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Eficiência alocativa dos custos de produção da cafeicultura do cerrado mineiro

VÁRIOS AUTORES

TÉCNICAS DE PRODUÇÃO

EM 06/07/2011

4 MIN DE LEITURA

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Uma interessante análise dos custos de produção da cafeicultura do Cerrado Mineiro, durante o ano agrícola de 2009/10, foi divulgada pelo SEBRAE Minas durante a Superagro, em Belo Horizonte. Para essa análise, foram considerados os dados das 224 propriedades cafeeiras acompanhadas, naquele ano, pelo Projeto Educampo Café nessa região. Para o conjunto dessas unidades produtivas, inicialmente, foram mensurados os valores investidos - por hectare de lavoura e por saco de café produzido - para logo a seguir, ser calculada a composição dos custos e elaborados diversos indicadores técnicos e financeiros.

O objetivo da análise foi caracterizar as peculiaridades dos custos de produção de café na Região e mostrar os indicadores associados aos cafeicultores mais, e menos, eficientes em termos da alocação dos seus custos de produção. Os parâmetros observados indicam que o grupo acompanhado apresenta grade heterogeneidade quando aos aspectos técnicos e econômicos.

Um forte indicativo dessa heterogeneidade e a área plantada com café nas diversas propriedades analisadas, que variou de 900,95 a 0,5 hectares, com uma média de 72,8 hectares. Compatível com essa variação, também se observou que a produção de café média das fazendas participantes do Educampo Cerrado, safra 2009/2010, variou de 9,5 a 36.757 sacas por fazenda por ano, com média de 3.207 sacas.

Também a produtividade por hectare, cuja média foi de 44,79 sacas na safra 2009/2010 consideradas as 224 propriedade analisadas, mostrou grande variabilidade, com a fazenda de menor produtividade colhendo apenas 5,24 sc/ha e a de maior rodutividade alcançando a média de 89,73 sc/ha. O histograma a seguir mostra a distribuição da produtividade nas fazendas acompanhadas, onde se observa que a produtividade da maioria das fazendas concentra-se na faixa entre 35 e 55 sacas por hectare.

FIGURA 1 - Histograma da produtividade das propriedades cafeeiras acompanhadas pelo Projeto Educampo Café no Cerrado Mineiro, na safra 2009/10.



As fortes variações de produtividade estão associadas à magnitude dos indicadores econômicos e financeiros, tanto por hectare quanto por saca produzida, que também apresentaram grandes variações no conjunto das propriedades analisadas. O custo total por hectare cultivado variou de R$ 17.704,00 a R$ 7.191,00, com um valor médio de R$ 9.347,00/ha nas 224 fazendas acompanhadas. O Custo Operacional Efetivo (COE) - o desembolso - por saca produzida variou de R$ 53,16/sc a R$ 558,88/sc, com média R$171,19/sc.

QUADRO 1 - Alguns indicadores técnicos e econômicos das 224 propriedades acompanhadas pelo Projeto Educampo Café na Região do Cerrado Mineiro, durante a safra 2009/2010.



A composição do custo de produção efetivo (COE), ou seja, do desembolso efetuado para cultivo da lavoura cafeeira no cerrado mineiro, está mostrada no Quadro 2, a seguir. Por ele, verifica-se que as atividades de adubação e colheita se destacam como principais itens, em média responsáveis por mais 60% dos desembolsos financeiros. Por outro lado, observa-se também que o custo do Projeto Educampo Café corresponde a menos de 0,7% do total desembolsado diretamente pelo cafeicultor.

QUADRO 2 - Composição média do Custo Operacional Efetivo (COE) das 224 propriedades acompanhadas pelo Projeto Educampo Café na Região do Cerrado Mineiro, durante a safra 2009/2010.



A figura 2 mostra o histograma do custo de adubação das 224 propriedades acompanhadas, onde se observa que a maioria dos produtores gastou com adubação entre R$ 1.500,00 e R$ 2.000,00 por hectare, com uma média em torno de R$1.800/ha.

