ESQUECI MINHA SENHA CONTINUAR COM O FACEBOOK SOU UM NOVO USUÁRIO
FAÇA SEU LOGIN E ACESSE CONTEÚDOS EXCLUSIVOS

Acesso a matérias, novidades por newsletter, interação com as notícias e muito mais.

ENTRAR SOU UM NOVO USUÁRIO
Buscar

Ocorrência de bicho-mineiro nas lavouras cafeeiras - Parte 2

VÁRIOS AUTORES

TÉCNICAS DE PRODUÇÃO

EM 05/04/2016

5 MIN DE LEITURA

2
0
Por Giovani Belutti Voltolini*, Larissa Cocato da Silva** e Danyanne Mariano Dias***
_____________________________________________________________

Quer saber mais sobre os sintomas causados pela praga, regiões com maior incidência, prejuízos e como monitora-la? Leia a parte 1 deste artigo
______________________________________________________________

Controle

A fim de evitar a ocorrência do bicho-mineiro ou ameniza-lo é importante que seja feito o monitoramento da área pelo produtor ou técnico responsável. Dessa forma pode observar a presença ou não de ovos e larvas nas folhas do cafeeiro, como também a presença da mosca. A partir desse levantamento é indicado, de acordo com a necessidade, as formas de controle para o bicho-mineiro visando à diminuição dos níveis de infestação e controle do patógeno. Dentre estas formas de controle, os mais comumente utilizados são o químico, cultural, genético e em alguns casos o controle biológico.

Foto: Necaf
Foto: Crisálida e larva do bicho-mineiro nas folhas de cafeeiro

Contudo, o controle químico por meio da utilização de inseticidas é o mais utilizado, pois seu resultado é rápido e na maioria das vezes é o mais eficiente no controle do inseto. Desta forma, os inseticidas de ação sistêmica são os mais utilizados e podem ser aplicados junto a pulverizações foliares, para diminuir os custos operacionais. Assim como mencionado anteriormente, o controle químico somente deve ser realizado quando aos níveis de infestação atingirem 30%. Importante ressaltar que o cafeicultor não deve lançar mão da pulverização com inseticidas sem a recomendação adequada, pois o custo é elevado, além dos possíveis riscos de contaminação e desequilíbrio ambiental, ou até mesmo causar fitotoxidez à planta.

Já o controle genético consiste em busca por cultivares que sejam resistentes ao ataque do bicho-mineiro. O mercado dispõe de várias pesquisas, e em diversas regiões, para alcançar o resultado esperado pelo melhoramento genético, onde podemos citar os trabalhos da Fundação Procafé, que recentemente lançou a cultivar Siriema, com alelos que lhe conferem resistência à infestação deste patógeno.


Por meio de técnicas como a estruturação de plantios intercalares ou até mesmo quebra ventos a incidência do bicho-mineiro é reduzida, assim como em locais onde as plantas são submetidas a sistemas de produção com sombreamento, visando maior umidade no micro clima e consequentemente, menor propensão ao ataque do patógeno. Sobretudo, as formas de controle citadas anteriormente são caracterizadas por meios culturais de se controlar o bicho-mineiro.

Por fim, há o controle biológico, feito com inimigos naturais da praga, sendo eles algumas espécies de parasitas, entopatógenos ou predadores. Porém, geralmente são as vespas os maiores inimigos naturais do bicho-mineiro. O uso de feromônios sexuais, em armadilhas, também é uma forma de controle biológico, podendo atrair o macho e evitar a reprodução das moscas. Esse tipo de controle necessita de condições ideias para um bom resultado, e muitas vezes, dependendo da incidência do bicho-mineiro, pode ser inviável.

Relação nutricional com o surgimento da praga
Sabe-se que diversos fatores influenciam na disseminação e instalação do bicho-mineiro na cultura do café, sendo eles o clima, a sanidade da lavoura e também o equilíbrio nutricional da planta.

Sobretudo, esta relação de equilíbrio nutricional é algo que vem sendo muito estudado e ainda carece de muitas pesquisas. A correlação entre a incidência de bicho-mineiro no café e o “desbalanço” nutricional entre os elementos N e K já é estudada e tem seus efeitos elucidados parcialmente.

Salvo exceções, na maioria dos casos, o desequilíbrio entre N e K acentuam a infestação de bicho-mineiro, isto quando os teores de N estão muito elevados quando comparados aos teores de K. Justifica-se esta infestação devido à atividade metabólica desempenhada pelo nitrogênio dentro da planta, estruturando e formando aminoácidos, e consequentemente acarretando em maior vegetação na planta. Sobretudo, pela associação do N no metabolismo, as folhas tornam-se mais frágeis, isto pelo intenso crescimento, e são mais suscetíveis ao ataque desta praga.

Por outro lado, quando em baixas quantidades de K, o desbalanço inibe a lignificação. Neste sentido, sabe-se que a lignificação é favorecida pela presença do potássio, que torna a folha mais rígida e menos exposta ao ataque deste patógeno.

