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Estimativa de safra no Brasil: um grande chute ou jogo de interesses?

POR CARLOS EDUARDO DE ANDRADE

ESPAÇO ABERTO

EM 10/08/2007

3 MIN DE LEITURA

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Se existe um produto onde a especulação é enorme, este produto é café. O café depois do petróleo é o produto mais comercializado no mundo e é um produto que dá uma margem de lucro muito grande para as empresas internacionais que importam, industrializam e comercializam o café para os consumidores finais.

O produtor aqui no Brasil, atualmente fica com menos de 5% da renda gerada pelo café. É um absurdo, mas infelizmente é verdade. Em uma tese de mestrado de um colega meu, Niraldo José Ponciano, defendida em 1995, pelo Departamento de Economia Rural aqui na Universidade Federal de Viçosa, ele mostra que em alguns países essa margem de lucro pode chegar a 10.000%; isto mesmo, 10.000%.

Eu fico impressionado com a criatividade e capacidade das empresas comercializadoras deste produto de inventar situações e números para jogar o preço do produto para baixo. Fico também impressionado em observar como a mídia é a favor da indústria e do comércio e contra o produtor.

Está internalizado em nossa sociedade que o produtor é explorador, pão-duro, velhaco e outras coisas mais. Em nossa cultura, diferentemente da cultura norte americana, o produtor rural é muito discriminado. Pode-se citar como exemplo o noticiário em geral quando os fiscais do ministério do trabalho encontram alguma irregularidade em alguma fazenda. A mídia faz um estardalhaço.

Mas quem financiou toda a nossa industrialização e urbanização foi a agropecuária e o pior é que a agropecuária continua a subsidiar os consumidores e a indústria do meio urbano.

É mais do que sabido, embora não reconhecido pela nossa sociedade que foi a cultura do café a atividade ímpar geradora de renda para o país nesse processo todo de industrialização do Brasil e ainda a cultura do café é sem dúvida a mais importante atividade econômica do país, pois além de gerar mais de três milhões de dólares por ano de divisas para o Brasil, emprega algo em torno de oito milhões de pessoas, contabilizando os empregos diretos e indiretos.

Só a título de comparação, a cultura da soja ocupando oito vezes mais área que a cultura do café e exportando em torno de seis vezes mais, emprega somente um milhão de pessoas.

Falar numa produção em torno de 55 milhões de sacas de café para o próximo ano chega a ser uma grande irresponsabilidade e grande maldade. É madeira de dar em doido. Vejam bem: a cafeicultura ocupa em torno de dois milhões e meio de hectares. Se considerarmos que a produção de café seja, em toda a área que o café ocupa, o que é um absurdo, tem que ter uma produtividade média de 22 sacas de café por hectare.

Outra ponderação é que teria que se ter um acréscimo em torno de 72% na produção deste ano. Outro fator a ser levado em consideração é que as condições climáticas têm que ser ótimas em todas as regiões produtoras de café.

Quanto a produção de café deste ano fiquei horrorizado em relação ao que vi e ouvi a respeito desta safra. Nos meios de comunicação vimos tanto empresas privadas quanto órgãos oficias do governo federal brasileiro divulgarem estimativas de produção de café totalmente diferentes uma das outras, chegando em alguns casos a diferença ser em torno de uma safra do México, algo em torno de cinco milhões de sacas.

Penso que os produtores de café devem utilizar de todos os meios de comunicação e a internet é uma boa ferramenta, para ir desarmando essa bomba que querem colocar no colo do produtor e deixá-la estourar no colo dos importadores e da indústria de torrefação. A bomba é bem grande. Não há registro na literatura de ter havido um estoque de café a nível mundial tão baixo.

Qualquer problema na produção de qualquer um dos quatro maiores países produtores de café do mundo, afetará a oferta de café a nível mundial e se o problema ocorrer no Brasil aí a cobra irá fumar. Os produtores só não se podem esquecer que os comerciantes são muito espertos e sagazes. Eles sabem transformar os produtores em crianças inocentes.

