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Conab: segunda estimativa da safra brasileira 2010

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 07/05/2010

12 MIN DE LEITURA

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1. Introdução

No período de 4 a 24 de abril de 2010, os técnicos da Conab e de Instituições parceiras como: Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural - INCAPER; Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola S/A - EBDA; Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná - SEAB - Departamento de Economia Rural - DERAL; Associação de Assistência Técnica, Extensão Rural do Estado de Rondônia - EMATER-RO; e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, visitaram Municípios dos principais Estados produtores de café (Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Bahia, Paraná, Rondônia e Rio de Janeiro que correspondem a 98,2% da produção nacional), para a realização de entrevistas e aplicação de questionários junto aos informantes previamente selecionados, objetivando a realização da segunda estimativa de produção da safra de café de 2010. Assim, a Conab agradece aos seus parceiros e a todos aqueles que, direta ou indiretamente participaram desse trabalho.

2. Produção

A previsão atual para a produção nacional de café beneficiado indica 47,04 milhões de sacas de 60 quilos de café beneficiado. O resultado representa um acréscimo de 19,2%, ou de 7,57 milhões de sacas, quando comparado com a produção de 39,47 milhões de sacas obtidas na safra 2009. Tal crescimento é justificado pelo ano de bienalidade positiva, aliado às condições climáticas favoráveis até o mês de dezembro/2009.

O maior acréscimo se dará na produção de café arábica, estimada em 35,31 milhões de sacas, o que representa um ganho sobre a safra anterior de 22,3%, (6.440,9 mil sacas). Para a produção do robusta (conilon) a previsão aponta produção de 11,73 milhões de sacas, ou seja, crescimento de10, 7% (1.130 mil sacas). A inversão climática, estiagem acompanhada de altas temperaturas a partir da segunda quinzena de dezembro/2009, notadamente no Estado do Espírito Santo, nas regiões da Zona da Mata, Rio Doce e Jequitinhonha em Minas Gerais e na região Atlântico no Estado da Bahia causou perdas expressivas na produção, contudo foram compensadas, em parte, pelos ganhos registrados nas regiões Sul e Centro-Oeste de Minas Gerais e nas áreas irrigadas no Estado da Bahia, principalmente na região Oeste deste Estado (região de Cerrado).

Comparativamente à primeira estimativa divulgada no mês de janeiro, que apontava uma produção entre 45,89 e 48,66 milhões de sacas, ou considerando o ponto médio 47.274 milhões de sacas, observa-se uma redução de 0,5%, ou de 231,3 mil sacas de 60 quilos, devido ao clima desfavorável conforme citado acima. A produção dos Estados do Acre, Ceará, Pernambuco, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal, denominada de "outros" nas tabelas confeccionadas, representa 1,05% (496 mil sacas), com destaque para o Estado de Goiás, que produz 71,3% (354 mil sacas).



3. Influências climáticas

No período entre novembro de 2009 e início de março deste ano, em decorrência da intensidade do fenômeno El Niño (aquecimento das águas do Pacífico Tropical), a maioria das frentes frias vindas do sul do continente foi de baixa intensidade. Por isso, ao se associarem com a Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) - fenômeno atmosférico decorrente das instabilidades da Amazônia, que, durante o verão, forma um canal de umidade entre o sul da região Amazônica até a região central do Atlântico Sul (litoral da Região Sudeste), essas frentes mantiveram as precipitações intensas nas principais regiões produtoras do Paraná, de São Paulo e de parte de Minas, mas foram insuficientes para a formação de chuvas no norte mineiro, no Espírito Santo e no sul da Bahia.

A partir de março, com a diminuição na intensidade do El Niño, as condições climáticas nas regiões que vinham sofrendo com a seca começaram a se normalizar, o que amenizou, em parte, as perdas ocasionadas pela má formação dos frutos, principalmente, nas áreas sem irrigação. E, como a previsão para os próximos meses (maio, junho e julho) indica uma maior probabilidade das precipitações ocorrerem dentro da média histórica, a maturação e a colheita desta safra deverá ocorrer dentro da normalidade, assim como a indução floral da safra que será colhida no ano que vem.