Outro fator que é associado à presença e infestação do bicho-mineiro é a aplicação de cobre (Cu), por meio de pulverizações foliares a base de fungicidas cúpricos, em épocas de estiagem, ou seja, em períodos secos. Neste caso, a atuação do cobre sobre as folhas do cafeeiro implicam na maior propensão ao ataque da praga, visto que as mesmas se apresentam mais suscetíveis. Outra explicação pode ser a alteração do micro ambiente na área de cultivo, onde a ação cúprica possa inibir/prejudicar os inimigos naturais deste patógeno, aumentando assim sua eficiência reprodutiva e consequente disseminação.

Problemas com incidência atípica nos últimos anos
Nestes últimos anos foi observada elevada incidência de bicho-mineiro nas lavouras cafeeiras, inclusive em regiões como o Sul de Minas e Alta Mogiana, que comumente não apresentavam problemas graves com esta praga. Como mencionado anteriormente, a ocorrência da praga está associada ao clima mais quente e seco, e por isso, regiões como a do Cerrado Mineiro são tão atacadas por este patógeno.

A causa desta infestação severa do bicho-mineiro nestes anos está associada as mudanças do clima que ocorreram, onde as chuvas se iniciaram mais cedo, no final de agosto e começo de setembro, porém a estiagem acompanhada de veranico também se iniciou mais cedo, no final de dezembro, gerando assim maior propensão a disseminação da praga.

Esta ampla disseminação foi favorecida porque a praga adiantou seu ciclo de reprodução em uma fase, isto devido ao clima favorável ao bicho-mineiro, fazendo com que a população dos insetos e a instalação dos mesmos na cultura já tivessem adiantados no momento em que comumente as aplicações com inseticidas são realizadas, ou seja, no final de dezembro/começo de janeiro.

Como consequência disto, as formas de controle foram pouco eficientes, pois a partir do momento que a infestação atinge níveis elevados de danos às lavouras, ou seja, alta porcentagem de folhas infestadas, os inseticidas não têm tanta eficácia, somente “segurando” a infestação por um curto espaço de tempo.

Os danos observados pela presença de bicho-mineiro nas lavouras cafeeiras nos anos de 2014 e 2015 foram muito severos, porém devido ao retorno da chuva depois do ataque à cultura, o fluxo de seiva dentro da planta permaneceu elevado, assim como sua atividade metabólica, gerando essa condição atípica, onde mesmo com a presença de “minas” nas folhas, as mesmas não caíam.

O manejo adotado com maior eficácia foi por meio da pulverização com inseticidas, e de preferência antecipadamente à época que até então eram utilizados, visando a prevenção no momento de menor infestação do bicho-mineiro nas plantas de café.

AUTORES:
*Giovani Belutti Voltolini – graduando em agronomia pela Universidade Federal de Lavras – Ufla, membro do Grupo de Estudos em Herbicidas, Plantas Daninhas e Alelopatia – GHPD e Núcleo de Estudos em Cafeicultura – Necaf.
giovanibelutti77@hotmail.com
**Larissa Cocato da Silva – graduanda em agronomia pela Universidade Federal de Lavras – Ufla, membro do Núcleo de Estudos em Cafeicultura – Necaf.
lari.cocato@hotmail.com
***Danyanne Mariano Dias – graduanda em agronomia pela Universidade Federal de Lavras – Ufla, membro do Núcleo de Estudos em Melhoramento e Clonagem – NEMEC e Núcleo de Estudos em Cafeicultura – Necaf.
danymarianoAV@hotmail.com

GIOVANI BELUTTI VOLTOLINI

Técnico em Agropecuária e graduando em Agronomia pela Universidade Federal de Lavras-UFLA. Membro do Núcleo de Estudos em Cafeicultura-NECAF. Bolsista pelo CNPQ.

2

DEIXE SUA OPINIÃO SOBRE ESSE ARTIGO! SEGUIR COMENTÁRIOS

5000 caracteres restantes
ANEXAR IMAGEM
ANEXAR IMAGEM

Selecione a imagem

INSERIR VÍDEO
INSERIR VÍDEO

Copie o endereço (URL) do vídeo, direto da barra de endereços de seu navegador, e cole-a abaixo:

Todos os comentários são moderados pela equipe CaféPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração. Obrigado.

SEU COMENTÁRIO FOI ENVIADO COM SUCESSO!

Você pode fazer mais comentários se desejar. Eles serão publicados após a analise da nossa equipe.

ERIKA ALBUQUERQUE

BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL - PESQUISA/ENSINO

EM 03/02/2020

Parabéns aos autores pelo artigo. eu gostaria de saber quais as condições que tornam inviável o uso de controle biológico do bicho mineiro com feromônios.
ROBSON VITOR NOGUEIRA

ALFENAS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 21/07/2016

olá acompanho os foruns aqui, leio os artigos. Parabéns para os autores...Gostaria de saber se tem algum artigo que eu possa ler sobre como fazer estimativa de safra do café na propriedade, principalmente pequeno produtor. Nos pequenos produtores, acabamos que não fazer esta estimativa por falta de conhecimento ou tecnica para não ter grande variação.

Assine nossa newsletter

E fique por dentro de todas as novidades do CaféPoint diretamente no seu e-mail

Obrigado! agora só falta confirmar seu e-mail.
Você receberá uma mensagem no e-mail indicado, com as instruções a serem seguidas.

Você já está logado com o e-mail informado.
Caso deseje alterar as opções de recebimento das newsletter, acesse o seu painel de controle.

CaféPoint Logo MilkPoint Ventures