CARLOS EDUARDO DE ANDRADE

Engenheiro Agrônomo, Mestrado em Economia Aplicada, Extensionista da Universidade Federal de Viçosa e produtor de café.

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JOSE EDUARDO FERREIRA DA SILVA

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS

EM 13/09/2007

Olivier,

Desculpe-me, vc tem inteira razão. Foi extinto aquele modelo de "Emater" que temos por aqui. Visitei na Aquitaine os serviços de pesquisa e de Ater e fiquei impressionado com a qualidade e, sobretudo, com o foco dos serviços. Isso só ocorre por ter suas metas anuais definidas pelos produtores e suas organizações e uma estrutura administrativa mais leve, sem ingerência política. De fato a estrutura de organização (sindicatos, cooperativas, as câmaras, etc) é que permite esta gestão dos produtores dos serviços de pesquisa e ater. Também visitamos uma universidade, além de vários produtores, atacadistas (sobretudo de batata) e o varejo. Mais uma vez a organização dos produtores também faz diferença aí.

Não tenha dúvida que o agricultor brasileiro sabe o que quer, mas quando se tem uma estrutura que não o estimula a participar e definir seus objetivos e os rumos, eles tendem a cair na zona de conforto, pois tem algumas coisas de "mão beijada" (sabemos que não é bem assim, pois não existe "almoço grátis"). O pior é que o maior penalizado com isso é o agricultor familiar, por mais estranho que isso possa parecer. O grande se vira, faz acontecer. O "pequeno" fica no aguardo das esmolas.

Um cordial abraço,

Eduardo

OLIVIER TOPALL

PARIS - ILE DE FRANCE - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 10/09/2007

Prezado José Eduardo Ferreira da Silva,

Escrevo de Paris, França. Sou agrônomo com 7 anos de experiencia no Brasil, na Amazônia.

Não concordo com você, aqui na França nosso sistema de extensão é bem reforçado. Isso é verdade que não é mais organizado pelo Ministério da Agricultura e sim pelas organizações profissionais (Chambres d´Agricultures).

Uma vez que a agricultura e as agro-indústrias pagam impostos, o governo retorna parte do dinheiro para a profissão. Além do mais, temos várias organizações. Por exemplo temos 1.000 escolas agrotécnicas para 600.000 estabelecimentos, ou seja 1 escola para 600 estabelecimentos, temos o controle laitier, as CUMA, as cooperativas agrícolas. Ou seja, nossa extensão agrícola, chamada aqui desenvolvimento agrícola, é bem organizada e é controlada pelo agricultores.

Uma peculiaridade interessante da França é o fato que nos temos um Ministério da Agricultura onde tem a formação, a pesquisa e o desenvolvimento. E todo esse povo trabalha junto. No Brasil existe o Ministério da Agricultura para os fazendeiros, o MDA para a agricultura familiar e o Ministério da Educação para o ensino agrotécnico e agronômico. Isso é a maior confusão e perda de informação, tempo e dinheiro.

O pesquisador em agronomia da França recebe as ordens diretamente do Ministro da Agricultura e no conselho cientifico do INRA (pesquisa agronômica pública) tem agricultores. Na nossa academia de agricultura o presidente é um agricultor.

Mas concordo com você, na França não há mais extensão agrícola pública porque aqui acreditamos que o agricultor, seja mais rico, seja mais pobre, conhece a profissão dele e sabe quais são as coisas importante para ele.

Abraços, Olivier
JOSE EDUARDO FERREIRA DA SILVA

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS

EM 04/09/2007

Patrícia,

Parabéns pelo prêmio. Conheço a Emater sim, e vários de seus bravos técnicos. Mas também é notório que é um ótimo instrumento de uso de dinheiro público com baixa eficiência na sua alocação. Na França, por exemplo, os serviços públicos de Ater foram extintos a mais de 40 anos, sem que ninguém sinta sua falta. Acho que os técnicos poderiam ser melhor aproveitados sem uma estrutura burocratizada e centralizada como as empresas públicas de Ater. Teria muita vaga nas cooperativas, etc.