4. Avaliação por estado

4.1 - MINAS GERAIS

A ocorrência de chuvas extemporâneas no inverno de 2009 provocou a abertura de multifloradas e formação de frutos desuniformes nos cafezais das diversas regiões produtoras do Estado de Minas Gerais. O início do período chuvoso, a partir de setembro de 2009, favoreceu o desenvolvimento vegetativo e produtivo das lavouras de café, contribuindo para o crescimento e enchimento dos frutos. No entanto, nas regiões da Zona da Mata, Rio Doce e Jequitinhonha, uma forte estiagem, acompanhada de altas temperaturas ao longo dos meses de janeiro e fevereiro, período em que ocorre o crescimento dos frutos, prejudicou os cafezais localizados nas regiões mais baixas e quentes, notadamente as lavouras mais novas e as mal nutridas.

Nas regiões Norte e Noroeste de Minas Gerais, os efeitos do veranico foram de certa forma atenuados, em razão do elevado percentual de lavouras irrigadas. As lavouras de maneira geral se encontram com os grãos em fase de maturação, no entanto, observam-se frutos em diferentes estágios que variam do verde a grãos maduros, podendo prejudicar a qualidade do produto a ser colhido. A colheita está apenas iniciando, devendo ser intensificada a partir do mês de maio, com maior concentração no período entre junho e agosto, com término previsto para setembro.

Estimativa de produção - A produção média em Minas Gerais está estimada em 23.944.433 sacas na safra 2010, com margem de erro de 3,34%. Tal estimativa, quando comparada com as safras 2009 e 2008, sinaliza um crescimento da produção cafeeira de 20,44% e 1,54%, respectivamente.

Quando se compara a produção das safras 2008 e 2010, safras de bienalidade positiva, constata-se crescimento na produção das regiões do Cerrado (11,69%) e Norte (3,25%), e decréscimo na produção das regiões Sul de Minas Gerais (0,20%) e Zona da Mata (2,67%).

4.2 - ESPÍRITO SANTO

Nesse segundo levantamento, para a safra 2010, no Estado do Espírito Santo, a safra está estimada em 11.031 mil sacas de café beneficiado. Desse quantitativo, 2.887 mil sacas (26,17%) são de café arábica e, 8.144 mil sacas (73,83%) de café conilon (Quadro 1). A produtividade média envolvendo os dois cafés está estimada em 23,45 sacas beneficiadas por hectare. O resultado representa um crescimento geral de 8,1% no Estado, sendo 10,91% para o café arábica e 7,13% para o café conilon (Quadro 2).

A primeira estimativa divulgada em janeiro/2010 indicava uma produção entre 11.497 mil e 12.035 mil sacas, ou 11.766 mil sacas, considerando o ponto médio, fase em que os frutos estavam na forma de chumbinho. Naquela época as lavouras estavam bem enfolhadas, com alto vigor vegetativos, com cargas elevadas de frutos em formação e potencial para produção superior ao que foi publicado. A seca e as altas temperaturas durante a segunda quinzena de dezembro de 2009 e a segunda quinzena de março de 2010, reduziram a estimativa inicial em 6,2%, ou 735 mil sacas.

a) café conilon

Para a segunda estimativa de safra 2010, a produção está estimada em 8.144 mil sacas, superior em 7,13% à de 2009 que foi de 7.602 mil sacas. A produtividade média espera atingir 28,07 sacas beneficiadas por hectare.

A boa produção dessa safra deve-se aos tratos culturais envolvendo as adubações, poda, desbrota e controle adequado de ervas daninhas; lavouras novas, renovadas com materiais genéticos com maior potencial de produção; uso mais acentuado de outras tecnologias, inclusive a irrigação.

Verifica-se decréscimo de 614 mil sacas na produção quando se faz comparação da primeira com a segunda estimativa. Esse decréscimo é atribuído às altas temperaturas e déficit hídrico nas fases de enchimento de grãos (dezembro/2009 a março/2010), que atingiram a maioria das lavouras de conilon capixaba, principalmente as não irrigadas, bem como as lavouras do sul do estado e as localizadas em terrenos mais arenosos.

b) café arábica

A previsão estimada em 2.887 mil sacas é superior em 10,9% à produção da safra anterior que foi de 2.603 mil sacas. A produtividade média está prevista em 16,01 sacas beneficiadas por hectare.

