O estudo, que incluiu 300 famílias da Grande São Paulo, serviu para conhecer os hábitos do brasileiro médio em relação ao tradicional cafezinho. O resultado dessa pesquisa ajudou a preparar o desembarque da Senseo - uma cafeteira elétrica alimentada por grãos de café torrado e moído acondicionados em sachês. Trata-se, na verdade, de um meio termo entre o modelo convencional e a sofisticada máquina de café expresso.
O equipamento chega como uma das apostas da Philips, que controla a Walita, para romper a inércia do segmento. Em 2009, as vendas totais de cafeteiras somaram 1,62 milhão de unidades, um avanço de 1% em relação ao ano anterior.
Dentro desse setor, o nicho que mais cresce é o de máquinas para café expresso (em pó e em cápsulas) que avançou 37% em igual período. Com a Senseo, a dupla Philips-Sara Lee espera repetir o mesmo sucesso obtido na Europa, na Austrália e nos Estados Unidos.
No Brasil ela será vendida por R$ 299. E essa será uma vantagem competitiva da Senseo que custa metade do valor cobrado por uma máquina de café expresso. "Nosso objetivo é aproveitar o melhor dos dois mundos: a elevação da renda média dos brasileiros e sua predileção pelo cafezinho", diz Patrick Raming, vice-presidente mundial da divisão de café e chá da Sara Lee.
Com seu visual bacanudo, a Senseo será a porta de entrada para os consumidores que desejam ter sua primeira máquina de café.
Para chegar ao Brasil, foi preciso tropicalizar o equipamento, adaptando-o ao gosto local. Tanto na composição do sachê, quanto no volume de água usada na preparação do cafezinho. O modelo espanhol, por exemplo, usa 50 ml, enquanto o que será vendido no Brasil, a partir de setembro próximo, precisa de 60 ml ou 120 ml na versão para duas xícaras.
A meta de Sara Lee e Philips é distribuir a máquina e os sachês em 200 pontos de venda da Grande São Paulo, até o final do ano. Desde cafeterias em bairros sofisticadas até revendas de eletrodomésticos e supermercados da periferia.
Associações estratégicas entre torrefadores e fabricantes de eletrodomésticos não chegam a ser uma novidade. Outros exemplos são a máquina One:One, resultado da união de Melita e Santon, e a Tassimo, uma parceria Kraft Foods-Braun.
A grande sacada de Sara Lee e Philips foi desenvolver um sistema competitivo em termos de preço e que remete à cultura do cafezinho convencional feito no coador e que perde espaço para o filtro de papel. "O expresso é gostoso, mas é difícil consumir mais que duas xícaras por dia", opina Raming, dirigente da Sara Lee.
A matéria é de Rosenildo Gomes Ferreira, resumida e adaptada pela Equipe CaféPoint.