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Micronutrientes: deficiência em café e princípios de aplicação

POR ANDRÉ GUARÇONI M.

TÉCNICAS DE PRODUÇÃO

EM 27/02/2007

4 MIN DE LEITURA

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Até pouco tempo, raramente se ouvia falar em deficiência de micronutrientes em lavouras de café. Isso, porque, os micronutrientes são absorvidos em pequenas quantidades e, teoricamente, o grande volume de solo explorado pelo cafeeiro, por ser uma planta perene, conteria esses elementos em quantidades suficientes para nutri-lo adequadamente. Mas, na prática, essa perspectiva tem mudado.

Alguns fatores podem ser levantados para explicar a crescente deficiência de micronutrientes em lavouras de café: aumento na produtividade das lavouras, acarretando elevada remoção de micronutrientes do sistema; aplicação de elevadas doses de calcário, favorecendo o aparecimento de deficiências induzidas (em pH elevado alguns micronutrientes não ficam disponíveis); utilização de formulações altamente concentradas de NPK, reduzindo o conteúdo incidental dos micronutrientes nesses produtos.

Alguns outros fatores podem estar envolvidos no problema, mas os fatores apresentados, agindo isoladamente ou em conjunto, com certeza contribuem para a maioria das deficiências de micronutrientes detectadas. A partir disso, pode-se dizer que, atualmente, a aplicação de micronutrientes é fundamental para se atingir ou manter elevadas produtividades na cafeicultura.

Condições de deficiência

A dinâmica dos micronutrientes no solo é muito variável. Mas podemos separar situações em que a probabilidade de deficiência é maior. No Quadro abaixo são mostradas algumas condições que limitam a disponibilidade dos micronutrientes.


Adaptado de Lopes (1999).

O processo de causa e efeito nem sempre é direto, como aparece no Quadro. Entretanto, tomando-se alguns cuidados, baseados nas condições descritas, pode-se reduzir a possibilidade de deficiência dos micronutrientes. Nesse sentido, a aplicação de doses corretas de calcário é a forma mais eficaz de reduzir as deficiências de micronutrientes induzidas.

Princípios de aplicação

Segundo Lopes (1999), vêm sendo utilizados no Brasil três princípios básicos (os quais Lopes chama de filosofias) para aplicação de micronutrientes: princípio da segurança, princípio da restituição e princípio da prescrição.

Apesar de pouco embasado em critérios científicos, o princípio da segurança é o mais utilizado, pois, até certo ponto, é eficiente. Neste princípio, não são considerados os teores de micronutrientes presentes no solo, nem o "status" nutricional da cultura. Aplicam-se elevadas doses de micronutrientes, suficientes para produções também elevadas. Esse tipo de recomendação funciona, e bem, mas pode haver desperdício de recursos, caso o solo seja capaz de suprir adequadamente a cultura, e, em alguns casos, toxidez causada por micronutrientes aplicados em excesso, principalmente o boro.

O princípio da restituição visa fornecer os micronutrientes exportados pelas colheitas. Isso implica na elevação inicial dos teores de micronutrientes no solo até níveis satisfatórios. Dessa forma, mesmo que as quantidades aplicadas inicialmente sejam pequenas, em relação às quantidades aplicadas de macronutrientes, haverá certo desperdício, pois a cultura não irá explorar todo o volume de solo corrigido. Além disso, as eventuais perdas de micronutrientes por erosão e, ou, lixiviação, são de difícil quantificação, tendendo-se a subestimar as doses recomendáveis.

O princípio da prescrição é, cientificamente, o mais correto. As doses seriam recomendadas em função das análises de solo e de folhas. No entanto, a eficiência da análise de solo para micronutrientes pode ser questionada.

O comportamento dos micronutrientes no solo é muito influenciado por características do meio. A textura, a mineralogia, o teor de matéria orgânica do solo, o pH, as condições de oxi-redução e até as interações entre nutrientes irão influenciar a real disponibilidade dos micronutrientes. Dessa forma, a disponibilidade medida por meio de análises laboratoriais pode não apresentar estreita correlação com a real disponibilidade para as plantas.

