ESQUECI MINHA SENHA CONTINUAR COM O FACEBOOK SOU UM NOVO USUÁRIO
FAÇA SEU LOGIN E ACESSE CONTEÚDOS EXCLUSIVOS

Acesso a matérias, novidades por newsletter, interação com as notícias e muito mais.

ENTRAR SOU UM NOVO USUÁRIO
Buscar

Fertilidade e nutrição do cafeeiro: quebrando paradigmas - Parte 2

VÁRIOS AUTORES

TÉCNICAS DE PRODUÇÃO

EM 04/08/2015

5 MIN DE LEITURA

8
1
Esta é a segunda parte do artigo Fertilidade e nutrição do cafeeiro: quebrando paradigmas – publicado no dia 28 de julho de 2015. Confira, aqui, o início do tema, que trata, também de Tipos de Amostragem e a viabilidade da realização de uma super gessagem.
______________________________________________________________

Qual tabela de recomendação utilizar para cálculo de adubação?
Existem diversas metodologias utilizadas para recomendação de fertilizantes na cultura do café, cada qual, com suas particularidades adequadas a região que a mesma é utilizada. Portanto, a escolha do método a ser utilizado vai depender da região e das características pertinentes a área de cultivo que o cafeeiro se encontra.

Para estes fins, as metodologias mais utilizadas são o boletim 100, do IAC, e a 5ª Aproximação, muito utilizada no estado de MG.

Abaixo estão algumas das tabelas mais utilizadas nos cálculos de adubação:

Tabela 1. Recomendação de adubação corretiva para o cafeeiro (Casale et. al).

Tabela 2. Recomendação de N e K para manutenção da lavoura (5ª Aproximação)

Tabela 3. Recomendação de P para manutenção da lavoura (5ª Aproximação).



O cafeeiro responde a super dosagens de fósforo?
Por muitos anos o cafeeiro foi considerado como uma planta que não respondia à aplicação de altas doses de P no solo uma vez que este é um dos macronutrientes menos exportado pelos grãos de café. Assim, a planta não precisaria de grande quantidade do nutriente para completar seu ciclo reprodutivo. Portanto, com base nessas premissas as recomendações de adubação fosfatada de manutenção da cultura que sugerem aplicações que vão ao máximo de 80 a 100 kg ha-1 de P2O5 quando houver expectativa de 60 scs ha-1 e baixos teores de P disponível no solo.

Nesse contexto, existem alguns trabalhos demonstrando que a cultura pode responder à maior adubação fosfatada em fase de produção, principalmente em solos de Cerrado, naturalmente de baixa fertilidade, e em anos de alta produtividade, testadas doses máximas de 90, 150 e 180 kg ha-1 de P2O5. Em alguns trabalhos podem-se observar incrementos lineares de produtividade até a dose máxima anual de 400 kg ha-1 de P2O5 em sistemas irrigados e 600 kg ha-1 de P2O5 em sequeiro no sul minas.

A nutrição do cafeeiro tem relação com o surgimento de doenças?
O surgimento de doenças no cafeeiro é favorecido quando as condições ambientais são adequadas à disseminação das mesmas. Sobretudo, a propagação é maior quando a planta se encontra em algum tipo de estresse, seja ele nutricional ou hídrico.

Nesse sentido, a nutrição do cafeeiro é de grande importância para o manejo fitossanitário da lavoura, onde a correta e equilibrada nutrição faz com que ocorra redução nas chances de incidência de doenças na lavoura. A relação entre as quantidades dos nutrientes na planta também possui relação direta com a incidência de doenças, principalmente a relação K:Ca, na incidência de cercosporiose no cafeeiro.

Portanto, o manejo correto dos fertilizantes no cafeeiro, garante menores custos no controle de doenças nas plantas, onde as plantas equilibradas e bem nutridas terão maiores condições de evitar a disseminação das mesmas.

A utilização de silicatos substitui a calagem?
Atualmente tem se discutido muito a respeito do uso de silicatos na agricultura, onde os mesmos são utilizados na correção de solos, e também no controle de patógenos, atuando como fungicidas na aplicação via foliar e nematicidas via solo.

