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Por uma indústria nacional de café em cápsulas

POR EDUARDO CESAR SILVA

E LUIZ GONZAGA DE CASTRO JUNIOR

ESPAÇO ABERTO

EM 17/10/2012

3 MIN DE LEITURA

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O consumo de café em cápsulas (dose única ou monodose) é uma das principais tendências da indústria de café. Segundo dados da consultoria Euromonitor, as vendas dessa categoria cresceram 31,3% no mundo, em 2011. Enquanto isso, as vendas totais de café no varejo cresceram 17,5%. No mesmo ano, 7% de todas as xícaras de café consumidas nos EUA foram preparadas a partir de uma máquina monodose. Além do rápido crescimento, as cápsulas agregam valor ao produto e oferecem boas margens de lucro. Um quilo de café das cápsulas "Nescafé Dolce Gusto", por exemplo, sai por cerca de R$ 240,00.

O sucesso dos sistemas de café em dose única pode ser explicado por suas características. Eles oferecem praticidade ao consumidor, já que o preparo é rápido e simples, e qualidade consistente a cada xícara. As máquinas mais sofisticadas ainda permitem o preparo de lattes, cappuccinos e outras bebidas mais elaboradas. De acordo com relatório Brasil Food Trends 2020, "conveniência e praticidade" e "sensorialidade e prazer" são características essenciais para o sucesso da indústria de alimentos nos próximos anos. No mercado de café, as cápsulas atendem muito bem a essas demandas.

Diante das possibilidades oferecidas pelo café em cápsulas, é preciso considerar a possibilidade de inserção do Brasil nesse segmento. A agregação de valor ao café brasileiro, via industrialização, sempre foi um desafio. As exportações de torrado e moído nunca decolaram e a indústria do solúvel é castigada por fatores que afetam sua competitividade. As cápsulas representam uma nova chance para a indústria brasileira de café. Trata-se de um segmento jovem, com imensas possibilidades de crescimento nos próximos anos e, até mesmo, décadas. Apesar de todo vigor demonstrado pelo segmento, o volume de café consumido através de cápsulas ainda é apenas uma fração do total. Com isso, ainda há espaço para novos entrantes.

No Brasil, algumas multinacionais já investem no mercado de café em dose única. Concorrer com tais empresas pode soar como uma barreira, mas com uma boa estratégia e investimentos em pesquisa é possível mudar esse quadro. O maior exemplo disso talvez seja o da torrefadora portuguesa Delta Cafés. Em um mercado dominado pela Nestlé, com suas linhas Dolce Gusto e Nespresso, a Delta apostou no desenvolvimento de um sistema de café em cápsulas totalmente nacional. O design, manufatura das máquinas e produção de cápsulas são todos feitos em Portugal, por empresas portuguesas. A linha "Delta Q" foi lançada em 2007 e, recentemente, superou a Nespresso em participação no mercado português.

O potencial do mercado português de café é bastante inferior ao brasileiro. O país possui menos de 11 milhões de habitantes e consumo per capita anual na faixa dos 3 kg. Mesmo assim, a Delta apostou no seu projeto e obteve sucesso. Agora, investe na sua internacionalização, que é sustentada pelas vendas das máquinas e cápsulas em outros países, inclusive o Brasil.

A partir do sucesso do caso português, fica o sentimento de que uma indústria nacional de café em cápsulas é completamente viável. O Brasil possui empresas com competência e porte suficientes para isso. Basta lembrar que, no caso português, as empresas parceiras da Delta na fabricação das máquinas e das cápsulas são, de acordo com os critérios do IBGE, de pequeno e médio porte. Como pontos positivos a favor do Brasil, é preciso considerar também a evolução do consumo de cafés de qualidade e o incremento da renda da população.

Os benefícios que uma indústria nacional de café em cápsulas traria são inegáveis. Além de abastecer o mercado nacional, dando mais opções aos consumidores e gerando renda e empregos, existe a possibilidade que o país se converta em uma plataforma de exportação do produto para a América Latina. Seria uma verdadeira revolução para o setor. O caminho para que isso ocorra é longo, mas a ideia foi lançada.

EDUARDO CESAR SILVA

Coordenador do Bureau de Inteligência Competitiva do Café.

Doutorando em administração pela Universidade Federal de Lavras e mestre em administração pela mesma instituição.

É tecnólogo em cafeicultura pelo IF Sul de Minas - Campus Muzambinho.

LUIZ GONZAGA DE CASTRO JUNIOR

Doutor em Economia Aplicada pela ESALQ/USP e professor associado da Universidade Federal de Lavras. Coordenador do Centro de Inteligência em Mercados (CIM).

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ALEXANDER MACEDO

SÃO PAULO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 22/10/2012

Alisson, veja o artigo que discute as capsulas. Abs, Alex

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