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Análise dos custos de produção de café arábica e robusta no Estado de São Paulo

POR FLÁVIA MARIA DE MELLO BLISKA

E CELSO LUIS RODRIGUES VEGRO

TÉCNICAS DE PRODUÇÃO

EM 25/11/2009

3 MIN DE LEITURA

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Os resultados de estudo sobre os custos de produção da cafeicultura brasileira, para a safra 2006, indicaram, para o Estado de São Paulo (quadro 1), que a região da Mogiana apresenta o menor custo médio total de produção de café arábica, R$190,79/sc do Estado. As demais regiões deste Estado apresentam custo médio de produção até 23% superiores ao observado na Mogiana. Os valores obtidos para as regiões da Alta Paulista, Garça-Marília e Sudoeste, são muito próximos - R$234,84/sc, R$230,15/sc e R$224,04/sc, respectivamente.

Com relação ao café robusta, o Estado de São Paulo não é um produtor tradicional e os valores dos custos de produção deste café na Alta Paulista, região Oeste, refletem a finalidade principal desta lavoura para o Estado: a produção de sementes para porta-enxerto, em mudas de arábica. Nessa região, utiliza-se a cultivar de robusta Apoatã IAC 2258, porta-enxerto com sistema radicular resistente aos nematóides Meloidogyne exígua e M. incognita, o que tem viabilizado a produção do café arábica na região. O volume de robusta destinado à indústria de torrefação e moagem e de solubilização não é significativo. Visto que a produção do café robusta em São Paulo é majoritariamente destinada à produção de sementes para produção de porta-enxerto, os resultados obtidos no estudo não devem ser utilizados como base de comparação com os custos do robusta produzido nos Estados do Espírito Santo, Rondônia e Bahia. Salienta-se, ainda, que o custo total de produção de café robusta no Estado de São Paulo, o menor custo de produção por saca de todo o Brasil, R$85,46, se refere a café não irrigado.

Quanto à estrutura de custo de produção do café (quadro 2), o menor percentual de gastos com a utilização de fertilizantes (formulados, elementos simples, micronutrientes e adubos orgânicos), em relação aos respectivos custos totais de produção, por saca beneficiada de 60kg, foi observado na cultura do café arábica, na região de Garça-Marília (12,5%). O maior percentual de gastos com nutrição foi observado na Alta Paulista (37,1%). Entretanto, apesar da diferença significativa com nutrição entre essas duas regiões, a produtividade média observada nos cafezais da Alta Paulista (20,5 sc/ha) ainda é inferior à média de Garça-Marília (22,0 sacas/ha). Um dos fatores que colaboram de forma significativa para esse resultado é a intensa degradação dos solos na região da Alta Paulista, com elevada infestação por nematóides.

A região de Garça-Marília foi a região produtora que apresentou maior percentual de gastos relacionados à fitossanidade da lavoura, em relação ao custo total por saca (44,9%). Este resultado provavelmente reflete a necessidade de controle de bicho-mineiro, muito comum na região, além do controle de ferrugem. Consequentemente, outros itens da estrutura de custo tornam-se relativamente inferiores aos das outras regiões, como o controle do mato (capinas químicas, mecânicas ou manuais), com o menor percentual de gastos por saca (2,65%).

Com relação à colheita do café arábica, o maior percentual de gastos foi observado na Mogiana (31,6%). Porém, com relação às atividades de preparo e beneficiamento do arábica não foram observadas diferenças significativas entre as regiões produtoras.

O item "Outros custos" inclui podas (recepa, esqueletamento, decote, condução, limpeza), transporte (produtos, insumos, terreiro, mão-de-obra), irrigação, energia, arruação, conservação de carreadores, análises de solo e utensílios (custeio e colheita).

Os resultados obtidos indicam que, de modo geral, as condições edafoclimáticas mais favoráveis à cultura, a maior utilização de tecnologia, o reconhecimento como região produtora de cafés de excelente qualidade de bebida e o menor custo de produção conferem à Mogiana maior vantagem comparativa em relação às demais regiões cafeicultoras do Estado.

Quadro 1. Custos operacionais totais de produção do café arábica e café robusta nas principais regiões produtoras do Estado de São Paulo (R$/ha e R$/saca de 60kg), safra 2006.

*Médias aritméticas por região.
Fonte: Centro de Café 'Alcides Carvalho' - Instituto Agronômico / IAC.
Clique na imagem para ampliá-la.

Quadro 2. Estrutura de custo de produção de café arábica e café robusta (operações + insumos), em R$/sc e R$/ha*, nas principais regiões cafeeiras do Estado de São Paulo, safra 2006.

Fonte: Centro de Café 'Alcides Carvalho' - Instituto Agronômico / IAC.
Clique na imagem para ampliá-la.

FLÁVIA MARIA DE MELLO BLISKA

CELSO LUIS RODRIGUES VEGRO

Eng. Agr., MS Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade. Pesquisador Científico VI do IEA-APTA/SAA-SP

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FLÁVIA MARIA DE MELLO BLISKA

CAMPINAS - SÃO PAULO - INSTITUIÇÕES GOVERNAMENTAIS

EM 26/11/2009

Prezado Lindolfo R. Anders,


Gostaríamos de esclarecer que os dados apresentados se referem apenas às operações de "custeio", não incluindo os custos de implantação da cultura.

Além disso, os procedimento geralmente utilizado para avaliação dos custos de produção imputam sobre os custos uma remuneração para a terra e para o empresário rural. No entanto, este estudo não adota esse critério. Uma vez que trata-se de cultura perene, os custo de oportunidade de renda da terra foram considerados nulos e a remuneração do empresário foi considerada como resíduo do custo total de produção, não como um elemento de dentro da planilha, uma vez que o segmento é tomador de preços e não formador.

Estaremos à disposição para outros esclarecimentos,

Att. Flávia Bliska

LINDOLFO R. ANDERS

SÃO PAULO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 25/11/2009

Parabéns pela matéria.
Seria útil abrir mais as tabelas de custos, de forma a dar ao produtor idéia dos valores atribuidos a manutenção e reposição de máquinas e equipamentos, capital imobilizado em terra, gestão do negócio, etc.

As lavouras frequentemente tem peculiaridades que podem viabilizar ou inviabilizar a rentabilidade da operaçaõ. Quanto maior o grau de informação do produtor mais chances de gerir proveitosamente a produção.

Parabéns ao CaféPoint e aos Autores.

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