Em função do ano de carga superior, adequada floração e polinização, associados ao bom aspecto vegetativo da maioria das lavouras do café arábica do Estado, existia expectativa de produção superior à publicada na primeira estimativa, cujo levantamento de dados foi realizado na fase de café "chumbinho".

A não confirmação dessa expectativa se deve às condições climáticas desfavoráveis na fase de enchimento de grãos, estiagem nos meses de dezembro/2009 a março/2010, levando assim à má formação de grãos, grãos mais leves e queimados e, com elevada percentagem de chochamento situação que resultou em uma redução (considerando o ponto médio da primeira previsão), de 4,01% (121 mil sacas).

O parque cafeeiro de arábica apresenta potencial para incremento significativo da produção, mas necessitando de ser renovado, uma vez que se encontra envelhecido. O programa Renovar Café Arábica que está sendo implantado no Estado auxiliará o aumento da produtividade e da produção do café arábica no Espírito Santo.

A colheita teve início no mês de março (0,1%), finalizando nos últimos meses do ano. A maior concentração é observada nos meses de maio e junho, acumulando 85,8%.

4.3 - SÃO PAULO

A previsão da safra cafeeira 2010, no Estado, totaliza 4,36 milhões de sacas de café beneficiado, ou seja, 27,2% superior ao volume produzido em 2009 que foi de 3.423 mil sacas. O incremento do volume da colheita paulista decorre do ano de bienalidade positiva, aliada ao excelente desenvolvimento vegetativo das lavouras e do emprego de tecnologia agronômica recomendada para a cultura na maior parte dos cinturões produtores. Os frutos se encontram em fase final de maturação, já exibindo grau bastante satisfatório de peneira e de enchimento, o que compensará, parcialmente, as possíveis perdas no pegamento decorrente das excessivas precipitações ao longo da floração e enchimento dos grãos.

4.4 - BAHIA

A produção de café beneficiado no Estado da Bahia, estimada em 2.321 mil sacas é 23,9% superior ao volume de 1.874 mil sacas obtidas na safra 2009. Esse crescimento se deve principalmente ao ano de bienalidade positiva e às chuvas regulares até o inicio do mês de novembro, situação que proporcionou floradas dentro da normalidade.

A previsão anterior, divulgada no mês de janeiro/2010, indicava para o Estado, uma produção entre 2.414 e 2.516 mil sacas (2.465 mil sacas considerando o ponto médio), representando uma perda de 5,8% ou de 144,0 mil sacas. Tal perda é resultante do um longo período de estiagem ocorrido durante os meses de dezembro/2009 a fevereiro/2010, sendo mais duramente afetada a região produtora do Conillon na região fronteiriça com o Estado do Espírito Santo.

A região tradicional produtora de arábica também sentiu o efeito da estiagem, porém como a grananção se dá mais tardiamente foi menos afetada e seus efeitos só serão mais visíveis no beneficiamento da safra, com provável quebra de rendimento. Já a região produtora de arábica irrigada, situada no Oeste, vem sinalizando um pequeno aumento na produtividade, compensando, em parte, as perdas da região tradicional. A colheita começa a se ampliar na região do conillon, enquanto para as regiões do arábica o inicio se dará a partir de maio, com pico durante o mês de julho.

4.5 - PARANÁ

A atual previsão de produção para safra 2010 é de 2,11 milhões de sacas, com produtividade média esperada de 25,39 sacas por hectare. Em relação ao 1º levantamento realizado em dezembro/09 ocorreram pequenos ajustes, apenas na estimativa da área cultivada, permanecendo o potencial de produção registrado no período.

Condições das lavouras - As lavouras em geral apresentam bom aspecto vegetativo, favorecidas pelo regime de chuvas registrado nas principais regiões produtoras nos últimos seis meses.

