Em 02 de junho, o indicador Cepea/Esalq do arábica foi cotado a R$ 519,03/saca, com desvalorização de R$ 31,11/saca (- 5,65%) no período. Em relação ao mesmo período do ano anterior, houve valorização é de 74,70%, quando a saca valia R$ 297,10.
Parte da explicação para a desvalorização no mês de maio é a entrada de café no mercado com início da colheita. Produtores tem expectativa de que os preços melhorem, por isso negociam pouco atualmente. Enquanto isso, compradores esperam cafés da nova safra, e esperam que os preços caiam com o aumento de oferta.
Contudo, o mercado ainda segue firme pela oferta restrita. Ainda há incertezas quanto a ocorrência de geadas e outras adversidades climáticas que podem afetar a produção brasileira.
Gráfico 1. Indicador Cepea/Esalq - Arábica
A safra brasileira será menor pela bianualidade baixa da cultura, contudo, devido a florada uniforme, a maturação dos grãos também está bastante uniforme e segundo a Conab espera-se colher 43,54 milhões de sacas de 60 kg. O USDA estima a produção brasileira no período 2011/12 em 49,2 milhões de sacas de 60 quilos, representando queda de cerca de 9,7% em relação ao período anterior. A informação é do Escritório de Comércio Agrícola de São Paulo, do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que estima a safra brasileira 2010/11 em 54,5 milhões de sacas.
Outra questão que influenciou a queda do arábica no mês são os fatores macroeconômicos ligados ao desequilíbrio fiscal dos Estados Unidos, à crise dos países periféricos da Europa (que ameaça chegar aos centrais, como a Espanha) e às turbulências políticas causadas pela alta dos alimentos, especialmente no Oriente Médio.
Junto à isso, o crescimento econômico na Índia e na China puxando o aumento dos preços é motivo para ciclo de alta das commodities, que contribui também para alta volatilidade.
Com a forte valorização do café arábica nos últimos meses, a demanda por café robusta cresce, devido ao aumento de uso desse tipo para composição de blends.
Com isso, as cotações do café conilon no mercado interno tiveram tendência de alta, diferente do mercado de arábica.
Tabela 1. Indicador Cepea/Esalq e câmbio
O indicador Cepea/Esalq para o conilon registrou alta de R$ 4,34/saca (+1,92%) no período analisado (02/maio a 02/junho), fechando a R$ 229,86/saca, no dia 02/jun. Em relação ao mesmo período do ano anterior a valorização é de 42,42%, quando a saca valia R$ 161,40.
Gráfico 2. Indicador Cepea/Esalq - Arábica
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Na bolsa de Nova York as cotações do café arábica também acumularam quedas.
No período analisado, o vencimento julho/11 teve variação negativa de 43,85 dólares por libra-peso, equivalente a -14,37%, encerrando o dia 02/jun cotado a 261,25 centavos de dólar por libra-peso. Os contratos que vencem em setembro/11 acumularam desvalorização de 43,0 dólares por libra-peso, fechando a 264,80 centavos de dólar por libra-peso.
Gráfico 3. Contrato café, ICE Futures U.S.
Os fundamentos de oferta e demanda não sustentaram o mercado em alta. Os fatores macroeconômicos e a colheita no Brasil guiaram o mercado neste mês de maio.
A BM&FBovespa acompanhou NY e acumulou quedas também. O vencimento julho/11 registrou baixa de US$ 50,35/saca (-12,89%), sendo cotado a US$ 340,40/saca no dia 02 de junho. O contrato setembro/11, o de maior liquidez, fechou a US$ 334,80/saca, com desvalorização de US$ 45,90/saca (-12,06%).
Tabela 2. Comparativos das principais Bolsas de café
Segundo Balanço de Exportação divulgado na terça-feira (07) pelo CeCafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil), no mês de maio a exportação brasileira foi 79,1% superior a do mesmo período de 2010 e é a maior dos últimos cinco anos. O resultado atingiu US$ 706,981 milhões enquanto que em maio de 2010 foi registrada uma receita de US$ 394,705 milhões.
O relatório também aponta que no mês de maio o volume exportado (2.622.471 sacas entre verde, torrado & moído e solúvel) foi 3,7% maior que o do mesmo mês em 2010, quando foram exportadas 2.528.232 sacas. Levando em conta a qualidade, 78% do café exportado em maio foi arábica, 13% robusta e 9% solúvel.
Na bolsa de Londres (Liffe), as cotações da tonelada do café conilon registraram valorizações no período analisado. O vencimento julho/11 terminou o dia 02 cotado a US$ 2.471/tonelada, com leve alta de 0,84%. O contrato set/11 terminou a US$ 2.505/tonelada, registrando valorização acumulada de 0,70%.