Mas talvez seja uma ótima oportunidade para mostrar a eficiência da valorosa instituição. Quem sabe devíamos buscar um comparativo de produtividade dos produtores assistidos pela Emater e pelos outros que contam com a assistência das cooperativas, contratadas diretamente ou via associações?

Apenas acho que, para se mudar estrategicamente o estado das coisas é necessário o produtor passar a ter mais controle da situação, e os programas desenvolvidos nos gabinetes da capital, longe da roça, e onde a coisa acontece, não dá pra se ter eficiência. Ainda mais quando recursos minguados têm de ser divididos por uma miríade de escritórios (que ainda tem de contar com a boa vontade de prefeitos, e estes cobram politicamente um preço alto). Aí o técnico que já tem pouco tempo pra ir pro campo (pela quantidade de relatórios que tem de preencher, etc) ainda tem de conseguir uns 20 "litrinhos" de gasolina aqui, uns 20 "litrinhos" acolá...

Quer dizer, não há dignidade profissional que resista a mendicância de gasolina, uso de carro velho e inseguro, escritórios sem a mínima condição de conforto, uso político partidário dos serviços, burocracia, baixos salários...

Você quer saber como ficariam a extensão rural e os agricultores familiares sem as empresas públicas de Ater? Muito melhor. Tá na hora de "empurrar a vaquinha morro abaixo"! Também acho que passou da hora de todos nós revermos nossos conceitos, sobretudo quando se fala de políticas públicas. Todos precisam de menos esmola e maior capacidade de competir. Melhoria de infraestrutura, menos impostos (para isso, só com uma importante redução dos gastos de custeio da máquina), combate sério a toda e qualquer forma de informalidade, política de defesa sanitária, etc.

É isto,

José Eduardo F da Silva,
Engº Agrônomo.
PATRÍCIA ALCÂNTARA SALGADO

NEPOMUCENO - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 31/08/2007

Adorei o artigo redigido pelo colega Carlos Eduardo, parabéns. Só não concordei com a explanação do José Eduardo Ferreira da Silva, "Será que faz sentido manter instituições públicas como a "Emater""? Creio que você não conheça bem o órgão.

A Emater hoje, faz um excelente trabalho junto aos agricultores familiares, prova disso é o prêmio que recebeu este ano. Se não fosse a Emater, quem iria assistir ao agricultor familiar que não tem condições de pagar uma assistência técnica? E a extensão rural onde fica sem a Emater?

Um abraço
JOSE EDUARDO FERREIRA DA SILVA

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS

EM 18/08/2007

Achei interessante a forma como todos participaram deste papo. Isso reforça apenas que o elo mais fraco da cadeia é o produtor. Até aí nenhuma novidade. O Cássio do ES também tocou num ponto interessante que é a prestação de serviços públicos. Nem sempre se vê qualidade e compromisso.

Então será que não está na hora de rever posições? Será que faz sentido manter instituições públicas como a "Emater"? Também devemos todos ter a noção do quanto os produtores rurais são desorganizados.

Será que a estrutura organizacional dos produtores leva ao fortalecimento da categoria? Será que a CNA e as suas federações estaduais não deveriam mudar? Por que não se altera sua organização, mudando o núcleo básico dos anacrônicos sindicatos municipais para sindicatos setoriais (como acontece com as federações das indústrias e seus sindicatos)? Será que isso é suficiente ou relevante?

Eu acredito que no dia que o produtor rural se organizar de forma mais efetiva ele vai parar de incorporar adjetivos usados nos textos acima, tais como explorador, pão-duro, velhaco, inocente, ingênuo, escravagista etc.

