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Isabela Raposeiras: o conilon tem limitação sensorial?

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 23/07/2010

2 MIN DE LEITURA

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A leitora do CaféPoint, barista e fundadora do Coffee Lab Isabela Raposeiras, enviou um comentário ao artigo "Café conilon: o desafio da valorização do produto". Abaixo leia a carta na íntegra.

"Se a pergunta é "o que falta para o conilon de qualidade conquistar os consumidores?", respondo: o mesmo que falta para qualquer café de qualidade - educação e divulgação da cultura de consumo dos melhores cafés e de seus métodos de produção e industrialização.

Há dois exemplos, diametralmente opostos, de consumo naturalmente assimilado de robustas no Brasil. O primeiro é o conilon presente nos blends vendidos pelas indústrias de café commodity, cuja presença é desconhecida e ausência, notada pelo consumidor.

O segundo exemplo é oposto em vários sentidos. A média dos consumidores desse robusta têm poder aquisitivo sensivelmente mais alto do que a média dos consumidores do exemplo número um. A presença desse robusta nos blends é conhecida e divulgada num contexto belo, elegante, bem pensado, competente em que o quilo do café custa aproximadamente R$ 300,00. Refiro-me à Nespresso e seus robustas de qualidade.

Então, a situação do robusta no Brasil, seja ele o conilon produzido de várias maneiras diferentes ou os importados que já chegam torrados dentro das cápsulas coloridas com formato de diamante, está indo bem. Assim como as diferentes categorias de qualidade têm lugar no mundo, não poderia ser diferente com o Brasil que, em menor escala por enquanto, reproduz as características gerais de consumo de café no mundo.

Logo que voltei das minhas primeiras viagens para cursos em outros países, em 2002, trouxe dois pacotes de robustas considerados especiais: um indiano e um indonésio. Ambos, produzidos em terras mais altas do que a nossa lavoura de café mais alta e processados com todos os cuidados dispensados aos mais valorizados arábicas do mundo. Resolvi fazer um espresso com 100% do robusta de Java, lavado. Surpreendentemente doce e achocolatado. Os grãos, imensos e gordinhos. Uma surpresa que me fez prestar atenção aos robustas especiais que encontrei nas próximas viagens. No outro ano, trouxe um pouco de um robusta chamado Kaapi Royale, campeão de um concurso Indiano de cafés especiais. Coloquei-o numa mesa de prova, com provadores brasileiros, em meio a arábicas gourmets. Às cegas, o campeão indiano não foi reconhecido como robusta. Seu "robustismo" passou desapercebido e foi quase desacreditado quando contei que se tratava de um robusta. Tive que mostrar os grãos crus para que se convencessem.

Questionei-me desde então sobre o porquê da falta de investimento em robustas no Brasil até que soube de iniciativas, no Espírito Santo e na Bahia, de produção de conilon de melhor qualidade. Há uns três anos provei um conilon baiano que não mostrava aquelas características que são, até hoje, consideradas como típicas de robustas. Era um café neutro, sem muitas nuances, mas sem agressividade alguma.

Termino minha reflexão com uma questão. Será que o conilon tem potencial de bebida tão bom quanto outras variedades de robustas de outros países, se bem processado, ou tem intrínseca limitação sensorial?"

Leia mais opiniões:

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JERRI ANTONIO SANTO

JOÃO PESSOA - PARAIBA - PROVA/ESPECIALISTA EM QUALIDADE DE CAFÉ

EM 23/07/2010

Parabens ao cafepoint e a Isabela Raposeiras pela aboradagem desse assunto. Concordo com Isabela, o que falta é educação e divulgação do produto. Mais o que importa é que já foi provado que o conilon tem potencial para conquistar o mercado brasileiro cada vez mais.
ARTHUR FIOROTT

LINHARES - ESPÍRITO SANTO - PROVA/ESPECIALISTA EM QUALIDADE DE CAFÉ

EM 23/07/2010

Prezada Isabela,

Para responder sua pergunta temos que viajar na historia do Conilon no Brasil.

Consta na literatura sobre o café Conilon ( café Conilon, 2007 ) que ele é originário do Congo e as plantas introduzidas no Brasil tem sua origem em pesquisas de um botânico Frances chamado Froehner. Segundo o autor, em 1900 foram enviadas sementes de Coffea Canephora do Congo a uma floricultura em Bruxelas, que colocou essas sementes no mercado com o nome de "Coffea Robusta", nome o qual foi enviado para a ilha de Java, isto marcou o início em grande escala do café robusta na Indonésia. Futuramente, essas plantas foram enriquecidas geneticamente com matérias provenientes do Gabão e de Uganda.Por volta de 1912 esse café proveniente de Java foi trazido para o Brasil.
Logo, grande parte do material genético dos robustas ao redor do mundo estão presentes nos cafés Conilon plantados no Brasil.

Ao longo dos anos, os institutos de pesquisa foram melhorando geneticamente essas matrizes, sendo o INCAPER ( Instituto capixaba de pesquisa e extensão rural ) uma referência para cafés da variedade Conilon.

Como na cafeicultura de arábica, é importante ficar atento onde o café é plantado, condições climáticas, solo e como esse café é processado no pós colheita, entre outros aspectos não citados, pois estes são agentes que influem no resultado final da bebida.

Recentemente, em um workshop sobre cafés robusta de alta qualidade tive a oportunidade de provar cafés de varias regiões do mundo ( México, Uganda, Indonésia, Camarões, Índia, Costa do Marfim, Madagascar e o Conilon brasileiro - provenientes de algumas regiões do Espírito Santo ) e para a boa surpresa de todos os participantes, os cafés do Brasil foram muito bem avaliados, ficando a frente de cafés de outros países que já possuem a fama de ter cafés robusta de alta qualidade.

Concluindo a resposta, sim, os cafés Conilon possuem (aspecto sensorial) potencial para competir com cafés de outros países, basta que seja feito com qualidade.


FREDERICO DE ALMEIDA DAHER

VITÓRIA - ESPÍRITO SANTO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 23/07/2010



Prezados ;

Depoimentos como a da barista Isabela Raposeiras só nos fazem acreditar que estamos percorrendo o bom caminho .Evidente que a estrada é longa , mas os indícios de que conseguiremos alcançar nossos objetivos na produção de um conilon de qualidade , cada dia mais se "robustecem" .O conilon capixaba será cada vez mais um robusta de qualidade .Sabemos que muitos cafeicultores de conilon não têm se sentido estimulados a maior esmero na colheita e , principalmente , no pós-colheita por considerarem erroneamente que a agregação de preço não justifica o esforço adicional . Certamente acabarão amargando dificuldades ainda maiores no seu negócio pois o mercado tende a não adiquirir tais produtos .Na safra 2009 muito café foi devolvido ás suas origens por não atenderem as especificaçoes de qualidade . Esse processo tende a se agudizar fragilizando ,ainda mais ,os incautos .Na safra 2010 essa devolução diminuiu significativamente ,atestando a tomada de conciência do cafeicultor com a imagem de seu produto e a permanência dele no negócio . Assim como os bons robustas da India e Indonésia o conilon capixaba de qualidade será cada vez mais reconhecido pelo profissional barista que competentemente vem mudando a capacidade do consumidor de café de valorizá-lo ,por lhe dar prazer em tomar um bom café.
Perseverança a todos !
Frederico de Almeida Daher

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