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Profissionalismo na Gestão de Cooperativas

POR BRÍCIO DOS SANTOS REIS

TÉCNICAS DE PRODUÇÃO

EM 14/09/2007

4 MIN DE LEITURA

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Um dos grandes desafios do cooperativismo nacional é a busca pelo maior profissionalismo em seu processo administrativo. Se a estrutura organizacional das cooperativas garante, por um lado, maior comprometimento com os objetivos precípuos desse tipo de instituição, por outro pode ser considerada a causa de graves problemas de gestão.

O órgão máximo de decisão na estrutura de governança cooperativa é a Assembléia Geral. A mobilização de associados para garantir a representatividade dessa assembléia, entretanto, é extremamente difícil. Falta ao quadro social, de maneira geral, consciência da importância de sua participação para o sucesso do empreendimento. Sendo assim, a condução da cooperativa fica a cargo de seu Conselho de Administração e Diretoria Executiva, que procuram tomar as decisões da forma mais autônoma possível, garantindo agilidade ao processo decisório.

Esses órgãos administrativos, como reza a legislação, devem ser compostos por integrantes do próprio quadro societário. Isso implica, no caso das cooperativas agropecuárias, em exigir que produtores rurais, muitas vezes sem o mínimo de preparo, exerçam funções executivas extremamente complexas e desafiadoras. É o mesmo caso dos profissionais da área de saúde que devem gerir suas cooperativas de crédito. Como exigir que um médico, por exemplo, tenha conhecimento profundo sobre mercado financeiro para conduzir com perícia esse tipo de negócio?

Não cabe, em nenhum momento, crítica à capacidade desses empresários e profissionais como administradores. Todos podem ser extremamente hábeis em suas respectivas áreas e exercerem seu papel na cooperativa da forma mais dedicada possível. Entretanto, é mais provável que a concentração de habilidades e estudos lhes permita sucesso em suas atividades privadas e, ao mesmo tempo, limite suas possibilidades de êxito como gestores.

Um excelente apicultor pode não ser um bom administrador para organizações da complexidade de uma cooperativa industrial. Um competente ginecologista pode encontrar muita dificuldade na gestão de sua cooperativa de crédito. E isso não é nenhum demérito, uma vez que seus campos de atuação se diferem, e muito, daquele em que se aventuram ao assumir a incumbência de gerir esses tipos de sociedade.

Exatamente por esse motivo é que se faz crucial a estruturação de um corpo técnico adequado ao desenvolvimento das atividades administrativas peculiares das cooperativas. Os profissionais contratados para esse fim devem ter conhecimento teórico adequado e experiência na condução de sociedades de pessoas.

Sociedades de Pessoas X Sociedades de Capital

Nesse ponto, é importante salientar a extrema relevância das instituições de ensino que preparam esse tipo de profissional para o mercado, seja por meio de cursos de graduação voltados à Administração específica de cooperativas ou programas de Pós-graduação com o mesmo objetivo.

O conhecimento das nuances e peculiaridades do sistema cooperativista, bem como das demais formas de sociedades de pessoas, é de suma importância para a correta gestão desse tipo de entidade. As técnicas administrativas tradicionais, aliadas à formação acadêmica e prática na condução de organizações sociais, constituem pré-requisitos básicos na busca pela eficiência empresarial.

Áreas como Educação Cooperativista, Organização do Quadro Social, Desenvolvimento de Comunidades, entre outras, são tão importantes no processo de gestão de cooperativas quanto aquelas que compõem a formação profissional básica dos cursos de Administração, quais sejam, Finanças, Planejamento, Marketing, etc.

Nesse contexto, os associados que integram os conselhos gestores das cooperativas devem, a despeito do quão preparados possam ser para assumir tais funções, investir na qualificação de seu corpo técnico administrativo. Há que se garantir o profissionalismo do processo decisório. Os rumos da instituição não podem ser definidos de forma amadora. A elaboração de planejamento estratégico, no atual mercado competitivo, é fator-chave para o crescimento sustentado de qualquer empreendimento.