As baixas concentrações dos micronutrientes no solo também contribuem para reduzir a eficiência das análises químicas. É muito difícil quantificar, em laboratórios de rotina, concentrações tão baixas. Some-se a isso, as freqüentes contaminações geradas pela amostragem do solo e pelas próprias análises. Quando a concentração é pequena, qualquer contaminação, por menor que seja, pode interferir no resultado final. Dessa forma, pode-se dizer que a análise de solo não é, ainda, um método confiável para se determinar a deficiência ou não de micronutrientes.

Nesse sentido, a análise foliar mostra-se de extrema importância para se aferir o status nutricional da cultura, em relação aos micronutrientes. O melhor extrator de nutrientes do solo é a planta. Entretanto, se os teores na planta estiverem muito abaixo do estabelecido, pode não haver tempo hábil para correção da deficiência e a produção estará, consequentemente, comprometida. Por isso, quando se trabalha com o princípio da prescrição, a análise foliar anual é essencial.

Qual princípio de aplicação utilizar?

Dentre os três princípios de aplicação apresentados, o princípio da segurança e o princípio da prescrição são os mais indicados. O princípio da restituição é o mais difícil de ser implementado, devido à difícil quantificação das perdas de micronutrientes por erosão e por lixiviação, o que acarreta a recomendação de doses, geralmente, subestimadas.

Os outros dois princípios têm, também, pontos negativos. O princípio da segurança pode representar sério desperdício, além de aumentar as chances de toxidez por micronutrientes. Já o princípio da prescrição, tem o problema da pequena confiabilidade da análise de solo para esse caso. É por isso, e por causa da dinâmica dos micronutrientes no solo, que a pesquisa pouco tem avançado em relação à calibração (definição) de doses de micronutrientes para a cafeicultura.

As tabelas para recomendação de micronutrientes, quando existentes, estão, ainda, em suas primeiras aproximações. Mas, apesar disso, são instrumentos fundamentais para se balizar as doses recomendáveis.

A partir dessas considerações, o que parece mais correto, em relação à aplicação de micronutrientes, é a utilização conjunta dos princípios da segurança e da prescrição. Aplica-se uma dose que seguramente irá proporcionar elevada produção, mas, sempre, levando-se em consideração o "status" nutricional da planta (análise foliar), os teores de micronutrientes no solo (mesmo sendo pouco confiáveis) e as doses recomendáveis estipuladas nas tabelas existentes.

Dessa forma, estará garantida elevada produção, com perdas aceitáveis e reduzidos riscos de toxidez.

Literatura Citada

LOPES, ALFREDO SCHEID Micronutrientes: filosofias de aplicação e eficiência agronômica. São Paulo - ANDA, 1999. 58p. (Boletim Técnico, 8).

ANDRÉ GUARÇONI M.

D.Sc. em Solos e Nutrição de Plantas pela Universidade Federal de Viçosa-MG. Pesquisador do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper)

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JUSSIE FERREIRA DA SILVA

POUSO ALEGRE - MINAS GERAIS - CAFETERIAS E PONTOS DE VENDA DE PRODUTOS DE CAFÉ

EM 04/04/2019

Como aplicar ferro em lavoura de café
BRUNO MANOEL REZENDE DE MELO

GUAXUPÉ - MINAS GERAIS - INSTITUIÇÕES GOVERNAMENTAIS

EM 28/01/2019

Prezado André.
Para o Ferro, quando este encontra-se num solo arejado, o mesmo está na forma de ferro 3, ou seja apresenta baixa disponibilidade . Contudo em solos com falta de oxigênio o mesmo passa para a forma de ferro 2, que está solúvel(NETO et al. 2001). Portanto minha dúvida é porque em solos encharcados o ferro está indisponível?
PEDRO DIAS MOREIRA

DIVINO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 17/08/2017

Prezado André,

Sou Técnico em Agropecuária e ex-Extensionista da Emater/MG. Adoro trabalhar com a cultura do café e gostei das orientações aos Micros. Falo para os meus clientes fazerem Análises de Solos anualmente, exatamente por ser muito vulnerável às intempéries. Também indico fazer Análise Foliar após a correção  de acidez e 1ª adubação, o  que normalmente  acontece em janeiro. Tem sido razoável? O que você me diz?
MARCOS ANTONIO DOS SANTOS

