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Quando mudar é necessário

POR CARLOS OTÁVIO RIBEIRO CONSTANTINO

TÉCNICAS DE PRODUÇÃO

EM 02/07/2009

3 MIN DE LEITURA

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Nas ultimas décadas, a agropecuária, assim como todos os demais setores da economia mundial, passou por profundas transformações, que demoraram para serem absorvidas pelos "atores" do sistema. No setor agropecuário verificamos que muitos produtores não conseguiram absorver as transformações ocorridas nem se despertaram para a necessidade de usar tecnologias disponíveis. Como resultado, testemunhamos o êxodo rural, relacionado à pobreza comum nos dias de hoje.

A pesquisa avançou muito em todos os segmentos do agronegócio, no entanto a perda de efetividade das entidades oficiais de extensão rural não propiciou aos produtores obter os benefícios do avanço tecnológico. Desta forma, a transferência de tecnologia é hoje, sem dúvida, o grande gargalo do agronegócio brasileiro.

Algumas iniciativas vêm surgindo em vários segmentos para mostrar que é possível ter um agronegócio economicamente viável para o produtor. Cabe aqui salientar que o setor produtivo, devido a sua grande dispersão geográfica e muitas das vezes pelo "comodismo", prefere reclamar dos preços dos produtos agrícolas, ao invés de buscar resolver os problemas que está ao alcance dos mesmos.

Como forma de melhor exemplificar que com assistência tecnológica e gerencial é possível o produtor obter eficiência e lucratividade que permitam a sustentabilidade econômica, mostraremos os resultados técnicos e econômicos de uma propriedade acompanhada pelo Projeto Educampo Café Conilon.

No quadro abaixo, temos os indicadores de uma propriedade acompanhada desde agosto de 2006. Os dados da safra 2005/06 mostram o resultado que o produtor obteve antes do projeto. Os dados da safra 2006/07 e 2007/08 mostram os resultados obtidos, fruto do acompanhamento mensal com metodologia definida.

Quadro 1: Indicadores Técnicos e Econômicos de propriedade acompanhada pelo projeto Educampo Café Conilon COOABRIEL/SEBRAE. (Dados corrigidos pelo IGP-DI de Abril de 2009)

Clique na imagem para ampliá-la.

Fonte: Educampo SEBRAE/COOABRIEL

Pelo quadro acima, podemos abstrair importantes informações, devidamente detalhadas:

• Renda bruta: Aumentou consideravelmente em função do aumento de produção, fruto da elevação da produtividade, tendo em vista, que a área em produção se manteve estável no período analisado;

• C.O.E - Custo Operacional Efetivo: em termos de valores por ha, ocorre aumento de 231% devido, principalmente, ao maior investimento nos tratos culturais e também à necessidade de maior custo por hectare, considerando-se dois itens importantes como colheita e pós-colheita, devido ao aumento de produtividade. Quando analisamos o C.O.E. por saca observamos que ocorreu aumento de 19% no período de 2006/08 em função da melhoria dos tratos culturais com a cultura;

• C.O.T - Custo Operacional Total e C.T. - Custo Total: Ocorre aumento nos valores por ha, fruto do aumento do C.O.E. . Temos desta forma na safra 2005/06 o CT por saca de R$ 162,42 e na safra 2007/08 de R$ 122,56, representando assim uma diminuição de 25% neste período. Com o aumento da produtividade, ocorre diluição dos custos fixos, o que se traduz em eficiência produtiva e econômica, ou seja, com os mesmos recursos se produz mais café por hectare.

• Lucro - Tendo em vista que um dos principais objetivos do projeto é que o produtor obtenha lucro com sua atividade, observamos que o lucro por saca aumentou 306% e o lucro por ha e em área total aumentou 1023%.

• Taxa de Remuneração do Capital com Terra (TRC) - A TRC, um indicador de rentabilidade, mostra que o produtor analisado elevou a remuneração do capital investido na propriedade - incluído o valor da terra, a TRC subiu na ordem de 616%. Na safra 2007/08 foi obtida uma TRC com terra de 47,26%, mostrando assim boa atratividade para o negócio.

Enfim, tiramos como conclusões que:

1) Torna-se fundamental o acompanhamento técnico e gerencial visando à transferência de tecnologia ao produtor e a manutenção de rentabilidade a longo prazo, tendo em vista que as margens unitárias vêm diminuindo a cada ano;

2) O produtor que não conseguir acompanhar o avanço tecnológico corretamente, fatalmente estará fora da atividade no médio prazo, pois as cotações de mercado atuais não cobrem os custos fixos quando se tem baixas produtividades;

3) A ineficiência por parte dos produtores são os reais motivos das dificuldades financeiras na cafeicultura, seja ela de conilon ou arábica.

CARLOS OTÁVIO RIBEIRO CONSTANTINO

Engenheiro Agrônomo formado na UENF - Universidade Estadual do Norte Fluminense. Atua como consultor técnico no Projeto Conilon Eficiente COOABRIEL.

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