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Problemas pelo efeito da estiagem sobre a floração das lavouras

POR JOSÉ BRAZ MATIELLO

TÉCNICAS DE PRODUÇÃO

EM 08/10/2014

3 MIN DE LEITURA

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A floração do cafezal é um momento muito esperado pelo cafeicultor, pois é o primeiro anúncio da safra vindoura.

Neste ano, agora em setembro/outubro, teve início a florada nas lavouras, em algumas áreas onde já choveu, mas existiam e permanecem dúvidas sobre o volume, a abertura e o pegamento desta florada.

O que se tem visto no campo já pode começar a aclarar estas dúvidas.

Primeiro, havia o receio de que o stress hídrico, mais cedo, em fevereiro até maio, poderia dificultar a indução floral, na fase inicial de formação das gemas. Pode-se observar, sobre isso, que houve a indução normal, pois, agora, os ramos e as rosetas estão com grande número de botões florais, com boa uniformidade no amadurecimento das gemas, pelo próprio efeito da seca, de maio a setembro.

Como as chuvas, na maioria das regiões, ainda foram em pequeno volume e mal distribuídas, existem variações no comportamento da florada. Em muitas áreas houve uma pequena florada, de ponteiro e mais nas lavouras novas. Em outras, com um pouco mais de chuvas, a florada foi maior, com cerca da metade dos botões abrindo, precisando de mais chuva para a abertura total. Neste ponto surgem indagações e afirmações diversas, dos produtores e dos técnicos. Será que estas flores, por terem ocorrido em período de pouca chuva e pela persistência da seca, vão pegar, ou seja, vão se transformar em frutos.

A primeira resposta a esta indagação depende do que virá de chuva em seguida. Se dentro de pouco tempo as chuvas se normalizarem, a falta de chuvas no período da pós-abertura das flores não causará prejuízos, de certo modo até favorece, pela menor ocorrência de fungos, que atacam no momento da floração e na formação inicial dos chumbinhos. O stress prejudicial à frutificação ocorre quando os frutos começam a crescer rapidamente e a formar as sementes, que acontece a partir de 60-80 dias pós florada, aí que mora o perigo.

A segunda resposta diz respeito às lavouras em áreas mais quentes e secas e que chegaram a secar ramos, sofrendo muita desfolha Nestas, é claro, a floração vai ficar prejudicada pela morte de gemas e pelo menor pegamento da floração, pois as reservas que se acumulam nas folhas, ficaram prejudicadas.

Problemas na abertura da florada em cafeeiros, por pouca chuva. Flores pequenas, outras semiabertas, botões amarelados sem abrir e alguns grãos de arroz. FEX Varginha, 1º de outubro de 2014

Por último, existe, em campo, uma terceira situação, onde a florada ocorreu com pouca chuva, com 5-20 mm apenas. Aí já podem ser observados alguns problemas com a floração. Onde a água foi pouca estão ocorrendo os botões chamados de grãos de arroz. Eles foram estimulados a crescer, pelo diferencial hídrico ocorrido, porem a pouca água não foi suficiente para o crescimento completo e para a abertura dos mesmos. Então estes botões ficam amarelecidos e acabam caindo, sem que se abram em flores. Nas condições com um pouco mais de água as pétalas das flores ficam menores, algumas abrem parcialmente e outras abrem normalmente, com flores de pequeno tamanho. Nesta última condição não se espera perdas.


Botões tipos grãos de arroz e alguns já secos, devido baixo volume de chuvas- Guapé (MG), 2 de outubro de2014 

Em conclusão pode-se dizer que, apesar de não conhecermos perfeitamente o processo de florescimento e o que está acontecendo na fisiologia, internamente, nos cafeeiros voltando, nesses próximos dias, a ocorrer chuvas normais, as lavouras que produziram pouco em 2014 estão preparadas para dar uma boa safra em 2015. Aquelas que produziram bem em 2014 se encontram desfolhadas e tem poucas condições de florescimento e de pegamento da florada. De fato, a estiagem pode prejudicar a próxima safra de café. O quanto vai depender da retomada das chuvas e só mais a frente é que poderemos avaliar melhor.

 
Na comparação, o ramo abaixo com flores de tamanho quase normal e outro, acima, com flores pequenas, especialmente na extremidade do ramo, onde chega menos água.  

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JOAQUIM MAGEWSKI

VILA VALÉRIO - ESPÍRITO SANTO

EM 10/10/2014

A falta de agua é um problema que a sociedade moderna terá que se adequar, são as chuvas que faz  a renovação das aguas, com o modelo de produsão  que adotamos em nossas propriédades, as chuvas que cai no chão encontra dificuldades para penetrar na terra e assim alimentar o lençol freático,antigamente era  enxada que o produtor usava hoje é o  glifosato com essas facilidades o mato passou a ser um inimigo.
AUGUSTO COMUNIEN

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS

EM 10/10/2014

Comentar o quê ..?. já disseram tudo que eu tinha de dizer! Somente digo que estamos ferrados se não chover!
FLÁVIO DOS SANTOS

CAPELINHA - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 09/10/2014

Quando vejo esses depoimentos a cima de nossos cafeicultores em relação ao grande deficit hídrico dos últimos anos e todas as anormalidades e adversidades em ter café de qualidade, é de lamentar do fundo do coração.

