Alguns cafezais da Guatemala estão correndo o risco de pegar um fungo destrutivo devido à tempestade Agatha, mas os deslizamentos e as pontes que desmoronaram dificultam a avaliação dos danos.

A Associação Nacional de Cafeicultores da Guatemala (Anacafé) disse que os deslizamentos de terra eram improváveis, porque os cafezais estabilizam o solo, protegendo as fazendas da tempestade, que atingiu a Guatemala no último final de semana e matou pelo menos 113 pessoas.

A primeira tempestade batizada da estação de furações do Pacífico de 2010, Agatha atingiu a Guatemala, maior produtor de café da América Central, no sábado, destruindo casas, pontes e levando a quedas nas linhas de telefone.

A prolongada umidade após a tempestade é o ambiente propício para o fundo Olho de Galo, ou Mycena citricolor. "A umidade durante e depois da tempestade leva ao surgimento de fungo nas plantas. Esse é um problema", disse o gerente comercial da Fedecocagua, um grupo de 120 fazendas do país, Gerardo de Leon.

O fungo cresce nas folhas dos cafezais e as levam a cair, expondo as cerejas ao vento e às chuvas e podem apodrecer. O fungo prejudicou a colheita de café da Costa Rica em 2006-2007, reduzindo levemente sua colheita.

A Anacafé disse que mais chuvas fortes também podem levar à queda das cerejas de café, mas que o impacto na safra de 2010/11 ainda é desconhecido. "Eles poderiam cair por causa das chuvas ou por causa de doenças", disse o assistente da Anacafé, Otoniel de Leon. "Isso depende de como o clima avançará".

Com a colheita de 2009/10 quase terminada, a Anacafé disse que a produção da Guatemala no ciclo será de 3,375 milhões de sacas de 60 quilos, um pouco menos que a estimativa anterior de 3,4 a 3,6 milhões de sacas. Na safra de 2008/08, a Guatemala produziu 3,79 milhões de sacas de café.

A reportagem é da Reuters, traduzida e adaptada pela Equipe CaféPoint.