GUAXUPÉ - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 31/08/2013

André é um prazer estar em contato com você.

tenho vontade de aprender a interpretar analize de solo.Como você pode me ajudar?
ALEXSANDRO PIVETTA

SANTA TEREZA - ESPÍRITO SANTO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 30/11/2012

olá André, gostaria de saber o que recomendaria de melhor eficacia para suprir a deficiencia de boro em um solo argiloso . Eu estou pensando em usar acido borico mas veio a meio de conversas e pela demora que me falaram que ele tem para poder fzer sua utilização no solo usar esguinchos com produtos a base de boro ou na fertirrigaçao que vem fzer um melhor resultado de eficiencia e agilidade. E ai o que fazer?

Desde ja agradeço.

LUCAS

MACHADO - MINAS GERAIS - ESTUDANTE

EM 27/02/2009

olá André, estou formando em agronomia este semestre, minha monografia sera na area de micronutrientes sobre Fe, Mn e Zn, eu gostei muito deste topico..se voce tiver algum artigo para me ajudar , algum site ou indicar alguns livros...
ficarei grato!!!

Obrigado!
MARCO AURÉLIO ANTUNES PEREIRA

RIBEIRÃO PRETO - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 02/05/2008

Caro André,

Sou Eng. Agrônomo e atuo nas regiões de Altinópolis e Franca com café.
Sobre a nutrição do cafeeiro, sugiro o seguinte :

1. Análise de solo : ela vai nos fornecer dados para calcular a necessidade ou não de calagem e aplicação de macro e micronutrientes.

2. Conhecer a curva de extração de nutrientes do café (quantidade de macro e micronutrientes extraídos pelo café para uma determinada produção).

3. Conhecer a eficiência da aplicação dos nutrientes (macro e micro) segundo a fonte utilizada (tipo de adubo). Isso vai nos permitir escolher que tipo de adubo vamos utilizar (p. ex : nitrato ou sulfato).

4. Conhecer as fases do café para saber que nutriente é mais exigido ou necessário em cada fase (p. ex. Cálcio e Boro, na floração)

5. Análise foliar : método eficiente para ajudar na decisão de reposição ou complementação de algum nutriente que esteja em níveis desajustados.

6. Adubação foliar : como e quando ela pode nos auxiliar.

Estamos num momento da agricultura em que devemos investir em métodos para alcançar altas produtividades e nos tornarmos competitivos no mercado. Acredito que o produtor precisa estar ciente dos ítens acima para poder nutrir adequadamente o seu cafezal. Sabemos que os micronutrientes são EXTREMAMENTE importantes para o sucesso da nutrição e, consequentemente, da sanidade e produtividade do cafezal. Qualquer metodologia que seja estimativa já está fora de mercado. É preciso conhecer a cultura que trabalhamos como a palma da mão, senão estamos fadados ao insucesso.

Sucesso a todos !!!

<b>Resposta do autor:</b>

Prezado Marco Aurélio Antunes Pereira,

Gostaria de parabenizá-lo por seu profundo e extenso conhecimento em nutrição do cafeeiro. Não é fácil adquirir todos esses conhecimentos. Parabéns!

Sem diminuir a qualidade de seu conhecimento, tentarei mostrar que existem, quanto à sua explanação sobre o tema, linhas de pensamento diferentes.

Itens:

1) Como você bem sabe, há dúvidas quanto à eficácia da análise de solo em "prever" a disponibilidade de micronutrientes. Isso se deve à dinâmica dos micronutrientes. Os teores nos solos variam constantemente. Além disso, sua determinação laboratorial é cercada de problemas analíticos. Dessa forma, ainda não se geraram tabelas de classes de micronutrientes nos solos que sejam confiáveis, pois os níveis críticos são de difícil detecção. Elas até existem. Mas serão confiáveis? Penso que recursos do produtor não devam ser utilizados na tentativa de responder à pergunta.

