Com o agravamento da crise de preços que atinge a cafeicultura, os representantes do setor produtivo passaram a cobrar de forma enérgica medidas do Governo Federal. Como resultado, foi criado o “Pacto do Café”, que é caracterizado pelos seus criadores como um “movimento em defesa da cafeicultura brasileira”. Este movimento propôs, na forma de um documento eletrônico, uma série de medidas para a recuperação da renda dos cafeicultores e ações para o sistema cooperativo.

Uma das medidas que consta no documento é a seguinte (grifos do autor):

Centro de Inteligência e Produção do Conhecimento: O Brasil precisa recuperar o seu conhecimento na área do café, papel desempenhado no passado pelo Instituto Brasileiro do Café (IBC) e pela Organização Internacional do Café (OIC). Como proposta, já aprovada por ampla gama da comunidade cafeeira, propomos a criação do Centro de Inteligência com a Fundação Dom Cabral, o que demandará a alocação de 2 milhões de reais ao ano em ação compartilhada entre o FUNCAFÉ e o Fundo Mineiro do Café (FECAFÉ).

Essa proposta, em especial, chamou minha atenção pelo simples fato de que já existe um projeto de inteligência competitiva para a cafeicultura brasileira, com toda estrutura física e humana necessária, além de contar com a expertise da Universidade Federal de Lavras (UFLA), o BUREAU DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA DO CAFÉ.

O Bureau foi iniciado em 2010 com recursos da FAPEMIG (Governo de Minas) e tem como objetivos definidos no projeto: 1) Desenvolver um ambiente virtual de difusão de informações e tecnologias necessárias ao bom desempenho da cadeia produtiva do café; 2) Definir indicadores econômicos e sociais que permitam a construção de cenários para a cadeia produtiva do café em Minas Gerais, no Brasil e no Mundo; 3) Elaboração de Custos de Produção para as propriedades participantes do Certifica Minas, que irão favorecer as decisões estratégicas dos produtores e também a definição de políticas públicas pelo governo de Minas Gerais; e, 4) Construir uma inteligência estratégica de prospecção de mercado, Observatório do Café, para subsidiar os órgãos públicos nas tomadas de decisões.

O período de vigência do convênio UFLA/FAPEMIG foi setembro de 2010 a agosto de 2012. A partir desta data, o Bureau se mantém por meio de parcerias com o Polo de Excelência do Café (PEC/SECTES), que está em processo de readequação e será transformado na Agência de Inovação do Café, e o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia do Café (INCT-Café/CNPq), instituições sediadas na UFLA.

Más quais são os trabalhos realizados pelo BUREAU?

1º) A iniciativa mais conhecida do Bureau, até o momento, são os relatórios de tendências e análise dos concorrentes, que são enviados por e-mail para uma lista com mais de 9 mil cadastros, além de serem publicados em diversos sites inclusive o do bureau (www.icafebr.com). Destacamos que 100% do feedback ressalta justamente o que primamos, a qualidade e o valor das informações contidas no relatório;

2º) Relatórios sobre temas específicos, como aqueles sobre a terceira onda do café e a indústria de cápsulas, lançados em 2012 e que balizaram as discussões sobre o assunto (www.icafebr.com). Novos relatórios sobre temas de interesse já estão em construção.

3º) Sistema computacional de comércio eletrônico de café, que viabiliza, por meio de leilões, a compra e a venda de cafés especiais do Brasil. Os objetivos são: ampliar o acesso dos produtores de cafés especiais aos mercados nacionais e internacionais; proporcionar um ambiente de negociação com maior concorrência e transparência; e, consequentemente, contribuir para a elevação do preço do café ao produtor.

4º) Centro de Trainee em Gestão e Mercados - Projeto que transfere o conhecimento sobre café, gerado no Bureau, aos alunos/trainees da UFLA e de outras instituições parceiras. Anualmente, são treinados aproximadamente 100 futuros profissionais do mercado de café nas áreas de Economia, Gestão Financeira de Custos e Inteligência Competitiva.

5º) Gestão Estratégica de Custos (GEA) – programa que leva aos produtores de café o conhecimento (individual e benchmark) necessário do seu negócio, propiciando melhores condições para alcançarem a rentabilidade e a sustentabilidade. Adicionalmente, cria INDICADORES agregados que o Governo pode utilizar como instrumento sem precedente na construção de Políticas Públicas.