A correção dos solos por meio do uso de silicatos é realizada, porém sua eficiência é muito baixa, visto que a reatividade destes é muito reduzida no solo, pois sua granulometria na maioria das vezes é muito grosseira.

Sobretudo, a correção do solo deve ser feita com a aplicação de calcário, pois sua solubilidade é muito alta, com preço reduzido, assim seu custo benefício se torna mais atrativo que a utilização de silicatos para estes fins.

Ademais, seu uso via foliar, tem se mostrado muito eficiente no controle de doenças no cafeeiro, onde, por meio da interação das barreiras físicas e químicas que o silicato promove nas folhas, a disseminação dos fungos é muito reduzida.

É viável a realização de adubações de inverno?
A realização de adubações de inverno ainda é pouco disseminada entre os cafeicultores, sendo mais comum o parcelamento das adubações entre os meses de outubro e março. No entanto, alguns trabalhos evidenciam que a realização de adubações de inverno, principalmente se utilizando o nitrogênio (N), apresentam ganhos no inicio da vegetação na safra seguinte, garantindo assim maior crescimento e desenvolvimento do cafeeiro.

No sul de minas, foram feitos ensaios parcelando a recomendação total da adubação da lavoura em 12 parcelamentos, sendo um a cada mês. Os resultados foram representativos, onde a absorção de nutrientes pelo cafeeiro foi feito de maneira gradual e pontual, assegurando assim ótimo vigor na planta, pela não ocorrência de deficiências. O crescimento vegetativo se mostrou superior quando comparado ao parcelamento tradicional entre os meses de outubro a março.

É viável a utilização de macronutrientes via foliar?
Muito se discute a respeito de aplicações via foliar de macronutrientes no cafeeiro, no entanto, o fornecimento de N, P, K, Ca, Mg e S na maioria das vezes são suplementados via solo. Geralmente as quantidades requeridas por esses nutrientes são elevadas, inviabilizando o fornecimento via foliar.

Sabe-se que os micronutrientes são fornecidos via foliar, por serem requeridos em menores quantidades. Sobretudo, cabe atenção por parte dos cafeicultores para que não ocorra falta de nenhum dos micronutrientes, pois se somente um deles estiver deficiente, a produção da planta estará comprometida (Lei do Mínimo).

Tabela 4. Recomendação de Macro e Micronutrientes em aplicações via foliar.

Novos estudos mostram que a complementação da adubação via solo com macronutrientes fornecidos via foliar, em momentos estratégicos do ciclo fenológico do cafeeiro, como a florada e o enchimento dos grãos, podem representar ganhos na produção, assim como maior pegamento de florada e menor incidência de grãos chochos.

Autores:
Giovani Belutti Voltolini – Graduando em Agronomia pela Universidade Federal de Lavras – Ufla, membro do Núcleo de estudos em Cafeicultura – Necaf e membro do Grupo de Estudos em Herbicidas, Plantas Daninhas e Alelopatia – GHPD.
Ademilson de Oliveira Alecrim – Eng. Agrônomo, Mestrando em Fitotecnia pela Ufla, membro do Núcleo de estudos em Cafeicultura – Necaf e membro do Grupo de Estudos em Herbicidas, Plantas Daninhas e Alelopatia – GHPD.
Nicolas Bedo Teodoro de Sousa – Graduando em Agronomia pela Universidade Federal de Lavras – Ufla, membro do Núcleo de estudos em Cafeicultura – Necaf

GIOVANI BELUTTI VOLTOLINI

Técnico em Agropecuária e graduando em Agronomia pela Universidade Federal de Lavras-UFLA. Membro do Núcleo de Estudos em Cafeicultura-NECAF. Bolsista pelo CNPQ.

ADEMILSON DE OLIVEIRA ALECRIM

NICOLAS BÊDO TEODORO DE SOUSA

8

DEIXE SUA OPINIÃO SOBRE ESSE ARTIGO! SEGUIR COMENTÁRIOS

5000 caracteres restantes
ANEXAR IMAGEM
ANEXAR IMAGEM

Selecione a imagem

INSERIR VÍDEO
INSERIR VÍDEO

Copie o endereço (URL) do vídeo, direto da barra de endereços de seu navegador, e cole-a abaixo:

Todos os comentários são moderados pela equipe CaféPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração. Obrigado.

