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OIC: relatório sobre o mercado cafeeiro - setembro 2010

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 14/10/2010

5 MIN DE LEITURA

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Em setembro os preços do café registraram novas altas, e a média mensal do preço indicativo composto da OIC foi de 163,61 centavos de dólar dos EUA por libra peso, em contraste com 157,46 centavos em agosto. O vigor desta tendência altista, que se mantém desde maio de 2010, deve-se em grande parte à firmeza dos preços dos Arábicas. No ano cafeeiro de 2009/10, a média do preço indicativo composto da OIC foi de 134,41 centavos de dólar dos EUA por libra-peso, representando um aumento de 20,2% em relação à média de 111,8 centavos no ano cafeeiro anterior.

Os fatores fundamentais do mercado subjacentes a esses níveis de preços, no caso dos Arábicas em especial, refletem incertezas sobre o abastecimento de café no curto prazo, atribuíveis, por um lado, a más condições climáticas e, por outro, ao aumento dos custos de produção. Minha estimativa do total da produção no ano-safra de 2010/11 continua sendo de 133 a 135 milhões de sacas, em contraste com um total 119,9 milhões no ano-safra de 2009/10.

Em agosto as exportações de todos os países exportadores somaram 7,9 milhões de sacas. Com isso o volume cumulativo das exportações dos onze primeiros meses do ano cafeeiro de 2009/10 (outubro de 2009 - agosto de 2010) se elevou a 86,3 milhões de sacas, contra 90,3 milhões no mesmo período do ano cafeeiro de 2008/09, ou seja, uma queda de 4,4%. O total exportado nos oito primeiros meses do ano civil de 2010 foi de 66,8 milhões de sacas, contra 64 milhões no mesmo período de 2009.

Convém por último registrar que, em sua 105ª sessão, realizada em Londres no período de 21 a 24 de setembro de 2010, o Conselho Internacional do Café aceitou meu pedido de renúncia e substituição temporária pelo Chefe de Operações, Sr. José Sette, como Diretor-Executivo Interino. O presente relatório sobre o mercado cafeeiro é o último que publico como Diretor-Executivo da OIC.

Gostaria de agradecer a todos os parceiros, tanto do setor privado como do setor público, que ajudaram a enriquecer estes relatórios, e espero que esta cooperação se prolongue por muito tempo sob meu sucessor.

Além disso, enquanto aguarda a integralização do cumprimento das condições para entrada em vigor do Acordo Internacional do Café, o Conselho adotou uma Resolução prorrogando o Convênio Internacional do Café de 2001 por mais um ano (1º de outubro de 2010 a 30 de setembro de 2011).

Gráfico 1: Preço indicativo composto diário 1º de setembro de 2009 a 8 de outubro de 2010

Clique na imagem para ampliá-la.

Evolução dos preços

A tendência altista prosseguiu e, de 157,46 centavos de dólar dos EUA por libra-peso em agosto, o preço indicativo composto da OIC subiu para 163,61 centavos em setembro, ou seja, aumentou 3,9%. Essa evolução continuou fortemente influenciada pela alta dos preços dos Arábicas, pois nos dois últimos meses os preços dos Robustas caíram. Em setembro, porém, a volatilidade dos preços dos Robustas cresceu, mas a dos preços dos Arábicas diminuiu.

Gráfico 2: Diferencial entre os preços dos Suaves Colombianos e dos três outros grupos de café - janeiro de 2009 a setembro de 2010

Clique na imagem para ampliá-la.

Fatores fundamentais do mercado

O ano-safra de 2010/11 vem avançando em todos os países exportadores. No Brasil, este ano será de alta produção dentro do ciclo produtivo bienal dos Arábicas, que se caracteriza por altas e baixas de grande magnitude entre um ano e o seguinte. As autoridades brasileiras estimam que a produção nacional alcançará 47,2 milhões de sacas no ano-safra de 2010/11.

Informações vindas da Colômbia sugerem que a próxima safra do país (2010/11) será maior que as duas anteriores, que foram seriamente afetadas por tempo inclemente e maior incidência de pragas e doenças. Não se prevê, contudo, que a safra colombiana alcance níveis como o de cerca de 12,5 milhões de sacas alcançado em 2007/08. Na América Central também se prevê uma modesta recuperação da produção, que, porém, poderá ser afetada por mau tempo. Não alterei minha estimativa da produção total do ano-safra de 2010/11, mantendo-a numa faixa de 133 a 135 milhões de sacas.

No caso do ano-safra de 2009/10, agora encerrado em todos os países exportadores, estima-se que a produção total foi de 119,9 milhões de sacas, representando uma queda de 6,6% em relação à produção total do ano-safra de 2008/09. Problemas climáticos e altos custos de produção continuam a ser os principais obstáculos à oferta. O gráfico 4 mostra a participação dos Robustas no total da produção a partir dos anos-safra de 2000/01 a 2009/10.

Em agosto, as exportações somaram 7,9 milhões de sacas, elevando o total exportado nos onze primeiros meses do ano cafeeiro de 2009/10 a 86,3 milhões de sacas, contra 90,3 milhões em 2008/09, ou seja, 4,4% menos que no mesmo período de 2008/09. De janeiro a agosto de 2010 as exportações totalizaram 64 milhões de sacas, contra 66,8 milhões no mesmo período de 2009, tendo caído 4,2%.

Em níveis de preços atuais, o valor do total exportado no ano civil de 2010 será maior que em 2009, quando a cifra foi de US$13,3 bilhões por um volume de 96,2 milhões de sacas. Em 2008 o valor foi de US$15,4 bilhões, por um total exportado de 97,6 milhões de sacas. A escassez de café no mercado mundial é refletida na previsão de que os estoques iniciais dos países produtores no ano-safra de 2010/11 cairão para menos de 12 milhões de sacas, o nível mais baixo de que se tem registro. Este volume representaria menos que dois meses do atual desempenho de exportação e deve ser considerado como a quantidade mínima dos estoques de trabalho necessários para manter um fluxo normal de café para os países importadores. À luz da atual escassez no mercado, as autoridades brasileiras anunciaram que leiloarão 480.000 sacas de café dos estoques do Governo até fins de 2010.

O consumo mundial continua dinâmico, apesar de uma pequena queda no ano civil de 2009, quando ele registrou 129,1 milhões de sacas, em contraste com 130,6 milhões em 2008 (quadro 1). Muitos analistas acreditam que essa pequena queda foi uma anomalia estatística causada pela redução dos estoques "invisíveis" em alguns países, e que na verdade o consumo no ano passado não se alterou, podendo inclusive ter aumentado um pouco. A taxa média de crescimento nos dez últimos anos foi de 2,1%. Este vigor se deve em grande parte a um aumento do consumo nos mercados emergentes e nos países exportadores.

Quadro 1: Consumo mundial Anos civis de 2006 a 2009



Convém observar, em conclusão, que o comportamento dos fatores subjacentes à atual firmeza dos preços do café determinará a persistência ou não dessa firmeza, apesar da possibilidade de correções no mercado. Os principais determinantes são problemas climáticos; custos de produção mais altos, que podem limitar as possibilidades de aumento de produção em alguns países; e o consumo mundial. A combinação desses três fatores deve manter os preços relativamente altos no curto e médio prazos. Além disso, o esvaziamento dos estoques nos países produtores significa que, se houver deslocamentos significativos da oferta em virtude de problemas climáticos nos países produtores, o mercado ficará sujeito a choques de preços de grande intensidade.

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