Esse planejamento, entretanto, não pode ser dissociado do correto entendimento das razões de existência e dos objetivos precípuos de uma cooperativa. Da mesma forma, administrar financeiramente uma sociedade de pessoas vai além dessa mesma atividade em qualquer entidade mercantil. Além de buscar a rentabilidade e a liquidez do negócio em si, é preciso que essas metas sejam alcançadas em conjunto com o bem-estar dos associados.

Não basta que a cooperativa seja rentável e líquida, é preciso que o quadro social também usufrua dos benefícios dessa situação. E isso, muitas vezes, é conflitante.

Voltemos aos exemplos das cooperativas agropecuárias e de crédito. Nas primeiras, os cooperados são os fornecedores. Nesse sentido, medidas de redução de custos poderiam incluir repasses menores aos mesmos pela entrega de seus produtos, o que poderia se refletir em maiores retornos para a instituição e, simultaneamente, em menores benefícios ao quadro social.

Já nas cooperativas de crédito, o aumento de receita pode ser obtido pela cobrança de maiores taxas de juros, o que poderia se traduzir em maior rentabilidade. Contudo, como no caso acima, aqueles que deveriam se beneficiar da existência da entidade estariam sendo prejudicados em razão de sua busca por maior arrecadação.

Conclusão

Em suma, além da conscientização por parte dos associados da necessidade de investir no processo de profissionalização da gestão, deve-se salientar que esses investimentos devem ser analisados à luz das diferenças existentes entre a administração de empresas e de cooperativas.

Não basta, apenas, contratar administradores eficientes, é preciso que os mesmos tenham conhecimento sobre cooperativismo. Seja esse conhecimento adquirido em sala de aula ou em anos de atuação no próprio sistema, caracteriza-se como primordial para o aumento das probabilidades de sucesso desses profissionais.

Profissionalização é a meta. Porém, há que se ressaltar a importância do investimento direcionado à contratação de indivíduos adequadamente capacitados e em treinamentos contínuos do corpo funcional na área de cooperativismo. Afinal, administrar cooperativas, além da busca pelo desenvolvimento do negócio em si, envolve a transferência de benefícios aos principais interessados e que constituem a razão de existir da organização.

BRÍCIO DOS SANTOS REIS

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GUSTAVO FELIPE GOMES CONEGUNDES

ESCADA - PERNAMBUCO - ESTUDANTE

EM 06/07/2009

Bom dia,

Primeiro, sou técnico em agropecuária formado na Escola Agrícola Luiz Dias Lins de Escada/PE, tenho uma preocupação social das comunidades da região em que convivo, junto com 19 pessoas formadas, como técnicos em diversas áreas. Com o mesmo objetivo,estamos constituindo uma cooperativa de produção e serviços, e fui indicado à presidência. Estou em busca de aprimorar meus conhecimentos na área, e fazer com que a nossa cooperativa não seja mais uma, e sim, referência na região da Zona da Mata sul e território.

Sabemos que não vai ser uma luta fácil, mas estamos vendo a necessidade dos pequenos agricultores da região e já atuamos e vimos a realidade, então vamos somar forças para que possamos contribuir para nossa região e consequentemente conseguir atingir outras, se for o caso. Sabemos que é um povo sofrido e calejado, até pelo fato da região ser canavieira, a monocultura é densa deixando-os sem outra opção, de está inserindo outras culturas que irá lhes beneficiar na subsistência, etc. Vmos sim conseguir erradicar esses fatores negativos e estamos aberto a qualquer discussão, procurando firmar parcerias para que decolemos juntos nessa caminhada que será longa e árdua, mas não impossível.

Esse foi meu primeiro acesso ao CaféPoint, gostei muito das matérias e espero contar com o apoio deste site para tirar minhas dúvidas. Agradeço, e desde já conto com vocês. Sem mais,

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