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A incessante tarefa de aperfeiçoamento da gestão dos custos na cafeicultura de montanha

POR RODRIGO JOSÉ MUNIZ

TÉCNICAS DE PRODUÇÃO

EM 04/04/2013

3 MIN DE LEITURA

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A cafeicultura de montanha tem como característica ser totalmente dependente de mão de obra em todas suas etapas de produção. Essa mão de obra na maioria das vezes é escassa, uma vez que o país passa por um momento de crescimento econômico, fazendo com que outros setores absorvam parte dos trabalhadores que antes eram direcionados para a atividade no campo, com destaque ao setor cafeeiro. Outro importante fator é que os processos de produção de cafés, em especial a colheita, não demandam uma qualificação tão significativa e com isso observa-se um baixo rendimento operacional.

Este tipo de cafeicultura é encontrado em muitas regiões do país - ultrapassando 70% de toda a produção cafeeira nacional - onde a cultura do café destaca-se como a principal atividade econômica e é a responsável pela fixação do homem no campo em tais regiões, pela inviabilidade de outra atividade econômica na montanha. Via de regra, o perfil dos municípios que compõem estas regiões apresenta baixa densidade demográfica, consequentemente a oferta de mão de obra durante o período de colheita (maio a setembro) é inferior à demanda, fazendo com que haja necessidade da migração de trabalhadores vindos de outras regiões do país. Esta sazonalidade de mão de obra implica em maiores custos fixos devido aos investimentos em alojamentos, refeitórios, sanitários nas lavouras, transporte adequado, enfim toda a estruturação deve estar condizente com número de trabalhadores durante este período de safra. O respeito ao tempo de colheita neste período é fundamental, pois seu atraso prejudica a qualidade, a quantidade e acarreta a perda de produção do ano seguinte.

O quadro abaixo ilustra a participação relativa da mão de obra e insumos no custo de produção safra 2011/2012 em uma região de montanha com produtividade média de 35 sacas por hectare:

Fonte: Educampo Café SEBRAE-MG (Grupo Cooxupé Cabo Verde M.G)

Analisando o quadro acima nota-se que a mão de obra representa em valores médios 65 % do custo variável de produção, sendo em especial a colheita em 45,8 %. Quando somamos ao custo variável o custo fixo de produção, a saca passa a custar R$ 360,50. Assim sendo dentro do custo total o custo variável representa 75,8% e o custo fixo 24,11% como se pode observar no diagrama abaixo.
 


 
Diante de uma realidade onde o cenário não é tão favorável, o cafeicultor pode recorrer a ferramentas de gestão, alcançando desta forma a sustentabilidade econômica, social e ambiental, a exemplo de:

• Gestão detalhada de custos;

• Identificação dos talhões menos produtivos e consequentemente (via de regra) com maior custo;

• Busca por melhor qualidade dos cafés;

• Certificações;

• Manejo agronômico buscando redução da bianualidade;

• Estratégia de vendas;

• Otimização da estrutura de acordo com a produção;

• Aumentar os índices de produtividade;
 
• Estabelecimento de metas e trabalhar duro para que elas sejam conquistada;

• Equilíbrio do custo com a produtividade;

• Realização de colheita com maior índice de grãos cereja;

• Treinamento e qualificação da mão de obra;

• Utilização de sistema semi mecanizado de colheita (derriçadeira manual);

• Utilização correta de defensivos e fertilizantes;

• Formalização da mão de obra;

• Preservação dos recursos ambientais;

• Realizar manejo integrado de pragas e doenças;

Caro amigo cafeicultor, o pensamento em que uma fazenda deve ser gerenciada como uma empresa vem de longa data, e momentos como 2012/2013 onde o aumento no custo de produção não é acompanhado pelo preço de venda de uma saca e com um mercado cada vez mais competitivo, temos que priorizar a busca incessante das ferramentas de gestão para que possamos continuar nesta atividade, que é uma das mais, se não a mais bela de todas.
 