2) Conhecer a curva de absorção de nutrientes pelo cafeeiro é de suma importância. Entretanto, como você sabe, para se chegar às doses recomendáveis, ela nada significa, sem as taxas de recuperação de nutrientes oriundos de fontes diversas. Ora, essas taxas irão se modificar de solo para solo, de um regime pluviométrico para outro, de fertilizante para fertilizante e de uma forma de aplicação para outra. Assim, você deve concordar comigo que, doses de nutrientes, geradas a partir de curvas de absorção, são apenas especulações, caso as taxas de recuperação não sejam bem definidas. Ou você, como outros, trabalha com as taxas de recuperação médias?

3) Não considero correta a escolha do fertilizante, apenas, pela sua eficiência de aplicação ou absorção. Fertilizantes "ultra-eficientes", que não geram um retorno proporcional à elevação do custo de produção, podem levar muitos produtores a uma rápida descapitalização. Devemos lembrar que lucro bruto é diferente de lucro líquido.

4) O conhecimento dessas fases é, realmente, importante. Mas, por outro lado, penso que não seja extremamente essencial. Lembremos que o solo acumula nutrientes, ao que se chama de efeito residual do fertilizante. Da mesma forma, a planta é capaz de acumular a maioria dos nutrientes nos vacúolos das células. Assim, um pequeno descompasso entre a aplicação dos fertilizantes e as fases de maior exigência, não deve trazer maiores problemas. Como você sabe, existem fatores muito mais importantes para se aumentar a eficiência de absorção e utilização dos nutrientes, do que o conhecimento exato dessas fases.

5) A análise foliar é uma ferramenta essencial. Você está coberto de razão. Devemos tomar cuidado com a época de coleta das amostras foliares. Se coletarmos as amostras em épocas diferentes das utilizadas nas tabelas de referência, não irá ocorrer uma equivalência de valores adequados, devido à flutuação que ocorre nos teores foliares em cada época do ano.

6) Acredito que existam quatro casos, apenas, onde a adubação foliar pode auxiliar, e só para os micronutrientes: a) em anos de carga alta; b) na aplicação de Zn, se o solo for argiloso; c) quando a eficiência de absorção pelo sistema radicular é por alguma razão diminuída e d) se cometermos erros sucessivos na adubação via solo.

Caro Marco, concordo com você quanto a importância dos micronutrientes. Eles são nutrientes, mesmo que requeridos em ínfimas quantidades. Agora, penso que você esteja forçando um conceito equivocado, quando diz que, qualquer "metodologia estimativa" será eliminada do mercado. Considerando seu conhecimento sobre o assunto, tenho certeza de que você sabe que, na nutrição de plantas e na fertilidade do solo, todos os valores (curvas de absorção, taxas de recuperação, doses recomendáveis, etc...) são estimados. Nesse caso, não existe conta exata, e você sabe disso. Existe, sim, maior lucro líquido. E disso, todos nós sabemos.

Muito Sucesso!

André Guarçoni M.
WAGNER FERNANDO DURANTE

MUZAMBINHO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 13/09/2007

Gostei muito dos esclarecimentos, me ajudou em muitas dúvidas que tinha.

Abraços.

Wagner
LUIZ ANTÔNIO VALLE GUIMARÃES

VITÓRIA - ESPÍRITO SANTO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 05/08/2007

Há alguma restrição na aplicação de adubo via solo (macros) e logo em seguida aplicação via foliar (micros)?

<b>Prezado Luiz,</b>

Não há qualquer restrição em relação a esta prática. Você deve ficar atento, apenas, para não aplicar determinado nutriente via solo e, logo após, aplicá-lo novamente via foliar, pois haveria desperdício de recursos.

Agradeço o questionamento.

Qualquer dúvida volte a escrever para o CaféPoint.

André Guarçoni M.
PAULO ANTONIO FRANCO FILHO

ESPÍRITO SANTO DO PINHAL - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 12/03/2007

Caro colega André,

Sou agrônomo e trabalho na região de Serra Negra. Fiz uma amostragem de folhas em uma propriedade que assisto, e o resultado foi um excesso de manganês (acima de 600). Todos os outros nutrientes, com exceção de B e Zn estão com teores médios. Este ano, foi feita calagem, com dose de 2 ton/ha em área total.