O GEA foi aplicado junto aos produtores do Certifica Minas em 2012 e 2013 na regional de Lavras (150 produtores), em 2014 a meta é ampliar para 500 produtores e em 2015 realizar a gestão de todos os participantes do programa (1.700).

6º) Projeto de Agregação de Valor - Estudo, desenvolvimento e implementação de arranjos de verticalização. O objetivo é esgotar todas as possibilidades de estudos de viabilidade para melhorar a competitividade da cafeicultura, principalmente a de montanha.

7º) Robô para monitoramento de mercado - Criação de procedimentos que viabilizem o monitoramento automatizado do mercado de café. O objetivo é ajudar a melhorar o procedimento de busca e tratamento das informações obtidas na web, por meio do Observatório.

8º) TELECAFÉ - Estrutura direcionada a suprir as deficiências técnicas, gerenciais e informacionais do setor em todas as regiões do estado de Minas. O objetivo é criar e manter um canal de assistência técnica remota com todos os UaiTecs, escritórios da Emater-MG que trabalham com café e departamentos técnicos das cooperativas de café do Estado (aproximadamente 654 municípios atendidos). Este projeto esta em construção na UFLA e irá integrar além do Bureau, a Agência de Inovação do Café, o INCT-Café e outros núcleos de conhecimento de café.

9º) Cafeteria Escola – Estrutura em implementação na UFLA, que além de atender aos alunos (15.000), professores (500) e funcionários (1.200) e fornecer cursos a distância via UaiTecs (82), terá como propósito primário ser um laboratório-escola de conscientização e qualificação de pessoas quanto à gestão do negócio café; fazer marketing para o consumo de café de Minas; e, tornar-se referência no desenvolvimento de novos produtos e processos no setor de cafeteria. Neste projeto, que esta em implantação, o Bureau participa dentro de sua competência.

Neste contexto, considerando todo o conhecimento já gerado no Bureau e toda a interface com a expertise existente na UFLA (Núcleos de estudos e inovações do café) e nas instituições que ela sedia (Agência de Inovação do Café e INCT-Café), considero viável e racional que o governo invista no Bureau, garantindo a manutenção e a ampliação da inteligência competitiva para o setor. No entanto, me deparo com o Pacto do Café suscitando a criação do Centro de Inteligência com a Fundação Dom Cabral, que me remete a alguns questionamentos:

1º) Quem é a “GAMA DA COMUNIDADE CAFEEIRA” que aprova a criação deste centro nos moldes propostos?

2º) A “GAMA DA COMUNIDADE CAFEEIRA” conhece os trabalhos realizados no Bureau de Inteligência Competitiva do Café?

3º) Qual a expertise que a Fundação Don Cabral (FDC) possui em agronegócio e, especificamente, em Café?

Tentando responder a esta questão, fiz uma pesquisa na internet e encontrei que em 2010 (ou data próxima) foi criado o Núcleo em Gestão no Agronegócio, que salvo engano já foi extinto. Mas o que me chamou a atenção foi o nome do coordenador do Núcleo, Dr Alberto Duque Portugal, que quando Secretário de Ciência e Tecnologia do Estado de Minas reconheceu a expertise da UFLA no agronegócio café, uma vez que foi o responsável por viabilizar os recursos para a criação do BUREAU DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA DO CAFÉ.

4º) Não seria mais racional, uma vez que a Inteligência Competitiva é uma demanda do setor, conhecer com mais profundidade os trabalhos do Bureau? Realizar uma aproximação entre os dirigentes do Café e o Bureau? Viabilizar recursos para a ampliação dos trabalhos e, consequentemente, ter uma resposta mais rápida e efetiva à comunidade cafeeira?

Destacando a ampliação dos trabalhos, um exemplo é a possibilidade de viabilizar o projeto INTERNATIONAL COFFEE BENCHMARK (ICB), que objetiva gerar informações sobre a eficiência produtiva, a logística, o processo de comercialização e o nível de apoio dispensado via agentes públicos e privados aos cafeicultores dos países produtores. Na verdade este projeto é uma ampliação do que já fazemos no projeto Campo Futuro, em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), onde identificamos os níveis tecnológicos das regiões brasileiras, seus custos de produção, suas rentabilidades e riscos. Este projeto foi encaminhado a algumas instituições representativas do setor em 2012, para que nos ajudassem financeiramente em sua estruturação, mas até então não tivemos resposta alguma.

Quem são os profissionais que trabalham no Bureau?

