A Cooperativa dos Cafeicultores do Cerrado (Coocacer), em Monte Carmelo, no Alto Paranaíba, realizou nesta última quarta-feira (21) seu primeiro embarque de café com o selo de origem de qualidade Região do Cerrado Mineiro, com destino ao Japão.
Foram exportadas 880 sacas de 60kg, com valor agregado final de 10% acima da cotação de NY. Esta exportação está vinculada, segundo a cooperativa, a outros embarques nos mesmos padrões que devem ocorrer em um futuro próximo.
Segundo o superintendente da cooperativa, Régis Damásio Salles, "o novo escopo dos cafés do cerrado com selo de origem, denominado Região do Cerrado Mineiro, tem como diferencial oferecer aos compradores o real valor da origem do café". Como o certificado tem código de barras, por meio da internet os compradores podem conferir todos os dados de origem e qualidade do produto. Relacionamos o nome do produtor, o nome da fazenda, o município e as características do café. Isto garante a origem do produto", explica.
O selo de Indicação Geográfica - IG, concedido pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) comprova que o café é produzido na região do Cerrado Mineiro e também a qualidade do produto. Para um dos produtores da região, Francisco Sérgio de Assis, este fato é motivo de comemoração. "Além do valor econômico agregado à saca, a grande vantagem é abrir a porta com um café com selo de origem e qualidade da região do cerrado mineiro", comentou.
Além dos laudos de qualidade e origem, os compradores japoneses também exigem que antes do embarque outros testes sejam realizados com amostras do produto que está sendo embalado. Ainda de acordo com o produtor, a negociação durou quase um ano.
Somente depois que um árbitro credenciado pela Associação Americana de Cafés Especiais realiza o teste sensorial de bebida e comprova se as amostras atendem as características que constam no selo de indicação geográfica é que a carga de café pode seguir viagem para o porto de Santos.
Café de Atitude: a estratégia renovada da Região do Cerrado Mineiro
Em abril de 2011 a Federação dos Cafeicultores do Cerrado apresentou uma nova estratégia, focada em novas maneiras de se produzir e de se fazer negócios. O projeto, sob o slogan ´Café de Atitude´ visa o reconhecimento dos produtores e o desenvolvimento da região e tem como objetivo os novos mercados, mais qualificados, e o crescente segmento de consumidores conscientes, que exigem produtos éticos e valorizam a origem, a alta qualidade e a rastreabilidade dos produtos que consomem.
Com isto pretende-se atrair investimentos de empresas, torrefadoras e cafeterias, do Brasil e do exterior, para parcerias em projetos individuais ou com grupos de produtores, relacionadas ao desenvolvimento socioeconômico e ambiental da
região.
Segundo a Federação, 70% da produção anual (em média 5 milhões de sacas) são vendidos para torrefadoras de países da Europa, para os Estados Unidos e Japão. "O que pretendemos agora é buscar, junto aos consumidores e novos mercados, o reconhecimento da Região do Cerrado Mineiro como origem produtora de cafés éticos, produzidos em um terroir singular e garantidos por indicação geográfica", afirma a direção.
A meta é ambiciosa: consolidar uma nova percepção para a Região do Cerrado Mineiro, que é a de ser "Uma Região de Atitude para o Novo Mundo do Café". A proposta é que o consumidor perceba que não está adquirindo apenas um café, mas toda a experiência e a história da região e de suas comunidades. É uma estratégia de longo prazo, que será realizada a partir de parcerias empresariais e que exige o engajamento dos cafeicultores da região na produção e no desenvolvimento do ´Café de Atitude´.
As informações são do G1 e da Coocacer, adaptadas pela Equipe CaféPoint.