FIGURA 2 - Histograma do custo de adubação, por hectare, das propriedades cafeeiras acompanhadas pelo Projeto Educampo Café no Cerrado Mineiro, na safra 2009/10.



Na Figura 3, observa-se a distribuição do custo de colheita do café, por hectare, nas propriedades acompanhadas pelo Educampo Café na safra 2009/10. Quando analisada a dispersão dos gastos, nota-se uma maior concentração destes na faixa de R$1.500,00 a R$2.200,00/ha, com um custo médio de colheita de R$ 1.665,00/ha.

FIGURA 3 - Histograma do custo de colheita, por hectare, das propriedades cafeeiras acompanhadas pelo Projeto Educampo Café no Cerrado Mineiro, na safra 2009/10.



Com o objetivo de mostrar um resultado finalístico da atividade cafeeira no cerrado mineiro durante a safra 2009/10, o Relatório do Educampo Café também apresenta uma distribuição das margens líquidas (receita auferida com a cafeicultura menos os custos totais dessa atividade) alcançadas nas propriedades acompanhadas. Em média de todas as lavouras cafeeiras, a margem liquida foi de R$ 6.170,00/ha, enquanto que a maior margem foi de R$ 26.409,00/ha e a menor foi negativa em 5.847,00/ha.

FIGURA 4 - Histograma da margem líquida, por hectare, das propriedades cafeeiras acompanhadas pelo Projeto Educampo Café no Cerrado Mineiro, na safra 2009/10.



Buscando identificar as relações entre a eficiência econômica da cafeicultura - medida pela margem líquida da atividade - e a produtividade das lavouras, foi elaborado o Gráfico 5, mostrado a seguir. Por ele, observa-se que as propriedade (25% do total) que alcançaram a maior margem líquida, em média R$ 11.043,48/ha, tiveram uma produtividade média de 50,82sc/ha. No extremo oposto, 25% das propriedades que tiveram as menores margens líquidas, em média negativa em R$ 452,29/ha, tiveram produtividade média de apenas 26,88sc/ha. A metade das propriedades com margem líquida por hectare cultivado em torno da média (R$ 6.272,76), teve uma produtividade de 44,01 sc/ha. Esses resultados comprovam, mais uma vez, a forte influência da produtividade no resultado financeiro da atividade cafeeira.

FIGURA 5 - Relação entre a eficiência econômica, medida pela margem líquida, e a produtividade das lavouras cafeeiras nas propriedades acompanhadas pelo Projeto Educampo Café no Cerrado Mineiro, na safra 2009/10.

JOSÉ LUIS DOS SANTOS RUFINO

Consultor Témático do Projeto Educampo Café do Sebrae/MG. Engenheiro Agrõnomo, Mestre em Administração Rural e Doutor em Economia Rural. Gerente Técncio da Embrapa Café até 2005 e Pesquisador da Embrapa Café até 2009.

LEANDRO DA SILVA ALMEIDA

LUIZ GUSTAVO RABELO

Engenheiro Agrônomo

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JOSÉ LUIS DOS SANTOS RUFINO

VIÇOSA - MINAS GERAIS

EM 12/07/2011

Prezado Marcos Antônio,



      Você tem toda razão!! As informações de custo (aliás, como todas outras) só se juntificam se passarem por um processo de análise que sustentem uma orçamentação e um planejamento das atividades futuras de forma mais consistente e realista, pautado em metas que reflitam as prioridades para o aumento da lucratividade da lavoura. O Projeto Educmapo Café Café  pauta-se na idéias de que  as informações de custo não constituem um sofá para sentar, mas sim numa alavanca para uma maior sustentabilidade da atividade cafeeira.

       Um grande abraço.

       Rufino
MARCOS ANTONIO DOS REIS TEIXEIRA

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE CAFÉ

EM 11/07/2011

Caro Professor Rufino, ótimo resumo e análise dos dados, o Educampo, além de buscar a eficiência na produção, avalia a eficácia econômica, ou seja, a diminuição de custos e uma melhor gestão da propriedade.

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