Prof. Luiz Gonzaga de Castro Junior – Doutor em economia - Coordenador Geral
(lattes.cnpq.br/9141600484719772)

Pesquisadores:

Eduardo Cesar Silva - Especialista em Cafeicultura, Mestre em Administração -Coordenador de Pesquisas (lattes.cnpq.br/6308847545111607)
Diego Humberto de Oliveira – Agrônomo (lattes.cnpq.br/6440355285551638)
Cássio H. Garcia Costa – Graduado e Mestre em Administração (lattes.cnpq.br/9186021224383863)
Fabrício Teixeira Andrade – Agrônomo e Mestre em Administração (lattes.cnpq.br/1913928775792000)
Guilherme Lara Alvarenga - Agrônomo (lattes.cnpq.br/8764880901763313)
Julio de Oliveira Barbareso – Administrador (lattes.cnpq.br/8373134332983249)
Caio Peixoto Chain – Economista (lattes.cnpq.br/1332414714659455)
Mariane Figueiredo – Relações Internacionais, Mestre e Doutora em Administração (lattes.cnpq.br/6213018437101393)
Paulo Oliveira Lima Junior – Mestre em Computação Aplicada (lattes.cnpq.br/4826999848494424)
Elisa Reis Guimarães – Administradora (lattes.cnpq.br/2733100442909307)
Afonso Celso Ferreira Pinto – Graduando em Agronomia (lattes.cnpq.br/9779374094257944)
Érica Aline Ferreira Silva – Graduanda em Administração Pública (lattes.cnpq.br/7241580001284141)
Gabriel Mendes Villela – Graduando em Agronomia (lattes.cnpq.br/9333838240417221)
Rodolfo Lomeu Figueiredo – Graduando em Administração
Amanda Buchivieser – Graduanda em Administração
Giovanna Beloto – Graduanda em Administração
Larissa Gonçalves – Graduanda em Engenharia de Alimentos
Mariana Brito – Graduanda em Engenharia de Alimentos

ARTIGO EXCLUSIVO | Este artigo é de uso exclusivo do CaféPoint, não sendo permitida sua cópia e/ou réplica sem prévia autorização do portal e do(s) autor(es) do artigo.

LUIZ GONZAGA DE CASTRO JUNIOR

Doutor em Economia Aplicada pela ESALQ/USP e professor associado da Universidade Federal de Lavras. Coordenador do Centro de Inteligência em Mercados (CIM).

3

DEIXE SUA OPINIÃO SOBRE ESSE ARTIGO! SEGUIR COMENTÁRIOS

5000 caracteres restantes
ANEXAR IMAGEM
ANEXAR IMAGEM

Selecione a imagem

INSERIR VÍDEO
INSERIR VÍDEO

Copie o endereço (URL) do vídeo, direto da barra de endereços de seu navegador, e cole-a abaixo:

Todos os comentários são moderados pela equipe CaféPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração. Obrigado.

SEU COMENTÁRIO FOI ENVIADO COM SUCESSO!

Você pode fazer mais comentários se desejar. Eles serão publicados após a analise da nossa equipe.

JOSÉ EDUARDO MENEZES MENDONÇA

CARMO DO PARANAÍBA - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 22/11/2013

Eu concordo plenamente! Apesar da grande crise que passa a cafeicultura precisamos fazer mais a nossa parte e utilizar os Centros de Pesquisas existentes no Brasil para um maior aprimoramento! Já fui aluno do professor Luiz Gonzaga e o considero hoje um dos maiores especialistas na gestão da cafeicultura atualmente no Brasil e no mundo.
MOUZER MESSIAS SANTOS

CRISTAIS - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 20/11/2013

Com certeza este programa tem a finalidade de competitividade para a cafeicultura brasileira. É o que os produtores estão mais precisando, de informação.
RODOLFO LOMEU DE FIGUEIREDO

VARGINHA - MINAS GERAIS - ESTUDANTE

EM 20/11/2013

Falou exatamente o que tinha que ser dito, o necessário a ser ouvido

Assine nossa newsletter

E fique por dentro de todas as novidades do CaféPoint diretamente no seu e-mail

Obrigado! agora só falta confirmar seu e-mail.
Você receberá uma mensagem no e-mail indicado, com as instruções a serem seguidas.

Você já está logado com o e-mail informado.
Caso deseje alterar as opções de recebimento das newsletter, acesse o seu painel de controle.

CaféPoint Logo MilkPoint Ventures