E sou convicto que quando ele abrir mão de falsos "privilégios" governamentais, como as pouco eficazes empresas de ATER (e algumas de pesquisa também) e assumir os "destinos" de sua atividade (e não simplesmente deixar que programas saídos de gabinetes com ar condicionado, como citou o Seu Geraldo de Capelinha, para serem implantados por técnicos de botinas mal pagos e que sabem que o seu patrão, aquele que deposita o salário mensal na sua conta, está no palácio e não na roça) ele terá serviços mais eficientes e eficazes.

Só gostaria de lembrar que as relações comerciais são sempre permeadas por oportunismos e aumentar o poder de barganha é o primeiro passo para melhorar as condições de troca. Por isso, mexam-se! Produtores devem assumir um pouco mais de responsabilidade pelo seu destino, o caminho só vocês poderão construir, e não esperem complacência, gratidão, ou qualquer outra coisa. Mudem a história de vocês.

Um abraço e boa sorte!

Eduardo
Engº Agrônomo
ALEMAR BRAGA RENA

VIÇOSA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 18/08/2007

Parabéns Cássio!

Hoje, neste mundo plano, quem estiver produzindo menos de 40 sacas de café arábica beneficiado, em média, por ha e menos de 60% de café duro pra melhor, vai ficar fora do negócio, exceto os familiares e os megaprodutores, que dispõem de outros mecanismos de defesa.

Os pequenos e médios produtores têm que saber usar as tecnologias amplamente disponíveis e as oportunidades do mercado. O ano 1986 (não "1984") pode se repetir, mas será muito difícil. Mesmo assim, tanta gente boa quebrou, ou teve grandes prejuízos, naquele ano, exatamente por terem os olhos maiores do que a cara, não se contentando com enormes lucros, que você bondosamente chamou de 200%.

Isto não exime o governo da responsabilidade de também fazer sua parte, estabelecendo políticas que removam o máximo possível dos atritos inerentes à cadeia produtiva de qualquer atividade agropecuária, um empreendimento, sim, de altos riscos.

Rena
LUCIANO TREVISANI

RONDÔNIA

EM 17/08/2007

Muito bom o artigo, parabéns, gostaria de enfatizar que a situação do meu estado é desanimadora, fruto de falta de políticas públicas de apoio a produção de café, visto que os produtores de RO são totalmente desestruturados sem condições de investimento.

A situação é tão crítica que na maioria das propriedades não encontramos sequer terreiros adequados para secagem dos grãos, não há adubação e muito menos irrigação e a desbrota é inadequada, motivos que levaram a safras muito pequenas.

O produtor, por falta de apoio financeiro e estrutura, vende seu produto nos momentos de pico da safra obtendo preços abaixo da média. O descaso com nossos produtores, não só financeiro como técnico por parte do governo faz-se sentir em toda a economia, já que está baseada principalmente na agricultura e na pecuária. Mais uma vez parabéns pelos esclarecimentos.

Minha reclamação fica por conta do site não falar da cafeicultura do meu estado que é o segundo maior produtor de conilon.
CÁSSIO VIEIRA DE MELO

CONCEIÇÃO DO CASTELO - ESPÍRITO SANTO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 17/08/2007

Prezados! É muito bom ver e ouvir pessoas de diferentes setores ao menos estarem discutindo sobre um assunto vasto e muitas vezes direcionado conforme interesse de poucos.

Com certeza quem está pagando a conta é o produtor. O mesmo, enquanto não se tornar um "empresário agrícola", irá eternamente ficar reclamando e reclamando. Não dá pra pensar em lucros de acima de 200% como em 86. O mundo está globalizado.

Enquanto as políticas brasileiras não forem desenvolvidas com visão mundial, sem "romantismo", o produtor irá sofrer. Falar em produtividade de 22 sacas de média é simplesmente horroroso. Isso não paga conta de ninguém.

Conheço áreas acima de 100 sc/ha, café arábica. Conilon então nem se fala; é outro nível. Tais produtores estão com excelente lucratividade, simplesmente por produzirem de forma eficiente e estarem atentos às oportunidades de mercado.