Safristas de outras regiões durante o período da colheita




 Vista geral de lavouras cafeeiras de montanha - Sul de Minas





 



Pulverização Manual




A amostragem aqui exposta possui 15 fazendas, 1000 hectares produtivos, localizados nos municípios de Cabo Verde, Botelhos e Poços de Caldas - Sul de Minas . 

Leia também: Pesquisa CaféPoint aponta: mão de obra continua sendo o maior desafio à cafeicultura nacional


RODRIGO JOSÉ MUNIZ

Eng. Agrônomo formado pela Universidade José do Rosário Vellano (UNIFENAS); Pós Graduado no Curso de Especialização em Manejo do Solo pela Universidade de São Paulo (USP); Consultor técnico do Projeto Educampo Café - Expocaccer e Sebrae-MG

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MARIA ASSUNÇAO DE FARIA

CARANGOLA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 17/09/2013

Parabéns Rodrigo , pelo seu interesse em abordar as dificuldades enfrentadas pelo pequeno produtor, que geralmente é proprietário ou mesmo meeiro, e o que lhe sobra é justamente as áreas montanhosas, porque os grandes produtores tem mais facilidades de adquirir aquilo que é mais fácil e facilitador para a sua produção, viabilizando o seu retorno financeiro.   

Eu e meu marido temos uma pequena propriedade em Carangola, porém a dificuldade de manejo, é ocasionado principalmente pela estrutura da área cultivada que é montanhosa , encarecendo muito o custo, e a mão de obra.. Temos endividamento bancário porque o custo não deixa margem de lucro, na nossa produção. enfim estamos trocando alho por bugalho, penso as vezes até em abandonar esse negocio pelo fato de ser muito oneroso e pouco lucrativo, além do desgaste físico e emocional. o eu você pode me aconselhar? Como posso minimizar os meus custos e obter um pouco de lucratividade?
FERNANDO BARBOSA

SÃO PEDRO DA UNIÃO - MINAS GERAIS - INSTITUIÇÕES GOVERNAMENTAIS

EM 04/09/2013

A Gestão da propriedade é a peça chave para sustentabilidade da cafeicultura de montanha
AYRTON DE JESUS TORRES

EM 13/04/2013

No momento estou realizando estudos sobre várias matérias sobre a cafeicultura, portando vou deixar meus comentários para quando tiver formada a minha opinião obrigado.
PÉTRUS NUNES SAPONARA

POÇOS DE CALDAS - MINAS GERAIS

EM 08/04/2013

Bolivianos vêm trabalhar nas confecções clandestinas de São Paulo Capital por meio salário mínimo. Se viessem legalmente colher café aqui, talvez  o custo de colheita fosse menor.

Alguém se habilita?






RODRIGO FABRICIO DE SOUSA

CABO VERDE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 08/04/2013

Parabéns Rodrigo pelo artigo, meu pai sempre disse que em tempos de crise devemos(TRABALHAR, TRABALHAR E TRABALHAR) que prosas negativas e conversas de governo não cobrem nossos prejuizos.
CRISTIANO DE ANDRADE GOMES

ALTEROSA - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 08/04/2013

Parabéns Rodrigo, muito pertinente suas colocações.

Este cenário é algo parecido com o que vivemos aqui nos entornos de Carmo do Rio Claro, e, basicamento, no atual cenário, estamos pagando os custos variáveis e, as propriedade mais organizadas (bem geridas) e mecanizadas apresentam custos mais baixos com maiores produtividades, isso evidencia a força e eficiência de uma boa gestão.

A manutenção da atividade está nos detalhes que, juntos, se somam e geram os resultados, portanto, vamos trabalhar firmes em cada um dos pontos mencionados pelo colega Rodrigo Muniz.

Pessoal, interessante lembrar que, os dados apresentados são médios, chamando atenção para o fato de que há propriedades que estão sendo remuneradas na atividade mesmo com os menores patamares de preços atingidos, no entanto, outras fecham no vermelho, ATENÇÃO MAIS UMA VEZ!!!



Abraços.



Cristiano Gomes

Eng. Agrônomo, MSc.