Até agora o clima tem contribuído para que os grãos completem o ciclo vegetativo em boas condições, minimizando um pouco o efeito da desuniformidade causada pelas floradas irregular e em função do clima atípico ocorrido durante o inverno de 2009. No entanto, permanece o quadro de desânimo por parte dos produtores, que mesmo diante de uma boa safra não tem perspectiva de lucro uma vez que os preços permanecem estáveis a os custos de produção continuam em alta, principalmente os gastos com a colheita que já iniciou nas regiões mais quentes e em lavouras de variedade precoce. A colheita se intensificará nas próximas semanas, devendo se concentrar nos meses de junho/julho/agosto, encerrando-se em setembro.

A maior preocupação dos produtores atualmente, além dos preços baixos no mercado físico é com a escassez e o alto custo da mão de obra para a colheita, em especial nas regiões que concorrem diretamente com a colheita da cana. Para diminuir a utilização da mão de obra, melhorar a eficiência e reduzir custos, os produtores estão intensificando a utilização de máquinas apropriadas para os trabalhos de colheita e preparo do café. Com o incentivo do governo do Estado na área da pesquisa e difusão de tecnologia, além do apoio de cooperativas e associações de produtores, a cafeicultura do Paraná está vivendo uma nova mudança, agora voltada para a mecanização e certificação.

4.6 - RONDÔNIA

A segunda previsão para a safra de café no Estado de Rondônia indica uma produção de 2.192 mil sacas de sessenta quilos. Este resultado é 41,7% superior à produção obtida na safra 2009, devido basicamente a ocorrência de chuvas nos estágios de floração com maior intensidade na safra atual do que a que ocorreu no mesmo período da safra anterior, além de incorporação de novas áreas à produção a colher no ano em curso.

Comparativamente à primeira previsão divulgada em janeiro/2010, observa-se um aumento de 16,1%. Na oportunidade, a estimativa indicava um intervalo entre 1.846 e 1.930 mil sacas, ou 1.888 mil sacas considerando o ponto médio, justificado palas boas condições climáticas citadas acima.

A má qualidade do café colhido no Estado se deve a métodos inadequados de colheita e pós-colheita, haja vista que a infraestrutura de apoio à produção deixa muito a desejar. Outro fator que contribui para a má qualidade do produto é o fato dos grãos serem colhidos ainda imaturos e armazenados em sacos de ráfia, onde geralmente permanecem por vários dias, fermentando para serem secos a altas temperaturas e em curto espaço de tempo em secadores particulares. Toda a produção do Estado é comercializada sem classificação oficial. O ataque da broca do café também é responsável pela perda de qualidade e renda do produto.

Convém ressaltar, todavia, que alguns produtores estão adotando tecnologias e práticas culturais como emprego de cultivares melhoradas, controle de pragas e doenças, calagem, adubação, irrigação, desbrota, poda, que têm possibilitado a obtenção de elevadas produtividades e um produto de boa qualidade a um custo compatível com a exploração da lavoura, consequentemente, de forma mais lucrativa.

5 - Quadros e gráficos dos resultados obtidos no levantamento

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As informações são da Conab.

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CARLOS ALBERTO DE CARVALHO COSTA

MUQUI - ESPÍRITO SANTO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 07/05/2010

Discordo totalmente da segunda previsão da Conab feita para o conilon no estado do Espirito Santo. Segundo os meus cálculos esta previsão teve uma quebra de apenas 7.01% em relação a primeira.Temos lavouras não irrigadas como as de Rio Novo do Sul e Iconha que a quebra supera em muito os 30% e as irrigadas supera os 10%, não sei aonde eles acharam esses valores, isso tudo sem considerar a quebra na pilação, que em 2009, 5 balaios verdes de 60 litros dava um saco de 60 kg, hoje os que já foram pilados estão necessitando 7,6 balaios verdes de 60 litros para dar um saco pilado de 60 Kg.
Aonde iremos parar com essas previsões fajutas?
Querem derrubar o já quebrado produtor?

Atenciosamente
Carlos Alberto de Carvalho Costa/produtor de conilon em Muqui-ES

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