SEU COMENTÁRIO FOI ENVIADO COM SUCESSO!

Você pode fazer mais comentários se desejar. Eles serão publicados após a analise da nossa equipe.

NICOLAS BÊDO TEODORO DE SOUSA

CAPETINGA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 29/02/2016

Boa noite, José! Agradecemos pelos parabéns e pelo interesse. Vamos juntos por nossa cafeicultura.

Respondendo à sua pergunta, não consegui encontrar valores exatos, mas o desbalanceamento de bases é o principal influenciador nesse caso. O ideal, na parte nutricional é em torno de 9:3:1  ( Ca: Mg : K ) na porcentagem da CTC. Creio que estes valores sejam de caráter variável também, se relacionando com fatores externos e internos da planta, como tipo de solo, produtividade, clima e etc.

Se alguém estiver mais por dentro do assunto, peço que completem minha resposta, ou se tiver algum erro me corrijam. Obrigado. Saudações cafeeiras.
JOSÉ ADAUTO DE ALMEIDA

MARUMBI - PARANÁ - PROVA/ESPECIALISTA EM QUALIDADE DE CAFÉ

EM 27/02/2016

Parabéns pelos artigos de fertilidade. É por esse caminho mesmo, que gera as contribuições e questionamentos dos cafeicultores e técnicos mais interessados no assunto a profissionais ligados a esta  instituição (UFLA) referencia em cafeicultura.

"A relação entre as quantidades dos nutrientes na planta também possui relação direta com a incidência de doenças, principalmente a relação K:Ca, na incidência de cercosporiose no cafeeiro". Qual seria a relação ideal de  K:Ca  para a redução da cercóspora?
GIOVANI BELUTTI VOLTOLINI

LAVRAS - MINAS GERAIS - ESTUDANTE

EM 06/08/2015

Caro Edimar Carvalho!!

Realmente devemos fazer um estudo dos objetivos do cafeicultor, pois em cada situação se deve proceder o manejo da adubação de uma maneira!! O poder de aquisição, a possibilidade de mecanização, e muitos outros fatores, assim como você disse, influenciam na determinação do manejo a ser feito!!

Muito obrigado pela interação e colaboração neste assunto que é tão importante!!
GIOVANI BELUTTI VOLTOLINI

LAVRAS - MINAS GERAIS - ESTUDANTE

EM 06/08/2015

Caro João Batista Pavesi!!

Concordo plenamente com sua opinião, pois muitos produtos são inseridos no mercado, com interesses particulares e sem análise de custo benefício!!! Portanto cabe a nós (estudantes, pesquisadores, extensionistas) desmistificar isto, mostrando realmente quais são os reais benefícios de cada produto e sua relação custo beneficio ao cafeicultor. A cafeicultura sempre teve mercado pouco estável, afetando de maneira significativa a economia dos cafeicultores, que hora estão estabilizados e em alguns momentos no fundo do poço, como no início da década passada!!

As suas observações são muito pertinentes a cafeicultura, mostrando as novas formas de manejo, principalmente se tratando da nutrição com micronutrientes.

Muito obrigado pela interação e colaboração neste assunto que é tão importante!!
GIOVANI BELUTTI VOLTOLINI

LAVRAS - MINAS GERAIS - ESTUDANTE

EM 06/08/2015

Caro Luís Paseto!!

Suas sugestões são muito validas, pois quanto maior a abrangência de metodologias utilizadas  na recomendação de fertilizantes para o cafeeiro maiores serão as possibilidades do cafeicultor, assim como a maior possibilidade de adequação aos sistemas de cultivo pertinente a cada região/produtor.