Outro fator importante é com relação a muitos consultores. É absurdo ver uma recomendação de tratos onde a redução de custo é simplesmente abrir mão do uso de defensivos, o que significa algo em torno de 5% do custo da saca ou da redução de adubação. O uso de tecnologia é fator determinante para o sucesso! Estamos cercados de bons exemplos, é só seguir.

A grande realidade é que mais de 90% dos produtores, sequer fazem uma adubação correta. Os órgãos do governo são na sua maioria impossibilitados de desenvolverem trabalhos com resultados positivos, além de muitos profissionais serem atrasados e terem comprometimento em oferecer ganhos reais ao produtor. Se der errado, a culpa é da bolsa, da chuva, do governo, etc. Vamos ser realistas: se com tamanha falta de profissionalismo de ambos os lados, ainda se vive, e bem, é por que o café é muito bom..
GERALDO EVANGELISTA DA SILVA FILHO

CAPELINHA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 16/08/2007

Quero parabenizar o colega Carlos Eduardo pelo brilhante artigo escrito em defesa do produtor brasileiro. É de pessoas como o Sr. que o setor cafeeiro precisa e não de tecnocratas que ficam em salas com ar condicionado sem conhecer a realidade e as dificuldades enfrentadas pelos nossos produtores.
JOÃO CARLOS REMEDIO

SÃO JOSÉ DOS CAMPOS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 14/08/2007

Parabéns pelo excelente artigo. Só uma pequena correção. O café gera aproximadamente 3 bilhões de dólares de divisas. Infelizmente, o Brasil, em especial os produtores do agronegócio são vítimas de uma política predatória.

Concorremos com países produtores de café como, Vietnã, Indonésia, Índia, etc. Será que nestes países, entre outros tantos produtores de café, existe lei trabalhista? Aqui no Brasil, temos uma das leis trabalhistas mais rigorosas do mundo e, mesmo assim, somos criticados frequentemente por prática de trabalho escravo.

Por que os países ricos, os grandes importadores, não fiscalizam países como os acima citados? Não será um grande jogo de interesse? Não bastassem as concorrências desleais com a cafeicultura nacional, ainda aparecem previsões de safras um tanto quanto suspeitas e irresponsáveis feitas por brasileiros.

Será que estão trabalhando com interesse dos produtores nacionais ou de empresas internacionais que lucram cada vez mais com o nosso produto?

Obrigado

João Carlos Remédio
EUDAIR FRANCISCO MARTINS

BAURU - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 12/08/2007

Parabenizo o brilhante artigo do colega Engenheiro Agrônomo Carlos Eduardo mostrando grande sensibilidade e conhecimento da realidade da cafeicultura brasileira, é de pessoas como você que o setor está precisando, colocando as verdades e a realidade sofrível do setor de produção.

Só para ilustrar nestas 2 últimas semanas de julho tivemos 2 frentes frias com chuva no estado de São Paulo com 217 milímetros de chuva em minha região com um intenso resfriamento a seguir onde as plantas desenvolveram os botões florais com abertura dia 05 e 06 de agosto, sendo que uma boa percentagem estavam escuros antes da abertura, seguida de uma intensa queda de folhas, isto em lavouras esqueletadas com alto potencial para a safra de 2008, portanto falar em safra de 55 milhões de sacas é uma grande falta de responsabilidade e conhecimento do setor cafeeiro.

Continue escrevendo caro colega, pois precisamos rebater estas inverdades que só fazem por provocar queda nos preços do café.

Um abraço.

Engº Agrº Eudair Francisco Martins, Bauru-SP.
RENATO H. FERNANDES

TEIXEIRA DE FREITAS - BAHIA - COMÉRCIO DE CAFÉ (B2B)

EM 10/08/2007

Caro colega, Carlos Eduardo,

Como coloquei na carta que enviei a respeito do artigo de Celso, acredito que uma expectativa de safra de 55 milhões de sacas para 2008 é bem otimista (volto a perguntar, maior produtividade é positivo, não?), apesar do tal do conilon andar puxando as médias de produtividade para cima.

