As plantas daninhas competem com o cafeeiro por luz, água e nutrientes, e o manejo ineficiente dessas pode afetar negativamente o crescimento vegetativo e a qualidade dos frutos da lavoura. Uma das alternativas para solucionar esse problema é o controle químico das plantas daninhas por meio do uso do “glyphosate”, o glifosato, que é um herbicida sistêmico não seletivo, desenvolvido para eliminar as plantas indesejáveis.
Porém esse herbicida de ação pós-emergente e não seletiva quando aplicado nas áreas cultivadas com cafeeiro, pode afetar negativamente essas plantas por efeito da “deriva”, quando parte do herbicida pulverizado é desviado para fora da área alvo (mato) pela ação do vento.
O mestrando do Programa de Pós-Graduação em Agronomia/Fitotecnia da Ufla, Ademilson de Oliveira Alecrim, desenvolveu estudo para verificar o efeito do uso de sacarose na desintoxicação de plantas de cafeeiro sob efeito da deriva de glifosato.
- (+Leia mais: Como evitar e recuperar danos causados ao cafeeiro pela deriva do herbicida glifosato - Parte2)
Resultados
Por meio de experimento conduzido na casa de vegetação da Agência de Inovação do Café (InovaCafé) da Ufla, a pesquisa constatou que a intoxicação por glifosato em plantas de cafeeiro em fase de implantação na lavoura, prejudica o crescimento da parte aérea, porém sem prejuízos do sistema radicular, motivo pelo qual após um período de intoxicação o cafeeiro retoma seu crescimento normal.
Essa intoxicação temporária também foi constatada na pesquisa, pois “a intoxicação causada pela “deriva” alterou a anatomia de folhas novas que cresceram sob o efeito do herbicida, porém não alterou a anatomia de folhas velhas que já estavam totalmente desenvolvidas por ocasião da exposição ao glifosato. Para que ocorra a desintoxicação das plantas que sofreram deriva de glifosato durante o período de implantação na lavoura, deve-se aplicar sacarose na concentração de 5%, próximo a uma hora após a intoxicação, com um volume de calda na ordem de 400 litros por hectare”, explica Ademilson.