Muito obrigado pela interação e colaboração neste assunto que é tão importante!!
EDIMAR GONÇALVES CARVALHO

GUAÇUÍ - ESPÍRITO SANTO

EM 05/08/2015

   ESTE TEMA É MUITO AMPLO E MUITO GOSTOSO DE SE COMENTAR, POIS EXISTE INÚMERAS PESQUISAS E RESULTADOS, MAS O NOSSO AMIGO JOÃO PAVESI, BEM COLOCOU,  TEMOS QUE TOMAR CUIDADO COM O  CUSTO BENEFÍCIO DESTES TRATAMENTOS. EU QUANDO FAÇO UMA RECOMENDAÇÃO DE FERTILIZAÇÃO, PROCURO  INTERPRETAR A ANÁLISE DE SOLO SOBRE TRÊS ÓTICAS:

AGRONÔMICA, ( O QUE A LAVOURA PRECISA)

ECONÔMICA, ( O QUE O PRODUTOR PODE GASTAR)

ADMINISTRATIVA( O QUE O PRODUTOR CONSEGUE FAZER)

   E COM FREQUÊNCIA ENCONTRO PRODUTORES QUE DEIXAM A DESEJAR NOS TRÊS QUESITOS, E ESTAS LAVOURAS NÓS SABEMOS QUE NÃO POSSUEM VIDA LONGA!!!
JOÃO BATISTA PAVESI

ALEGRE - ESPÍRITO SANTO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 05/08/2015

Parabéns aos autores pelo esforço em expressar a vontade em questionar e checar o estado da arte da recomendação de fertilizantes e corretivos para a cafeicultura. Muito ainda precisa ser estudado e discutido, pois temos muita pesquisa já realizada e em andamento. Contudo, penso que primeiro é preciso esmiuçar o cabedal de resultados de pesquisa que realmente têm valor prático para a agricultura, e sobretudo para os cafeicultores. Algumas pesquisas são subservientes a interesses industriais, comerciais ou da mineração e causam algum frenesi, com injeção de elevados recursos financeiros de de marketing e, por outro lado, não apresentam boa relação custo x benefício pautada em fundamentos de sustentabilidade . Assim o foi com a história do calcário líquido, por exemplo. Acompanhamos, ao longo de uma década, um crescente número de cafeicultores nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo. Atualmente mais de 1.500. Temos observado que: (a) a adubação de inverno em muitos casos traz melhor vigor na vegetação de primavera, (b) que a recomendação de fósforo um pouco mais elevada que a descrita no Manual de recomendação de calagem e adubação para o Estado do ES - 5ª aproximação e no Recomendações para uso de corretivos  e fertilizantes em Minas Gerais - 5ª aproximação permite melhor aporte de P em lavouras não irrigadas, especialmente nas 3 últimas safras, devido descompassos climáticos, mais visível em lavouras de conilon, (c) adubações com micronutrientes via solo, incluindo-se cobre e zinco, tem reduzido sobremaneira a dependência de adubações foliares, (d) aumento gradual de sintomas de deficiência de ferro em locais onde jamais isso aconteceu, dada a natureza do material de origem ser rica nesse elemento,  (e) pontas de raízes queimadas pela deficiência de cálcio e boro, provocando desproporções grosseiras parte aérea x sistema radicular e consequente murcha da planta em déficits hídricos, ao mesmo tempo insistência na recomendação desses nutrientes via folha por parte de profissionais do comércio de insumos, (f) insistência do mercado de insumos em vender e se enriquecer a despeito do empobrecimento do cafeicultor familiar. Enfim, o espaço aberto por vocês para discussões nos acendeu uma esperança que se esvaía.
LUÍS AMÉRICO PASETO

COROMANDEL - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 05/08/2015

SUGESTÃO AOS ESTUDANTES / PESQUISADORES USAREM OU RECOMENDAREM O PROGRAMA DE ADUBAÇÃO MODULAR - COM PARTICIPAÇÃO DO DR. HÉLIO CASALE E TAMBÉM O SISTEMA DE ADUBAÇÃO PARA LAVOURAS EM PRODUÇÃO / CARGA PENDENTE DO IBC / PROCAFÉ OU EDITADO NOS LIVROS DO DR. ROBERTO SANTINATO. ABRAÇOS E SUCESSO SEMPRE.   

Assine nossa newsletter

E fique por dentro de todas as novidades do CaféPoint diretamente no seu e-mail

Obrigado! agora só falta confirmar seu e-mail.
Você receberá uma mensagem no e-mail indicado, com as instruções a serem seguidas.

Você já está logado com o e-mail informado.
Caso deseje alterar as opções de recebimento das newsletter, acesse o seu painel de controle.

CaféPoint Logo MilkPoint Ventures