Conhecendo Celso e acompanhando seu trabalho, há alguns anos, tenho certeza que não houve nada parecido com tentativa de derrubar o mercado. Quanto ao uso que farão dessa estimativa, são "outros quinhentos".

Você tocou, bem, na tal "ingenuidade" dos produtores. Será que apostar na alta devido aos baixos estoques, sem diluir suas vendas ou, principalmente, aproveitar momentos de alta para fazer hedge, não é uma atitude ingênua?

Tento compreender a busca dos produtores pelo "preço máximo" como efeito de um descompasso entre sua escala de produção e suas necessidades, como empreendedor e até mesmo pessoais. Acredito que o caminho para se ter sucesso na cafeicultura passe por, conhecendo seu custo de produção, gastar pouco do que sobra por saca, nos anos bons, aplicando o restante em ativos de baixo risco e boa liquidez, para custear os anos ruins, evitando, assim, vendas nas fases de preços criticamente baixos.

Quem não tiver escala de produção terá que se contentar com a receita gerada. Mas, será que não é muito mais gratificante "ficar rico" de vez em quando? O que sei é que fome não se passa, mesmo nos anos ruins, e não se chega a uma "zona de desconforto" capaz de motivar mudanças significativas de postura. Por isso, passamos a vida toda ouvindo reclamações e idéias como as que acabo de expor nem sempre dão muito Ibope.

Saudações,
MARCELL GODOI CHIOVATO

ARAGUARI - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE CAFÉ

EM 10/08/2007

Prezado Colega,

Este artigo foi um dos melhores que já li no CaféPoint, até porque o autor escreve de maneira clara e concisa a atual situação brasileira a respeito da safra de café.

São muitas especulações a respeito da colheita do café, porém só quem atua e lida com a cultura, ou seja, os próprios cafeicultores que tem em mente uma estimativa da produção cafeeira.

Pensando no outro lado da moeda, os produtores de café poderão obter bons preços com a "falta" de café no mercado mundial e, quem sabe, aumentar o lucro de 5% para 10%, bem diferente dos 10.000% dos países europeus.
GERALDO MELO JR

BOM SUCESSO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 10/08/2007

Prof Carlos Eduardo,

Parabéns.

Precisamos de pessoas como você para libertamos o nosso país do grande jogo econômico a que estamos submetidos. A cada dia nos surpreendemos com mais atrocidades da classe política e dirigente do país, e nos sentimos abandonados pela grande farsa; farsa econômica de prosperidade, farsa absurda da propaganda enganosa de números e índices de crescimento econômico.

O povo está estagnado, assolado pelos CDCs eletrônicos, pelos empréstimos ao servidor! E o produtor rural? Este vive a grande mentira do aumento dos financiamentos rurais, dos baixos preços agrícolas, e principalmente luta contra o dumping do mercado, que manipula as safras, os bancos, a classe política, enfim, ai está a razão dos 10.000 por cento de lucro.
LUIZ ROBERTO SALDANHA RODRIGUES

JACAREZINHO - PARANÁ - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 10/08/2007

Prezado Colega,

É com grande satisfação que vejo tamanha lucidez sobre o assunto. Mal conseguimos resolver o problema da safra baixa desse ano que deveria ter incidido decisivamente nos preços e não está ocorrendo, e já nos estão criando outro problema para o ano que vem com essa conversa de 55 milhões de sacas.

Não é possível ser tão difícil de enxergar que uma estimativa de super safra para o ano que vem seja uma estratégia de controlar os preços da safra baixa desse ano insuficiente para recompor os baixíssimos estoques mundiais. Sem contar nas nossas dificuldades climáticas para gerir a produção agrícola.

Até quando iremos vender créditos de carbono a países desenvolvidos e continuar sofrendo os impactos da irresponsabilidade ambiental por eles fomentada? Aparentemente até que paremos de figurar como simples produtores de matéria-prima barata e possamos abocanhar uma fatia maior do bolo que os 5% que nos cabem.

Um abraço e fique com Deus.

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