No último dia 21, uma importante trader elevou sua previsão para a safra 2015/2016 global de café. O número revisado chegou a 154,5 milhões de sacas produzidas em todo mundo. Segundo o consultor da empresa capixaba Maros Corretora, Marcus Magalhães, a nova estimativa da operadora europeia aumentou também a expectativa para a safra brasileira, tornando-se “próxima a 52 milhões de sacas em 2015/2016”.
Conversamos com o consultor sobre os impactos de uma divulgação como esta para a vida prática da cadeia produtiva do café. Veja, abaixo, a entrevista com Marcus Magalhães:
CaféPoint - A revisão de estimativa desta trader já mostrou impacto ontem no mercado. Qual foi a real perda em números das cotações?
Marcus Magalhães - O mercado nas bolsas chegou a cair 900 pts em NY e Londres US$87,00 nos primeiros vencimentos.
CaféPoint - Por que você acredita que a reação do mercado tenha vindo agora e não tenha sido tão sentida quando a USDA divulgou seus números?
Magalhães - Acredito que a reação desproporcional veio em função de fatores técnicos e emocionais. Técnicos, alguns sell stops atingidos e emocionais, já que houve a "confirmação" de outro operador internacional dos números até então divulgados pelo USDA.
CaféPoint - Como os produtores tem recebido esses números internacionais?
Magalhães - Imparcialidade e frieza.
CaféPoint - Esta nova previsão deve afetar mais o mercado de conilon ou o de arábica?
Magalhães - Acredito que o arábica, já que a divulgação dá conta de aumento de produção em MG do arábica. No conilon, apesar dos números serem longe da realidade produtiva, ainda assim, demonstraram dados menores ao recentemente divulgados.
CaféPoint - Como você acredita que se darão os próximos dias para o mercado cafeeiro?
Magalhães - Acho que o mercado já inicia a precificação de mais esta situação absurda de números para o Brasil e assim, acredito que o pior dos mundo seja este vivido atualmente. Vale a menção de que os negócios não acompanharam o desenrolar das bolsas e as bases de preços se mantiveram dentro do mesmo intervalo mercadológico. Resumindo, derrubar bolsa é fácil, o duro é comprar café.