ESQUECI MINHA SENHA CONTINUAR COM O FACEBOOK SOU UM NOVO USUÁRIO
FAÇA SEU LOGIN E ACESSE CONTEÚDOS EXCLUSIVOS

Acesso a matérias, novidades por newsletter, interação com as notícias e muito mais.

ENTRAR SOU UM NOVO USUÁRIO
Buscar

O desafio do convencimento e da conciliação

SOU AGRO

EM 11/04/2012

4 MIN DE LEITURA

0
0
Juliana Ribeiro


Quando o Brasil começou a ouvir falar em transgênicos, no final dos anos 80, as primeiras informações que circulavam eram de que organismos geneticamente modificados (OGMs) eram uma ameaça à saúde das pessoas e do meio ambiente. Hoje, passadas mais de duas décadas, quando se fala em biotecnologia, os argumentos científicos ganharam terreno frente a posições ideológicas.

No agro, ancoradas na redução de custos e ganhos de produtividade, bem como pelo conhecimento de cientistas e pesquisadores, as sementes geneticamente modificadas ganharam a preferência de muitos agricultores, especialmente os que produzem grãos.

Este benefício de elevar a produção em menos área plantada, proporcionado pelos OGMs, tem forte efeito no outro tema em destaque desta segunda reportagem sobre os mitos do agro: o conflito entre produção de alimentos e biocombustíveis, que no Brasil, devido à disponibilidade de terras não existe.

Transgênicos
Campanhas contra os OGMs, condenando seu cultivo e utilização para a fabricação de produtos alimentícios não são raras no Brasil e no mundo. Entre as justificativas apresentadas para reprovar o plantio dessas variedades estão o argumento de que eles necessitam de mais agroquímicos para serem cultivadas, bem como promovem uma perda da diversidade de sementes. Mas a realidade é um pouco diferente.

O que se busca é o desenvolvimento de sementes que possam se adaptar melhor em climas e regiões específicas. “Com esse trabalho de pesquisa e desenvolvimento, o agricultor hoje tem a possibilidade de escolher a semente que melhor se adapte à sua região e à lavoura”, explica Flávio Finardi, presidente da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), órgão colegiado responsável por assessorar o governo federal no desenvolvimento da política nacional de biossegurança.

Em setembro do ano passado, a primeira semente transgênica genuinamente brasileira foi aprovada para comercialização. O feijão, desenvolvido por pesquisadores da Embrapa tem um gene que combate o mosaico, doença que ataca e causa prejuízos na lavoura, especialmente em pequenas propriedades do Nordeste. “São tecnologias que também têm cunho social, que geram melhores condições de trabalho para os pequenos agricultores”, diz Finardi.

Francisco Aragão, um dos responsáveis pela pesquisa, afirmou ao Sou Agro que a aprovação da semente vai mudar a forma como as pessoas enxergam a biotecnologia. “Esse feijão acaba com três mitos sobre os transgênicos: que eles só podem ser feitos por multinacionais, para serem usados só pelos grandes produtores e apenas para o plantio de commodities”, assinalou o cientista, na matéria “Primeiro transgênico brasileiro é aprovado”.

Outro ponto destacado foi o fato de que 70% da produção brasileira de feijão é proveniente de agricultores familiares e o uso da nova semente terá impactos sociais positivos. Com o crescimento da população mundial, um dos principais desafios da humanidade nos próximos anos será aumentar a produção agrícola de maneira amigável com o meio ambiente, a fim de alimentar os cerca de 9,5 bilhões de habitantes que o planeta terá em 2050, segundo dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).

Para Finardi, a grande mudança no incremento da produção de alimentos não será provocada só pelos transgênicos. “O aproveitamento de áreas degradadas e o surgimento de novas fronteiras agrícolas também farão a diferença no desafio de aumentar a produtividade. E os transgênicos poderão contribuir com produtos testados, seguros e eficazes”, ressalta.

Alimentos e biocombustíveis
Não, eles não caminham por lados separados e nem são inimigos mortais. Combinar de modo equilibrado o desenvolvimento dessas atividades é questão de sobrevivência. Pela perspectiva dos alimentos, a compreensão é óbvia. O mundo vai precisar de mais comida. Pelo ponto de vista dos biocombustíveis, a mudança da matriz energética de combustíveis fósseis para renováveis é fundamental para diminuir a emissão de gases de efeito estufa.

A cada safra, a produção de grãos cresce no mundo, salvo em casos onde problemas climáticos prejudicam o desempenho das lavouras. No Brasil, estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) aponta que a safra 2011/12 será de 157 milhões de toneladas, ligeiramente abaixo da anterior. O destino de tanto milho e soja – os principais grãos produzidos – é diverso.

Boa parte vai para a fabricação de ração animal, outra parte, no caso soja, vai para a produção de biocombustíveis e outra parcela – de ambos – tem como destino a indústria de carnes, bem como a cosmética, a têxtil, entre outras. Na matéria “Projeções mostram Brasil como grande fornecedor de alimentos”, previsões do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para os próximos 40 anos mostram que a produção de grãos no País deverá chegar a aproximadamente 300 milhões de toneladas.

A produção de biocombustíveis vai na mesma linha, especialmente os que usam a cana-de-açúcar como matéria-prima. Assim como nos grãos, números do Mapa também apontam aumento da produção de cana, que saltará de 750 milhões de toneladas registradas na safra 2010/11 para 935 milhões de toneladas na temporada 2020/21. Ou seja, se ambos crescem, não há competição por áreas.

Além do potencial do etanol de cana-de-açúcar, outros produtos também vêm sendo testados e utilizados para a fabricação de combustíveis limpos. A matéria “Aviação verde”, publicada aqui no Sou Agro, mostra a parceria entre pesquisadores e empresas na busca por novas fontes de energia como o pinhão manso, produto que não é utilizado para o consumo humano e não compete com os alimentos, como você também pode conferir na matéria “Pinhão manso ganha espaço como fonte de biodiesel”.

Para conciliar a produção de energia renovável e alimentos no mundo, investimentos em tecnologia são indispensáveis. Na matéria “FAO rechaça regulação de mercados e defende investimento agrícola”, Ann Tutwiler, vice-diretora-geral do órgão, afirmou que “a tecnologia foi a única forma de aumentar a produção nos últimos 50 anos e é a única forma de fazê-lo no futuro”. Ela acrescentou ainda que “com os desafios que estamos enfrentando em produção de alimentos, não acho que devemos rejeitar de imediato nenhuma tecnologia em especial”.

0

DEIXE SUA OPINIÃO SOBRE ESSE ARTIGO! SEGUIR COMENTÁRIOS

5000 caracteres restantes
ANEXAR IMAGEM
ANEXAR IMAGEM

Selecione a imagem

INSERIR VÍDEO
INSERIR VÍDEO

Copie o endereço (URL) do vídeo, direto da barra de endereços de seu navegador, e cole-a abaixo:

Todos os comentários são moderados pela equipe CaféPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração. Obrigado.

SEU COMENTÁRIO FOI ENVIADO COM SUCESSO!

Você pode fazer mais comentários se desejar. Eles serão publicados após a analise da nossa equipe.

Assine nossa newsletter

E fique por dentro de todas as novidades do CaféPoint diretamente no seu e-mail

Obrigado! agora só falta confirmar seu e-mail.
Você receberá uma mensagem no e-mail indicado, com as instruções a serem seguidas.

Você já está logado com o e-mail informado.
Caso deseje alterar as opções de recebimento das newsletter, acesse o seu painel de controle.

CaféPoint Logo MilkPoint Ventures