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Por que pequenos produtores preferem recepar seus cafezais

POR JOSÉ BRAZ MATIELLO

TÉCNICAS DE PRODUÇÃO

EM 01/02/2017

3 MIN DE LEITURA

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Ao visitar as regiões cafeeiras, especialmente na cafeicultura de montanha, onde predominam pequenos produtores, quase só se vê lavouras recepadas. Quando o normal, mais indicado, seria a adoção de podas mais leves, que não levem a perdas bruscas na produção.

A recepa é um tipo de poda muito drástica, que visa renovar completamente a copa dos cafeeiros e, hoje em dia, só é recomendada em último caso, quando já não existe outra solução melhor, pois ela apresenta uma série de desvantagens. Ela provoca perda de produção em dois anos em seguida, é uma operação onerosa, aumenta a área sujeita ao mato e, ainda, pode levar à mortalidade de plantas, as mais fracas.

A decisão sobre a necessidade de uso e a escolha do tipo de poda a empregar, em uma determinada lavoura de café, deve ser tomada após análise detalhada da condição dos cafeeiros. Ou seja, o que pode estar influindo negativamente na produtividade da lavoura ou em eventual dificuldade na execução dos tratos no cafezal. Ela deve, portanto, responder o porquê da poda e qual a melhor forma de fazê-la.

Essa análise, especialmente no caso de pequenos produtores com menos conhecimento, deve ser assessorada por um técnico especializado. Buscando, assim, racionalizar a poda e atender suas finalidades com a menor perda de produção e de renda. Nesse sentido, temos visto que o técnico precisa estar bem reciclado, com informações atualizadas por sua Instituição (Órgão de Extensão Estadual, Cooperativa, etc), caso contrário também pode indicar inadequadamente.

Cortar as plantas por cortar, ou podar de forma mais drástica do que o necessário, representa prejuízos no tempo de recuperação, nas maiores perdas de produtividade e no custo mais elevado da operação de podas. Isto por que as pesquisas realizadas mostram que reduções de produção são tanto maiores quanto mais drásticas forem às podas. (Veja exemplo do Quadro 1).

Na adoção das podas vale também o ditado, “que mais vale prevenir do que remediar”. Medidas preventivas devem ser adotadas, começando com uma adequada desbrota de ramos ortotrópicos, ladrões, desde a idade jovem das plantas da lavoura, evitando-se seu tombamento e fechamento. Deve-se seguir com um decote, quando se verificar raleamento da ramagem baixa, feito após uma safra alta e quando, normalmente, ocorre seca de ramos do ponteiro e já não vai haver produção neles na safra seguinte. Em seguida, deve-se aplicar um esqueletamento/desponte para reabrir a lavoura, para renovar e multiplicar a ramagem lateral. Isto tudo deve ser feito antes que seja tarde e, aí só caberia a recepa.

O maior argumento de quem vai recepar sua lavoura é que as plantas perderam a saia. Nesse aspecto, ressalta-se que atualmente as pesquisas e observações de campo mostram possibilidade de aplicar podas de esqueletamento. Mesmo em condições onde existem poucos ramos na saia, pois em seguida à poda podem ser aproveitados brotos ladrões, que saem na parte baixa do tronco para recompor, com seus ramos laterais, a saia perdida da haste principal.

Para finalizar, resta responder à pergunta que nos fazemos, após verificar a situação de muita recepa no campo. Por que muitos cafeicultores, especialmente os pequenos, estão recepando demais suas lavouras. Nossa resposta é no sentido que achamos que faltam conhecimentos, os quais devem ser melhor difundidos, pelos Serviços de Assistência Técnica. Outra coisa é que o produtor, agora ele, acha que a recepa resolve seu problema de forma mais duradoura. Ledo engano. Resolve de um lado, mas prejudica do outro, conforme aqui colocamos.

Quadro 1 - Produtividade de cafeeiros, em lavoura adensada 2 x 0,5 m, sob diferentes sistema de poda. Martins Soares-MG, 2006.

Quadro: Fundação Procafé


Foto: Procafé
Nas 4 fileiras em baixo, recepa e acima esqueletamento, realizados no mesmo dia- Mal Floriano-ES, dez/16.



Foto: Procafé  Foto: Procafé

Detalhe dos cafeeiros da foto anterior. À esquerda plantas que receberam recepa baixa, examinadas pelo produtor, com estimativa de safra, de 2-4 litros/pl. À direita, plantas onde foi feito o esqueletamento, com porte maior e mais carga, estimada em cerca de 15 litros /pl.

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JOSE BRAZ MATIELLO

RIO DE JANEIRO - RIO DE JANEIRO - PESQUISA/ENSINO

EM 10/04/2017

A altura do corte superior na haste principal vai depender do espaçamento na lavoura. Mas, no geral, não pode ser muito baixa, podendo ficar com cerca de 2m, a menos que a lavoura seja adensada. Matiello
HUMBERTO ROMEIRO

SANTA MARGARIDA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 07/04/2017

Tenho uma lavoura que esta muito alta mas perdeu bastante  a saia que altura posso esqueletar ela. Obrigado.
JOSE BRAZ MATIELLO

RIO DE JANEIRO - RIO DE JANEIRO - PESQUISA/ENSINO

EM 06/02/2017

Pode sim fazer. A condição, como disse é que a planta tenha ramos laterais suficientes. Nesse primeiro esqueletamento não corte, lateralmente, muito curto, pois os ramos grossos que ficarem, já velhos e suberificados brotam pouco. Matiello
JOAB VARGAS VIEIRA FILHO

AFONSO CLAÚDIO - TOCANTINS - ESTUDANTE

EM 04/02/2017

posso fazer um esqueletamento com decote  numa lavoura de 18 a 20 anos que nunca foi cortada, observação ela está muito saudável porém estou querendo podar, pois há alguns pés, muito altos
ADELBER VILHENA BRAGA

CAMPESTRE - MINAS GERAIS

EM 03/02/2017

Em agosto de 2014 eu pretendia fazer uma recepa baixa em uma lavoura que havia produzido mais de 100 sacas por hectare. Na ocasião cortei alguns pés e resolvi partir para um esqueletamento com decote a 1,80 metros pois minha área é pequena e necessito de retorno rápido da produção. Em julho de 2016, após 23 meses da poda colhi a primeira safra na área, e para minha surpresa o esqueletamento produziu 40 litros por cova de duas plantas 2,50 x 2,00, enquanto as plantas recepadas produziram três litros.



Att: Braga
DOUGLAS FABIANO DE SOUSA NUNES

MANHUAÇU - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 02/02/2017

Taí uma matéria bem interessante.



Infelizmente, a cultura da reprodução de práticas legadas nos faz realmente pensar que a recepa é a melhor solução de renovação das lavouras. Vejo isso claramente na minha região. A análise sobre perdas econômicas com essa técnica nem sempre é feita pelo produtor rural. E mais, em geral, ela não é feita também por muitos profissionais extensionistas que prestam serviços de assistência técnica e que são reticentes às práticas de vanguarda trabalhadas pela academia. Concordo que o principal elemento mantenedor dessas linhas de pensamentos traicoeiras sobre a recepa seja mesmo a generalizada falta de conhecimento.



Abraços!



Douglas Nunes

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