Nós que trabalhamos com café a mais de meio século e estamos vendo o presente acontecimento, que eu creio que isso ainda é somente um alerta e que no ano quem vem  tudo indica que tende a piorar mais ainda - (Agora e sempre, "Só Deus" para intervir).

Nasci e fui criando a 71 km da Serra da Canastra. Fui em minha terra a 60 dias atrás e não a conheci realmente a hidrologia/bacia hidrográfica dos anos 60 até 80. Havia um ditado que isso era para os nossos netos verem e eu estou vendo em quase todo o Brasil lamentavelmente com falta de água.

Voltando na questão café:

Esses dias esteve aqui em Capelinha os Senhores pesquisadores  Eng. Agr. José Braz Matiello e  Eng. Agrônomo Roberto Santinato. (Resumo da palestra ao meu ver): "Sem água nada feito".

Capelinha ao longo desses últimos anos é óbvio, que as águas diminuíram e muito, mas; em função da grande % de matéria orgânica e com certas chuvas provindas quando do sul do pais e outrora do litoral Bahaino como foi ao longo do ano e até a 10 dias atrás com mais de 35/50 mm em quase toda região plantada em café/eucalipto/bananas e pastagens; o que está acarretando nas lavouras é aquele depauperamento em função a grande safra de 2014. Lavouras novas mesmo sem irrigação, estão bem. Veremos até quando irão suportar essa grande evapotranspiração.
PAULO CESAR SANTOS SCALLI.

SÃO JOSÉ DO RIO PARDO - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 09/10/2014

De comum acordo com o Sr. observei estas condiçoes na região onde atuo, pois a florada foi boa mas tambem existem os chamados grãos de arroz.
ARTUR QUEIROZ DE SOUSA

CAMBUQUIRA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 09/10/2014

Obrigado pelo artigo esclarecedor. É exatamente isto que verifico in loco nas lavouras de minha propriedade, agravada agora por uma súbita semana de frio pós florada, com temperaturas noturnas de até 5°C. Realmente será um ano cheio de surpresas e de dificil estimativa de safra para o próximo ano.
JOAQUIM MAGEWSKI

VILA VALÉRIO - ESPÍRITO SANTO

EM 09/10/2014

No espirito santo na região produtora de café conilon o que prejudicou as lavouras foi o vento aqui chamado pelos produtores de vento  sul  que desfolhou as lavouras;
ALEXANDRE CASTRO CAMBRAIA

OLIVEIRA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 08/10/2014

Não é só no sul de minas que a situação está critica não, aqui no centro-oeste a coisa está feia; minhas lavouras quase não viram chuva este ano.Não chove forte desde fevereiro que foi quando plantei minha lavoura mais recente com 20.000 pés estes que só estão vivos por milagre e por muito esforço pois tratamos de chegar bastante casca de café nas mudas para protegê las do calor e manter a umidade além de irriga-las com dois tratores e dois tanques de 2000 lts. Cada nos períodos em que faltou chuva. Parei a irrigação na colheita e estou retomando hoje sob o risco de perder todo o investimento realizado.Ainda tenho outros dois plantios um de dois anos que está razoável, mas o que aparenta ter sentido mais a seca é a lavoura de três anos que está com as folhas murchas, caindo e já soltou duas floradas naqueles dois chuviscos de setembro e outubro que não serviram nem para apagar poeira, só pra abrir flor...que não pegaram devido a falta de chuvas...Na minha propriedade ja secaram duas minas uma cisterna quatro represas e dois córregos sendo que possuo 60 hectares de reserva legal e todas as minas e córregos com 50 e 30m de app e etc...Os outros dois córregos as outras duas represas também estão secando.Aqui perto no meu vizinho uma cachoeira que corria muita água secou.Em todas as cidades e comunidades rurais da região a situação é critica. Ouvi falar até de possos artesianos secando...As lavouras antigas abriram uma florada mínima pode se dizer que ainda não ocorreu e nem sei quando irá ocorrer nessa situação... Não da pra prever o que vira em 2015.Em 2014 a safra foi bem menor do que tem se especulado.Em 2013 eu colhi 825 sacas ano bom.2014 e meu ano baixo e eu esperava colher 500 scs. Estou suando pra ver se da 400scs.( não terminei o benefício) quebra de pelo menos 25%. Dessas 400 sacas 100( café de chão) não beberam.A vida inteira desde o tempo de meu pai e meu avô café de chão bebeu aqui na fazenda.Teve um lote de café de pé misturado com de chão (o café foi derriçado e depois varrido)ano 2012 que bebeu mole e eu tenho o laudo técnico para comprovar de provador de renome no mercado.De 2013 pra cá o café de chão começou a apresentar problemas.Conversei com alguns provadores que afirmaram que o volume de café rio aumentou bastante enquanto a quantidade de café fino reduziu. Posso observar isso em minha propriedade, o que está acontecendo? Além disso quando se tem um aumento forte como o de anteontem VC vai ao mercado e náo tem preço especificado porque náo tem comprador o mercado travou...Qdo precisa vender café o preço tá ruim...qdo o preço melhora o mercado trava...espera o preço cair pra comprar de novo...ser pequeno tá difícil neste mercado de gigantes.

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