Gostaria de saber sobre este excesso de zinco.

Atenciosamente,

Paulo Franco filho

<i>Prezado Paulo,</i>

Sinto muito, mas as informações por você fornecidas não me permitem levantar qualquer hipótese para as possíveis causas do elevado teor de manganês nas folhas.

O histórico da área, os tratamentos fito-sanitários efetuados nas plantas e as adubações foliares e de solo, bem como, a análise de solo e de folhas, são informações necessárias para se encontrar alguma evidência.

No mais, só posso sugerir que tome cuidado com as próximas aplicações de micronutrientes, fornecendo apenas aqueles que se encontram abaixo do nível adequado.

Obrigado pelo questionamento.

Qualquer dúvida volte a escrever para o CaféPoint.
MARCOS DE OLIVEIRA BETTINI

UBERLÂNDIA - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 05/03/2007

Olá, André como vai?

Gosto de seus textos!

Algumas perguntas:

Qual extrator você prefere e recomenda para análise de micronutrientes em solo e folhas? Porquê?

Quais as doses, fontes e vias de aplicação de Boro, Zinco, Ferro, Cobre e Manganês você recomenda? Pensando no princípio da segurança.

Você tem experiência com aplicação de ácido bórico e Sulfato Manganoso via fertirrigação?

Que dose de produtos e nutrientes por hectare você recomenda?

Tem verificado deficiência de Zinco e de ferro em sua região?

Grato,

Marcos Bettini


<i>Prezado Marcos Bettini</i>,

Seus questionamentos denotam seu interesse e a importância desse assunto para a cafeicultura.

Não se prefere ou recomenda qualquer extrator para determinação de micronutrientes. Os extratores são definidos pela pesquisa, com base em estudos de correlação. O que se deve fazer, na prática, é investigar quais são os extratores utilizados para a construção da tabela de recomendação e usar os mesmos extratores nas suas análises. Nunca utilize resultados obtidos com extratores diferentes dos usados na tabela.

Os extratores mais empregados são: Mehlich-1 (Zn, Mn, Fe e Cu) e água quente (B). Para análise foliar, geralmente emprega-se a digestão com solução nítrico-perclórica.

Em relação às doses, sinto muitíssimo, mas não considero o CaféPoint um veículo adequado para esse tipo de recomendação, uma vez que as situações locais são extremamente distintas para cada leitor. Além disso, como você viu no artigo, proponho que as doses mais adequadas sejam definidas baseando-se no "princípio da segurança" e no "princípio da prescrição". Portanto, para recomendar as doses, seriam necessárias informações sobre os teores de micronutrientes no solo e nas folhas das plantas, caso estas estivessem em produção.

Não tenho experiência em relação à aplicação de ácido bórico e sulfato manganoso via fertirrigação. Entretanto, devido à facilidade de aplicação, há a tendência de se aplicar quantidades além do necessário. Nesse caso, tome cuidado, especialmente, com o ácido bórico.

Tenho verificado, principalmente, deficiência de ferro. Geralmente, os solos brasileiros contêm muito ferro e não seria de se esperar essa deficiência. Uma avaliação rápida dos valores de pH e dos teores de fósforo, no solo dessas lavouras, não indicou que a deficiência foi induzida por excesso de calagem ou adubo fosfatado.

Em relação às fontes e formas de aplicação de micronutrientes, meu próximo artigo irá tratar sobre esse assunto.

Agradeço suas perguntas.

Qualquer dúvida volte a escrever para o CaféPoint.

André Guarçoni M.
ANTONIO COSTA REIS

UBERABA - MINAS GERAIS

EM 27/02/2007

Linguajar muito técnico, tipo universitário, que poucos cafeicultores entenderão.
RAFAEL ALTOE FALQUETO

VENDA NOVA DO IMIGRANTE - ESPÍRITO SANTO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 27/02/2007

Muito bem explicado!

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