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Mercado da semana: queda violenta e rápida

POR RODRIGO CORREA DA COSTA

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 22/06/2009

5 MIN DE LEITURA

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Comentário Semanal - de 15 a 19 de junho de 2009

Pelo menos por ora a preocupação com a inflação nos Estados Unidos se mostra prematura. Dados inflacionários divulgados na semana passada confirmaram uma deflação acumulada no ano com o mês de maio mostrando números aquém do esperado com relação ao incremento de preços. Os fundos de índice, porém, parecem ainda ter recursos para serem alocados em alguns produtos, já que segundo o relatório das posições dos participantes nos mercados de commodities, há um aumento das suas posições compradas.

A inflação pode sim em algum momento se tornar um risco com uma recuperação econômica repentina que não conseguirá ser acompanhada por contratações e religamento das indústrias, que reduziram tremendamente suas capacidades de operação. Porém, como temos comentado aqui neste espaço, antes de acontecer este fenômeno as economias ainda precisam estancar as dispensas de funcionários, ou seja, o desemprego é o maior vilão por enquanto.

O mercado acionário cedeu assim como as commodities, com o café liderando o bloco dos perdedores caindo US$ 15.81 por saca em Nova Iorque, US$ 10.55 em São Paulo e US$ 10.26 em Londres. O volume negociado durante a semana acabou sendo concentrado nos spreads e a estrutura acabou alargando, ou seja os meses presentes caindo mais do que os meses futuros, com a proximidade do primeiro dia de notificação do contrato de Julho.

O Julho/Setembro que chegou a negociar a -1.80 no mês passado com o receio dos diferenciais firmes dos cafés suaves encerrou a semana a -3.00 cts, demonstrando mais tranquilidade das indústrias torrefadoras comparado com as origens. Os estoques certificados em linha com o movimento dos spreads caíram menos recentemente. Aliás na semana passada tiveram até um leve incremento.

Esta estória da utilização dos certificados e do mantra que os altistas há 4 ou 5 anos tem repetido de que agora o café vai ser usado e que o inventário vai cair bastante se tornou verdade apenas recentemente e mais do que em qualquer momento nos últimos 5 anos deveríamos continuar vendo uma queda significativa por causa da escassez dos suaves. Claro que os altistas tem este argumento da queda dos certificados em favor deles, mas é bom salientar que ainda tem café à beça, e com a substituição de qualidades no blend do torrador - outro assunto místico e sem consenso entre os participantes e que acreditamos ser muito mais flexível do que se fala por aí - talvez a velocidade de utilização possa diminuir com a chegada da nova safra do Brasil.

O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) soltou o resumo da produção de café no mundo. Segundo o órgão, em 2009/10 o mundo produzirá 127.4 milhões de sacas, sendo 76.67 milhões de arábica e 48.75 milhões de de robusta/conilon. A entidade crê que o Brasil produza 43.5 milhões no ciclo, e o Vietnã 18.35 milhões, ou seja os dois países juntos produzem 49% da produção mundial. A produção da Colômbia é estimada em 12.2 milhões, depois do atuais 10.5 milhões.

Segundo o número de algumas tradings, a produção global deve ser um pouco maior, próximo dos 132 milhões de sacas. Os estoques finais no mundo está estimado em 40 milhões de sacas do ano-safra 08/09, com o Brasil carregando apenas 6 milhões, número que parece ser baixo demais. Se ajustarmos o carrego do Brasil de 6 para 11/12 milhões, só aí já teremos um estoque de passagem de 45 a 46 milhões, um número mais próximo da realidade.

Os dados são positivos ou negativos? Eu diria que são neutros. Dado os atuais níveis de exportação e consumo mundiais, a safra brasileira bianualizada se mostra necessária em estar próximo dos 95 milhões de sacas. O estoque mundial comparado com o consumo tem se mantido em equilíbrio, próximo de 4 meses de consumo estando estocado.

Os dados da mudança do perfil da produção do mundo, com o crescimento significativo do Vietnã produzindo basicamente café robusta confirma a teoria de que o blend é bem flexível. Também é importante apontar que o Brasil ganha cada vez mais participação de mercado e que a atual falta de suaves pode ajudar o país a colocar ainda mais seus cafés no mercado, tomara que a preços melhores.

Nova Iorque parece que não encontrou tanta compra de torradores como esperávamos e a queda para os patamares de preço abaixo de 120.00 cts assusta a todos. Com fundos ainda detendo uma posição comprada que não é pequena e o interesse de compra dos torradores retraídos pela queda forte do mercado, o arábica em Nova Iorque preocupa aqueles que não aproveitaram o "rallye" para fazer suas fixações.

É assim mesmo, todo mundo fica muito animado achando que os preços vão subir para sempre quando o mercado tem uma performance de alta, e baixista achando que o mundo vai acabar nas quedas abruptas. A queda dos preços infelizmente pega os produtores brasileiros no pior momento possível, que é o começo de safra. Para complicar um pouquinho mais, o real continua abaixo de 2.00 e o programa de opções foi adiado. Quando chove é tempestade! Por outro lado a queda menor da BM&F mostra que podemos estar perto de um suporte.

Acreditamos que os fundos ainda podem ter um pouco mais de posições compradas para liquidar, porém os torradores devem aproveitar para fazer suas fixações nos níveis atuais, o que deve neutralizar um pouco a pressão. O torrador aliás levou para casa café bem baratinho, olha só: comprou Brasil a -25 cts/lb e compra futuro a 115.00 cts, ou seja liquido está pagando 90.00 cts/lb, ou 119 dólares por saca. Em reais, seria o equivalente a RS 234.00 por saca, preço pago pela indústria torrefadora local brasileira do consumo interno - café com no mínimo 600 defeitos.

O custo de produção no Brasil também não está muito longe dos atuais preços praticados, o que não significa que o mercado não possa cair mais, mas ao mesmo tempo desenha uma perspectiva de preço de médio prazo um pouco mais favorável com um desinteresse pela cultura quando se perde dinheiro.

O mercado deve subir um pouco durante a semana, e se manter ao redor dos 125.00 cts/lb em NY, sendo que uma puxada muito maior pode ficar mais limitada até que se comercialize mais a safra brasileira. Torradores, aproveitem para comprar o mercado.

Tenham todos uma ótima semana e muitos bons negócios.

Obs.: este relatório, preparado pela Archer Consulting - Assessoria em Mercados de Futuros, Opções e Derivativos Ltda, é divulgado somente com o objetivo de prover informações e não representa, em nenhuma hipótese, uma oferta de compra e venda ou solicitação de compra e venda de qualquer instrumento financeiro ou serviço. As informações contidas neste relatório são consideradas confiáveis na data na qual este relatório foi publicado. Entretanto, as informações aqui contidas não representam por parte da Archer Consulting garantia de exatidão das informações prestadas ou julgamento sobre a qualidade das mesmas, e não devem ser consideradas como tal. As opiniões contidas neste relatório são baseadas em julgamentos e estimativas, estando, portanto, sujeitas a mudança.

RODRIGO CORREA DA COSTA

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