Consultor Educampo Café

COOXUPÉ/Carmo do Rio Claro
ANA CLÁUDIA MUNIZ

CABO VERDE - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 08/04/2013

Fotografias belíssimas!
ANA CLÁUDIA MUNIZ

CABO VERDE - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 07/04/2013

É isso aí! Esse último parágrafo e, claro, todo o resto que é fruto desta sua inspiração que move o seu trabalho me fez lembrar um pensamento do sociólogo alemão Max Weber (que fala de vocação)...

"Pois nada tem valor para o homem enquanto homem, se o não puder fazer com paixão." WEBER



Você tem vocação, vocação para o café. Parabéns.



"É preciso agir de outro modo, entregar-se ao trabalho e responder às exigências de cada dia - tanto no campo da vida comum, como no campo da vocação. Esse trabalho será simples e fácil, se cada qual encontrar e obedecer ao demônio que tece as teias de sua vida." Weber
MATEUS MESSIAS DE SOUZA

CABO VERDE - MINAS GERAIS

EM 06/04/2013

Parabéns, pela matéria.

Estamos em um cenário em que o foco é esse uma boa gestão, inclusive na região de montanhas, para conseguir ser competitvel no mercado cafeeiro,  todos produtores devem adotar essas estratégias em suas propriedadesser serem mas profissionais e encarar de frente todas adversidades e assim consiguiremos sobreviver em meio a crise que nos cerca.
HERNANE DE SOUZA

ALTEROSA - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 06/04/2013

Muito boa a matéria, faz o cafeicultor pensar e, muitos mudarem de atitude. Pois a grande maioria não conhece o custo de sua produção. No último dia 02-04-2013 realizei um dia de campo em Botelhos-MG com essa matéria sedida por você, os cooperados da Cooxupé gostaram muito do material.
ANTONIO DA COSTA NETO

MANHUMIRIM - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 05/04/2013

Querido  William  quem reclamou de lucro ?   não faço custeio.   a mais  de 14 anos;        não devo nada a banco  nem a particular            CAFEICULTURA    ?   estou nela porque gosto   não e  a pouco tempo.      Iniciei , foi em  1970  .    O  povo não pensa   . Veja hoje o assunto mais em pauta        empregada domestica    entenda  como os governantes as protege       600.00 reais para elas         l35,60 para o governo ,  matou a charada ?  já calculastes  quantas domesticas  tem o Brasil   ?                                                           JESUS CRISTO disse  . O pior  cego e o que não quer  ver                                                     e nos  no café como ficamos ?                       abraços  Toninho  Costa       
WILLIAN JOSÉ GOULART

MUZAMBINHO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 05/04/2013

devo ainda colocar uns ítem na lista:

Você já pensou em diversificar mais a propriedade, com outros produtos.

você já pensou em mudar de atividade para outra que dê lucro.
ANTONIO DA COSTA NETO

MANHUMIRIM - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 04/04/2013

Rodrigo, ótimo artigo! Parabéns! Nós estamos lutando  a muito tempo. A montanha não é problema. O problema é o descaramento politico, com tantas  bolsas e o paternalismo governamental    tornando as pessoas indolentes e  preguiçosas, não por culpa do trabalhador. Quando menino em 1948 eu já brincava nos montes  de palhas de café,  vi  montanhas de café   sendo queimadas pelo governo, conheci o problema da  broca, a erradicação de cafezais ,a renovação, criação de novas variedades,  espaçamentos  diversos, adensamentos,  tudo isto nas nossas  montanhas.  Não paramos porque somos filhos de DEUS e temos dele a graça e com ele vivemos nos polos gelados a 250°, 350° abaixo   mas também a 55° acima de calor  nos desertos.    Não esbarraremos   em pequenos  tropeços .       Tivemos o prazer de visitar sua região, eu e minha esposa em reuniões de café .          

Abraços,

Toninho Costa
VIRGOLINO ADRIANO MUNIZ

CABO VERDE - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 04/04/2013

Oi Rodrigo,

Ficou muito boa a matéria. Você escolheu um bom assunto, tocou nos pontos mais importantes e conseguiu transmitir o conteúdo de uma forma muito clara.

Parabéns.

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